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Na trilha do Champanhe, pelo nordeste da França

A 45 minutos de trem de Paris, uma rota permeada por vinhedos e vilarejos medievais revela os segredos e a história do Champanhe.

Reims, França
Reims, França (foto: shutterstock)

Para um vinho ter o nome “champanhe” estampado em seu rótulo, ele deve ser produzido num local específico do nordeste da França, que se chama… Champagne!

Distante 150 quilômetros de Paris, a região torna-se um passeio irresistível para quem está a fim de aproveitar uns dias em clima de campo. Três dão conta do recado, ainda que o bate-volta seja muito comum.

A viagem leva apenas 45 minutos em trem rápido (o TGV) ou cerca de duas horas de ônibus. No entanto, pode valer a pena chegar em carro alugado, que também será bem-vindo na hora de desbravar os atrativos dos arredores.

Acompanhando o Rio Marne, a paisagem champanhesa de vinhedos e vilarejos é Patrimônio Mundial da Unesco. Mais precisamente o conjunto de encostas, caves e lojas que formam a Rota Turística do Champanhe, mais ou menos acompanhando a estrada D26.

São 600 quilômetros de vias demarcadas e sinalizadas, compondo cinco itinerários distintos: Massif de Saint-Thierry, Montanhas de Reims, Vale do Marne, Colinas de Vitry e Côte des Blancs.

Em todos eles, visitar vinícolas e degustar as especialidades da cozinha regional estão entre os principais programas. Noventa mil viticultores atuam por aqui, produzindo independentemente, em cooperativas ou em parceria com as grandes maisons.

Para montar base, a melhor cidade é Reims, que recebe os trens de Paris e de outras cidades da área.

Em primeiro lugar, a produtora mais antiga da região, a Ruinart (foto: divulgação/Ruinart)
Em primeiro lugar, a produtora mais antiga da região, a Ruinart (foto: divulgação/Ruinart)

O que fazer em Reims

A cidade exibe uma orgulhosa coleção de maisons, como são chamadas as sedes das vinícolas produtoras. Algumas das mais famosas são G.H. Mumm, Taittinger, Ruinart e Veuve Clicquot.

Elas contam com tours guiados que, reservados com antecedência, explicam as diversas fases da produção, além de levarem para as caves subterrâneas e para a degustação da obra-prima final.

Para quem está sem carro (disponíveis para aluguel nas imediações da estação central de trem), há agências especializadas em excursões de um dia que combinam visita a vinícolas e vinhedos, degustação e almoço.

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Além disso, os restaurantes de Reims também servem champanhe em taças (corrija-se: flutes) ou em menus de harmonização. A bebida acompanha especialidades regionais, como o escargot champenois, os pés de porco à la Sainte-Ménehould, o jambón (presunto envolto em migalhas de pão) e as famosas mostardas.

Aliás, a cor rosada do champanhe é inspiração até mesmo para o biscuit rose, carro-chefe da confeitaria Maison Fossier – nada mais é que a versão original da nossa boa e velha “bolacha champanhe”.

Entre um gole e outro, reserve um tempinho para visitar a imponente Catedral de Notre-Dame, em estilo gótico do século 13. O local foi palco de coroações da monarquia francesa, tradição iniciada em 496 com o batizado de Clóvis, primeiro rei dos francos.

Em seguida, a G.H. Mumm, também localizada em Reims (foto: divulgação/Mumm)
Em seguida, a G.H. Mumm, também localizada em Reims (foto: divulgação/Mumm)

Guerras Mundiais (curiosidade perto de Reims)

Champagne foi palco de uma série de batalhas e sofreu com os bombardeios da Primeira Guerra Mundial, cujo centenário foi relembrado até 2018 em eventos especiais.

Além de memoriais e cemitérios de veteranos, a região guarda o Centre d’Interprétation Marne 14-18, na comuna de Suippes, que repassa a história em instalações multimídia. Reims, por sua vez, foi palco da assinatura do primeiro Instrumento de Rendição Alemã, que marcou o fim da Segunda Guerra.

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A vizinha Épernay e outros cantinhos

A meia hora de Reims, Épernay também é escolhida como base por muitos turistas. Contudo, a oferta de restaurantes e hotéis é menor, bem como o movimento.

O charme aqui é a rua tida como “a mais cara do mundo”: a Avenue de Champagne, onde se exibem, lado a lado, as mais renomadas maisons do mundo, em châteaux do século 19, como Mercier, Perrier-Jouët e Moët & Chandon, por exemplo.

Vista aérea sobre vinhedos verdes na região de Champagne, perto de Epernay, França. (Foto: shutterstock)

Seus subterrâneos somam, juntos, 110 quilômetros de caves, portanto, imagine o valor total das mais de 200 milhões de garrafas descansando ali…

Agora, é verdade que carro não é essencial nesta viagem, já que as maisons ficam dentro de Reims e Épernay, a distâncias caminháveis. Mesmo assim, quem quiser percorrer as paisagens de vinhedos e ter uma experiência mais imersiva não vai se arrepender de cair na estrada e se embrenhar pelos vilarejos e, acima de tudo, pelo gracioso Hautvillers, conhecido como “o berço do champanhe”.

É aqui que fica a abadia onde o monge Dom Pérignon começou os experimentos na produção de champanhe e onde repousa em seu túmulo desde 1715. Dizem que, ao provar o resultado de seus trabalhos, ele teria afirmado: “Venham rápido! Eu estou saboreando as estrelas!”. Pois então façamos um brinde – de champanhe – a ele.

A Moët & Chandon é uma das mais conceituadas maisons do mundo (foto: shutterstock)
A Moët & Chandon é uma das mais conceituadas maisons do mundo (foto: shutterstock)

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Como nasce um champanhe

Feito com uvas Chardonnay, Pinot Noir e Pinot Meunier colhidas manualmente entre setembro e outubro, o champanhe é um vinho branco espumante que passa por duas fermentações, responsáveis por criar as bolhas de ar.

Vinhedos verdes de Champanhe, França. (Foto: shutterstock)

A segunda ocorre com a adição de uma mistura (liqueur de tirage) de levedura, vinho-base e açúcar já dentro da própria garrafa. Justamente por isso, o vidro precisa ser bem grosso. Já o repouso acontece em adegas subterrâneas, as crayères, a pelo menos 15 metros de profundidade, para garantir a temperatura ideal.

Ali o espumante fica, no mínimo, 15 meses. Os da categoria vintage envelhecem por três anos ou mais.

Em seguida, vem o procedimento para retirar as leveduras mortas (remuage) e o acréscimo de uma mistura com açúcar (dosage) para preencher o líquido perdido no processo. A quantidade de açúcar determinará o tipo do champanhe, como extra-brut, brut, sec ou demi-sec, por exemplo.

Ao estudar o preparo da bebida no século 18, o monge Dom Pérignon perpetuou a mistura de uvas prensadas separadamente, o uso da garrafa de vidro espesso e da rolha de cortiça e o repouso em adegas profundas.

Passeios de bicicleta

Pedalar pelos vinhedos é um programão. Em Reims, a empresa Manu Loca Vélo aluga bikes a partir de € 15 por dia, entregando-as em um raio de até 15 quilômetros. Ciclovias cortam a região, como os 28 quilômetros entre Condé-sur-Marne e Reuil.

Os mais aventureiros podem aproveitar os 11 quilômetros de circuitos para mountain bike na Floresta de Argonne.

Rota de peregrinação

A região de Champagne também é cortada por um dos caminhos de Santiago de Compostela. Sob o nome de Trilha 654, o Caminho de Vézelay (ou Via Lemovicensis) tem aqui marcos importantes para os peregrinos, como as catedrais de Reims e de Châlons.

Enfim, a Taittinger, que leva a visitas incríveis (foto: divulgação/Champagne Taittinger)
Enfim, a Taittinger, que leva a visitas incríveis (foto: divulgação/Champagne Taittinger)

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Paradinhas estratégicas para curtir na rota

Reims

  • Veuve Clicquot: na ativa desde 1772, a maison tem tour com degustação a partir de € 30. veuveclicquot.com
  • Ruinart: esta é a produtora mais antiga da região, fundada em 1729 pelo sobrinho de Dom Ruinart, outro monge estudioso da bebida. A visita com degustação sai por € 70. ruinart.com
  • G.H. Mumm: nas caves da maison fundada em 1827, o tour custa a partir de € 23. mumm.com
  • Taittinger: os passeios que levam para ver as crayères situadas a 18 metros de profundidade custam a partir de € 25. taittinger.com

Épernay

  • Moët & Chandon: em uma das mais conceituadas maisons do mundo, responsável pelo champanhe Don Pérignon e fundada em 1743, as adegas somam 28 quilômetros de extensão. As visitas começam em € 26. moet.com

Parque Natural das Montanhas de Reims

Cortada pela Rota do Champanhe, a área entre Reims e Épernay é uma reserva natural, mesclando vinhedos, colinas e florestas. Entretanto, apesar do nome, a altura das “montanhas” não ultrapassa 280 metros.

Aldeia de Marfaux no parque natural regional da montanha de Reims. (Foto: shutterstock)

Le Phare de Verzenay

20 km de Reims

O antigo farol de 100 anos hoje abriga o Musée de la Vigne, que conta a história da produção de champanhe na região com recursos multimídia. Além disso, o local descortina vistas dos campos a 25 metros de altura.

Farol Le Phare. (Foto: shutterstock)

Châlons-en-Champagne

50 km de Reims

A Veneza de Champagne é conhecida, acima de tudo, por seus passeios de barco em canais e galerias subterrâneas, que combinam paisagens meio urbanas, meio rurais, coroadas por um show noturno de projeções, luzes e sons.

Lac du Der

105 km de Reims

Este enorme lago com 77 quilômetros de orla e rodeado por cidadezinhas é um santuário de vida animal e recanto de lazer para os franceses da região, que vêm pescar, aproveitar uma das seis praias, passear de barco, pedalar, caminhar e, por fim, tentar a sorte no cassino.

Lac du Der. (Foto: shutterstock)

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Onde se hospedar em Reims

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