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Salta e Jujuy: confira este roteiro pelo Norte da Argentina

Salta e Jujuy guardam paisagens arrebatadoras, cultura particular e alguns dos melhores vinhos do país.

Quebrada de Humahuaca
Quebrada de Humahuaca (foto: shutterstock)

Em um roteiro no Norte argentino, pelas províncias de Salta e Jujuy, a brisa insistente refrescava um pouquinho o calorão abafado da região. As horas de estrada (e muita poeira) tinham perdido completamente a importância diante do cenário surreal que se desenrolava à minha frente.

Quebrada de las Conchas
Quebrada de las Conchas (foto: shutterstcok)

Rochedos enfileirados de terra avermelhada, esculpidos como que propositalmente, cercam imensos cânions, vales e depressões com miolos verdes e criam uma paisagem tão única e espetacular que tem um quê de extraterrena. Aliás, a chamada Quebrada de las Conchas é, sem dúvida, um dos pedaços mais bonitos do Norte da Argentina.

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Mas esse trechinho é apenas uma das muitas belezas da província de Salta, que ganha ainda mais graça combinada à vizinha Jujuy. Passando ainda por lugares como Cafayate e Cachi, adoráveis cidadezinhas coloniais, a aventura off-road se completa. Aliás, há ótimos vinhos de altitude produzidos na região.

Quebrada de las Flechas
Essa paisagem incrível fica no caminho entre Cachi e Cafayate (foto: shutterstock)

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Salta e Jujuy: começando o roteiro pela província de Salta

Localizada perto da Cordilheira dos Andes, no Vale de Lerma, a quase 1.200 metros de altitude, a cidade de Salta tornou-se uma parada importante das rotas comerciais que subiam do Sul do continente rumo às minas bolivianas.

Hoje, é uma das cidades mais importantes da Argentina (com mais de 600 mil habitantes) e seu centro é representado pela Plaza 9 de Julio, com sua inconfundível catedral do século 19, e o Cabildo, sede do poder municipal durante a colonização.

Mas meu maior interesse por ali, confesso, era a “tríade de museus”: o Histórico do Norte, o de Arqueologia de Alta Montanha e o de Arte Contemporânea, todos excelentes para entender bem a história e a cultura da região (incluindo a preciosa coleção de múmias incas encontradas a 6.739 metros de altitude na fronteira com o Chile).

Ainda no centro, também é uma boa ideia conhecer o Museu de Belas Artes e a multicolorida Igreja de São Francisco.

Catedral de Salta (foto: shutterstock)

Dia e noite, boa parte dos bares, cafés e restaurantes se concentram na rua Balcarce. Dali estique ao belo Parque San Martin, uma imensa área verde em pleno centro − aliás, se estiver rolando feirinha nos finais de semana, algumas barraquinhas são o pretexto perfeito para provar as famosas empanadas salteñas de carne e queijo.

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Em dia de tempo firme, tome o teleférico até o topo do Cerro San Bernardo; nele, há boa estrutura para visitantes e a vista lá do alto contempla toda a cidade e boa parte dos arredores. Contudo, para os mais atléticos e empolgados, é possível também fazer a subida a pé.

Cerro San Bernardo
Cerro San Bernardo (foto: shutterstock)

O caminho de Salta até Cafayate

As escapadas mais comuns de quem visita Salta são os bate-voltas à pequena Cachi e a Cafayate, respectivamente 160 e 190 quilômetros de Salta. Unindo-as em uma mesma viagem, são 350 quilômetros de uma estrada que vale a pena percorrer.

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Dirigir com muita cautela ou contratar um tour com motorista experiente no percurso é mandatório; o visual do caminho é definitivamente recompensador.

A rota começa bem urbana, em Salta, e vai se transformando, passando por fazendas, estâncias e pequenos pueblos até a estrada virar terra batida.

Aliás, se bater o cansaço já no começo, a estância Posta de las Cabras, muito bem sinalizada, é certamente boa opção de parada para uma empanada ou um pedaço de bolo com café feito na hora.

Formações rochosas na Quebrada de las Conchas
Formações rochosas na Quebrada de las Conchas (foto: shutterstock)

Em seguida, o caminho percorrerá ziguezagueando pelo vale do Rio Las Conchas, com o relevo magistralmente esculpido ao longo dos anos.

O trecho mais famoso desse triângulo rodoviário é a chamada Quebrada de las Conchas, uma sucessão de lugares impressionantes com formações rochosas batizadas com os nomes das figuras que lembram, como sapo, pastor etc.

Mas o destaque maior fica por conta da Garganta do Diabo e do Anfiteatro, que são imensas falhas rochosas esculpidas pela natureza. Certamente pontos altos desse roteiro por Salta e Jujuy.

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Passando pelo adorável vilarejo de Cachi, de casinhas de pau a pique, a parada é obrigatória. A pracinha central é rodeada de bares e minirrestaurantes, portanto, o lugar é certeiro para uma pausa.

Cachi
Restaurante em Cachi (foto: shutterstock)

Chegando em Cafayate

Cafayate é uma pequena vila com pouco mais de 12 mil habitantes, repleta de casas caiadas de branco e um indefectível ar colonial espanhol. A esse clima se juntam paisagens bem peculiares pontuadas por dunas, vinhedos e montanhas com picos cobertos de neves.

Com um centrinho pacato e simpático típico das cidadezinhas de interior, Cafayate fica protegida das chuvas (ali, chega a chover apenas 12 mm em alguns anos). Como fica a quase 1.700 metros de altitude, tem clima bastante seco − aliás, beber água o tempo todo é tarefinha básica de quem vai turistar por lá.

Embora muita gente conheça Cafayate só de passagem, a cidade constitui uma excelente base de hospedagem − sobretudo para quem curte enoturismo e propriedades charmosas rodeadas por vinhedos.

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Os vinhos da região, conhecidos também como vinhos de altitude (cultivados entre 1.700 e mais de 2 mil metros), provêm de plantações que se beneficiam dessa mescla curiosa de terra semidesértica (pouquíssima chuva e cerca de 300 dias de sol por ano).

O mais famoso e exportado é o vinho branco da uva Torrontés, considerada uva autóctone da Argentina (embora tenha origem espanhola). Por ali também se produzem Malbecs, Cabernet Sauvignons, Merlots e até Tannats, como no vizinho Uruguai.

Cafayate
Cafayate (foto: shutterstock)

Salta e Jujuy: conhecendo as vinícolas de Salta

A região de Salta nem de longe se compara a Mendoza em termos de produção, mas suas inúmeras vinícolas que abrem para visitas empolgam os amantes de vinho. Aliás, um simples passeio de bicicleta por entre várias delas já constitui um programão.

A mais antiga é a Vasija Secreta, em franca produção local de vinhos desde 1857, com direito a casa colonial e a vista para os Andes. Outras, como a familiar Bodega Nanni, realizam suas degustações em pequenas bodegas no centro de Cafayate. O Museu da Videira e do Vinho pode ser também uma boa opção para quem entende pouco do assunto.

Bodega Nanni
Bodega Nanni (foto: shutterstock)

Uma visita turística simples e gostosa, e com belíssimo visual, é a da Bodega El Esteco, a vinícola anexa ao hotel Pátios de Cafayate. É uma das mais importantes e premiadas vinícolas da região e dona também de alguns dos vinhedos mais antigos.

A visita costuma ser guiada por um dos próprios membros da família, começando com uma caminhada por entre as videiras, seguida de visita ao edifício e pequeno museu da propriedade e terminando, é claro, com uma degustação no pequeno pátio da casa principal.

A parada perfeita para o almoço é no restaurante da Piatelli Vineyards. A casa é tão bem servida dos vinhos que reservar o almoço ali é programa muito mais interessante que fazer um dos tours com degustação. Afinal, o local é inteiramente rodeado de vinhedos e charmosos gazebos e serve comida de primeira qualidade.

Bodega el Esteco
Bodega el Esteco (foto: shutterstock)

De Salta a Jujuy: a terra multicolorida

A província vizinha à de Salta, Jujuy, é certamente uma dobradinha perfeita para quem tem mais tempo para conhecer o Norte do país.

Afinal, rodeada por montanhas multicoloridas, salares e rios cristalinos, a cidade também é território fértil em muito folclore e festas populares (sobretudo em agosto, quando diversas celebrações à Pachamama, a mãe terra segundo a crença andina, acontecem em toda a região).

Pumamarca é uma das principais bases turísticas de quem desbrava as atrações mais importantes da província de Jujuy. Rodeada pelo Cerro de los Siete Colores e também conhecida como coração da Quebrada de Humahuaca, Pumamarca certamente encanta com suas ruazinhas de terra batida e casinhas de adobe.

Purmamarca
Purmamarca (foto: shutterstock)

O que fazer em Jujuy

É de Pumamarca, por exemplo, que partem diariamente passeios para as incríveis Salinas Grandes, também conhecidas como Salar de Jujuy, a 72 quilômetros de distância. De cara, é difícil acostumar os olhos a mais de 12 hectares de muito branco das salinas, contrastando com o céu geralmente muito azul e montanhas multicoloridas.

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A Quebrada de Humahuaca é passeio imperdível.  Suas muitas cores naturais de fato já chamam a atenção de longe, e desde 2003 o local é considerado Patrimônio Cultural e Natural da Humanidade pela Unesco.

Minha parada predileta durante esse cenário foi no mirador Hornocal, a nada menos que 4.170 metros de altitude − e uma vista nada menos que espetacular no horizonte.

Tilcara, a 84 quilômetros de San Salvador de Jujuy, a capital arqueológica da província, é excelente opção para montar base de hospedagem durante a viagem. Além disso, é tida como polo cultural, já que é território repleto de poetas, músicos e artistas em geral.

Para os viajantes, sem dúvida, ganha destaque pelas excelentes lojas de artesanato de todo tipo, além de diversos bares e restaurantes. Aliás, outros povoados, como o simpático El Hornocal, rendem um bom passeio para quem tem mais tempo disponível no destino.

Salar de Jujuy
Salar de Jujuy (foto: shutterstock)

Gastronomia de Jujuy

No roteiro por Salta e Jujuy, percebe-se que a gastronomia é um aspecto muito importante, com destaque para Jujuy, que vai do asado de cordeiro ao gratinado de lhama, por exemplo.

São muitos os saborosos e imperdíveis pratos típicos da região. Aliás, espere também encontrar muito milho, quinoa e batata como acompanhamento. Empanadas e locro (ensopado de milho, feijão e diferentes carnes) são entradas comuns e quesillo com mel, uma das sobremesas mais famosas.

Salta e Jujuy: outras escapadas no roteiro

Colomé é, sem dúvida, a vinícola mais famosa da produção vitivinícola do Norte da Argentina. Nesse rincão argentino, o empresário suíço Donald Hess decidiu combinar suas maiores paixões: vinho e arte. Sendo assim, cultiva vinhos orgânicos a quase três mil metros de altitude, sendo considerada uma das vinícolas de maior altitude do mundo.

A viagem de Salta ou Cafayate até Colomé é longa. Afinal, são três horas de estrada sinuosa de terra batida, mas com cenários de beleza surreal no caminho.

Ao chegar à icônica Colomé, uma mistura curiosa entre o colonial, o contemporâneo e um paisagismo milimetricamente planejado dá o tom: a vinícola divide espaço com um museu que reúne hipnóticas instalações do artista norte-americano James Turrell.

Finalizando o roteiro de Salta e Jujuy, em suma, o programa mais redondinho é visitar a vinícola pela manhã, almoçar em seu excelente restaurante e desfrutar da harmonização com os vinhos da casa conduzida pelo enólogo francês Thibaut Delmotte, terminando a tarde com a visita ao museu.

Vinícola em Cafayate
Vinícola em Cafayate (foto: shutterstock)

Hotéis em Salta e Jujuy

Em nossa viagem por Salta e Jujuy, ficamos hospedados em bons hotéis. Um deles, por exemplo, é o charmoso Legado Mítico. Situado em pleno centro histórico de Salta, o hotel butique conta com serviço super personalizado. Reserve aqui.

Quarto do Legado Mítico. (Foto: reprodução Booking)

Outra boa opção é o Balcón de la Plaza. Bem central em Salta, fica em um casarão colonial e tem quartos confortáveis, com espaço bem razoável. Reserve aqui.

Rodeado por vinhedos, por sua vez, está o Patios de Cafayate. Anexo à vinícola El Esteco, o hotel ocupa um enorme casarão colonial, situado a dez minutos de carro do centro de Cafayate. Reserve aqui.

Patios de Cafayate. (Foto: reprodução Booking)

Além desses, sugerimos o Grace Cafayate Luxuosos, com seus quartos e vilas rodeados por montanhas e vinhedos. Reserve aqui.

Por fim, nossa dica é o hotel Ohasis, que fica no centro de Jujuy e tem spa com massagens, sauna e hidromassagem. Reserve aqui.

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