Combinar El Calafate e Ushuaia em um mesmo roteiro, dividindo uma semana entre ambas, é uma boa e clássica ideia. Afinal, o voo de uma a outra leva apenas uma hora – ainda que alguns mais dispostos se aventurem a dirigir mil quilômetros pela Ruta 40, atravessando o Chile.
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Com 60 mil habitantes, Ushuaia é a cidade mais ao Sul do mundo. Está estrategicamente localizada à beira do Canal de Beagle, um estreito que conecta o Pacífico ao Atlântico ao longo de quase 250 quilômetros. Além disso, é a porta de entrada para o Parque Nacional Terra do Fogo, mais um reduto de bosques, trilhas, lagos e geleiras da Patagônia.
História da região
Apesar das condições climáticas, é longa a história de presença humana na região. Aliás, você pode conhecer mais sobre o passado nos museus localizados no centro da cidade, com o Do Fim do Mundo e o Yámana, por exemplo.
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Um presídio erguido na então periferia do povoado foi, por um bom tempo, a força motriz da economia local. Posteriormente a cadeia foi desativada e o prédio virou um complexo de museus “quatro em um”. Sendo assim, o espaço abriga o Museu Marítimo, que aborda com maquetes e fotografias a história da navegação na área; o Museu Antártico, que expõe modelos de barcos das expedições antárticas; o Museu de Arte Marinha, com acervo de obras regionais; e o Museu do Presídio, que mostra como era a rotina dos detentos e dos funcionários. Aliás, é interessante seguir até o pavilhão que se conserva tal qual naquela época.
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Roteiro por Ushuaia e El Calafate
Mas, se estamos na Patagônia, é ao ar livre que queremos passar nosso tempo – e são essas atrações turísticas que hoje movimentam Ushuaia e seu porto, onde navios atracam durante suas jornadas rumo ao extremo Cabo Horn, ao Chile ou à Antártida, afinal, está só a mil quilômetros dali.
Sendo assim, do Muelle Turístico saem os passeios que exploram o Canal de Beagle – batizado em homenagem ao navio que trouxe Charles Darwin em suas expedições naturalistas. Várias agências localizadas à beira do porto oferecem navegações para ver a fauna que habita as ilhas do canal. Cada uma monta seu próprio itinerário, com pequenas diferenças. Mas basicamente visitam a Isla de los Lobos, onde leões-marinhos se esparramam preguiçosos, e a Isla de los Pájaros, tomada por cormorões nativos da Patagônia.
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Além disso, o roteiro também passa pela ilhota do icônico farol Les Éclaireurs – chamado erroneamente de “Farol do Fim do Mundo”, em alusão à obra de Júlio Verne –, e pode incluir desembarque em algumas ilhas “desertas”, como a Bridges e a H, para caminhadas.
Tour terrestre pelo Ushuaia
Mas, ainda que alguns barcos naveguem nos arredores da Isla Martillo, o interessante mesmo é contratar o passeio terrestre, com caminhada de uma hora na ilha – esta é a famosa Pinguinera, onde, de outubro a abril, vive uma simpática (e fedidinha) colônia de pinguins.
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Afinal, são mais ou menos 16 mil aves – a maioria é da espécie magalhânica, alguns gentoo e pouquíssimos rei. A excursão inclui o traslado ida e volta (dá uma hora e meia até a Estancia Haberton, de onde sai a lancha), e uma visita ao Museu Acatushún, que coleciona carcaças de animais nativos da região, bem como as de baleia, que certamente impressionam pelo tamanho.
Passeio Lagos Off Road em 4×4
Apesar da interação com os bichinhos ser divertida e curiosa, devo dizer que meu passeio preferido foi o Lagos Off Road, em veículos 4×4. Afinal, é um bom jeito de conhecer alguns destaques da região, rumo aos lagos Escondido e Fagnano – com direito a manobras de equilíbrio à beira de um penhasco.
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Além disso, ainda na estrada pavimentada, passamos pelos centros invernais, como o Cerro Castor, que, de junho a outubro, tem esqui a não mais que 1.100 metros de altitude. O nome da estação, aliás, não é por acaso: há castores canadenses vivendo aos montes nos bosques da região.
Continuando o circuito
Em seguida, deixando a rodovia, o circuito off-road em meio ao bosque leva até o grande e belo Fagnano, aos (muitos) trancos e solavancos. Portanto, quem enjoa fácil (e quem vai nos bancos de trás) precisa estar preparado.
A vida não é fácil dentro de um 4×4, mas fica muito boa quando, depois de uma pequena caminhada às margens do lago, chegamos a uma cabana de madeira na qual os guias-motoristas preparam um autêntico churrasco argentino para o almoço, com direito a vinho e à companhia de simpáticas raposinhas.
É mais ou menos como a própria Patagônia: o vento impiedoso e o frio cruel castigam, sim, mas só até que se aviste um lago turquesa, uma montanha sinuosa, uma geleira poderosa.
Outros passeios para incluir no roteiro de Ushuaia e El Calafate
Sobrevoo de helicóptero: o roteiro mais em conta voa por sete minutos sobre a cidade, com vista para o canal e as montanhas. Outra opção, de meia hora, inclui aterrissagem no alto da cordilheira. O valor sai a partir de US$ 99.
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Laguna Esmeralda: cercada pelas montanhas, a lagoa surpreende pela cor das suas águas. Chega-se por trilhas lamacentas, que podem ser feitas por conta ou com guias contratados nas agências, a partir de $ 1.200 (peso argentino).
Cerro Martial: a sete quilômetros de Ushuaia, é possível subir de teleférico (atualmente em manutenção) ou por trilha. Caminhando, chega-se perto da geleira de mesmo nome. Tem pista de esqui no inverno, tirolesa, circuito de bike e arvorismo no verão, além de uma casa de chá fofinha.
Compras em Ushuaia
Ushuaia é uma zona franca, ou seja, livre de impostos. Além da duty-free do aeroporto, há uma, também, na Av. San Martín, a via principal da cidade. Mas não se anime muito: os preços não são assim uma pechincha.
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Onde se hospedar em Ushuaia e El Calafate
Hotéis em Em Calafate
Durante a viagem, fiquei hospedada no La Cantera (Calle 306), que oferece vista para o lago ou para as montanhas e possui quartos estilo chalé com Wi-Fi, além de bar e restaurante. Reserve aqui.
Também gostei do Hotel Kosten Aike (Gobernador Moyano, 1.243), por sua localização privilegiada, perto do centro histórico. O hotel tem quartos amplos, spa, wi-fi livre e estacionamento gratuito. Além disso, a decoração é inspirada nas tradições dos índios tehuelches. Reserve aqui.
Há, também, o hotel Xelena (Rene Favaloro, 3.548), com suítes de 30 m² e camas king size. O hotel dispõe de uma sala de spa, Wi-Fi e espaços gourmet. Reserve aqui.
Hotéis em Ushuaia
Nossas dicas começam pelo hotel Altos Ushuaia (Luis F. Martial, 1.441), que está situado em zona de reserva, a 3 km do centro. A propriedade possui 46 quartos, restaurante e wi-fi gratuito. Reserve aqui.
Ficamos hospedados, também, no Hotel Canal Beagle (av. Maipu, 547) Em frente ao porto de Ushuaia, conta com 58 apartamentos, além de bar, restaurante e spa. Reserve aqui.
Onde comer
El Calafate
Sugerimos o Estancia 25 de Mayo (El Calafate, 9.405) Com show folclórico de música e dança, serve empanadas de entrada, parrillada argentina, bufê de saladas à vontade e panqueca de doce de leite de sobremesa.
Tem também o La Cantera (Calle 306), localizado no hotel de mesmo nome. Serve especialidades como ojo de bife, cazuela de cordeiro e truta arco-íris.
Por fim, outra opção é o Ariskaiken (Gobernador Moyano, 1.423). Situado no hotel Kosten Aike, tem cordeiro patagônico com redução de vinho, bife de chorizo grelhado e roule de truta com lagostim.
Ushuaia
O Bodegón Fueguino (San Martín, 859) tem estilo mais informal e oferece pratos caseiros, com destaque para as carnes (como a de cordeiro) e massas.
Além dele, tem o Pub Ideal (San Martín, 393), com comida típica da Terra do Fogo. O rpub serve centolla, arroz de mariscos, cordeiro e truta.
Por fim, outra boa opção é o La Cravia – Arakur (Cerro alarken, 1), que tem opção de churrasco com bufê de saladas e acompanhamentos à vontadeou menu à la carte, com pratos como ragu de cordeiro, merluza negra e risoto de centolla.
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