Como território francês ultramarino, Saint-Martin esbanja tropicalidade à beira do mar azul-turquesa, sem abrir mão da elegância.

França daria muito certo no Caribe. Prova disso é a ilha de São Martinho, que, dividida entre os lados holandês e francês, reúne o melhor dos dois mundos, com a vantagem de ter o mar azul cintilante e o calor sempre ali.
A parte francesa, Saint-Martin, é território ultramarino da França e também do romantismo e do charme expresso nas praias discretas, nos beach clubs elegantes e nos restaurantes que servem peixes da região lado a lado com boeuf bourguignon e temperos caribenhos.
As ruas estreitas e rústicas abrigam casas simples, com moradores papeando nas calçadas em clima descontraído.
E, claro, praia é o motivo principal da viagem, principalmente no pedaço francês, que compõe a maior parte da ilha. Das 37 praias, 25 estão em Saint-Martin, a região ideal para se hospedar quando a ideia é aproveitar ao máximo a paisagem à beira-mar, de natureza muito bem conservada, sem prédios ou qualquer outra interferência de concreto.
As faixas de areia estão escondidas entre morros pontudos, sempre cobertos de muito verde, e são eles que dão um toque único a Saint-Martin. Afinal, enquanto em muitas outras ilhas do Caribe as praias são formadas pelo mar e pela areia, em Saint-Martin, os morros são o enfeite constante que cria enseadas escondidas com todo o jeito de remotas.
St. Barth: O encontro do Caribe com a França
De praia em praia
Orient Bay
Praticamente toda ilha no Caribe tem a sua praia-ícone. No caso de Saint-Martin, é a Orient Bay.
São dois quilômetros de faixa de areia que sintetizam tudo o que se espera de uma praia caribenha: no centro, o clima lembra a Riviera Francesa com beach clubs charmosos, como o Coco Beach e o Waï Plage, que dão o tom sofisticado, com espreguiçadeiras na areia e um horizonte pontilhado pelos paraquedas coloridos do parasailing.

A ponta esquerda, mais rústica, já é sem tanta estrutura, ideal para quem prefere tranquilidade ou mesmo para fazer ioga na areia: professores locais dão aulas personalizadas para todos os níveis. Já a ponta direita é adorada pelos nudistas, uma tradição que atrai principalmente turistas franceses.
Independentemente de aderir ou não, vale caminhar por lá, já que é um dos visuais mais bonitos da ilha: a baía surge inteira emoldurada pelas montanhas cobertas de verde.
Happy Bay
Ela é dos bons segredos de Saint-Martin e só vai quem conhece muito bem a região, afinal, carro não acessa. Para chegar, é preciso fazer uma trilha curta a partir da Friar’s Bay, o que garante a sensação de isolamento. Não tem bares, música nem infraestrutura: só a areia macia, o mar superazul e a vista da vizinha Anguilla no horizonte.

Anse Marcel
A geografia da praia encravada entre dois morros e o acesso por uma estrada sinuosa fazem com que essa seja uma das praias mais bonitas da ilha.
Com tanto sobe e desce, ela acaba sendo um sossego: é frequentada principalmente pelos hóspedes dos dois hotéis de luxo na beira da praia: o Anse Marcel Beach Resort e o Secrets. A tranquilidade somada ao mar sem ondas faz dali um dos refúgios preferidos dos casais em lua de mel

Baie Rouge
A praia está em Lowlands, área que antigamente era só um terreno vazio, onde a criançada ia colher castanhas de caju perto da praia. Hoje, a região é a escolhida por bilionários para terem suas mansões de pelo menos 3 mil m2.
Donald Trump e a família Rockefeller são só alguns exemplos de proprietários por lá.
Entre muros intermináveis delimitando mansões também intermináveis, está a linda praia de Baie Rouge, com suas areias avermelhadas. Apesar da vizinhança bilionária, é lugar acessível para todos. O pessoal adora ir até uma das pontas, onde as rochas formam pequenas piscinas naturais, para mergulhar com snorkel e nadar entre cardumes coloridos.

Grand Case
O mar ali é sem ondas, a faixa de areia é curta e, por isso, é mais uma baía do que uma praia propriamente dita, formando uma piscina perfeita para nadar.
Além disso, Grand Case resume bem a essência de Saint-Martin: é point gastronômico e cheia de hotéis-butique. Tudo está ao longo de uma rua agitada à beira-mar, e é só caminhar pelo píer para ganhar a melhor vista de Grand Case e toda a tranquilidade típica da ilha.

Baie Longue
Essa é a maior praia de Saint-Martin e o quintal dos hóspedes do luxuoso Belmond La Samanna. Mas, como as praias aqui são sempre públicas, não se acanhe e vá visitar. É só parar o carro em um dos acessos e entrar na praia de mar calminho e água azul brilhante.

Îlet Pinel
São só cinco minutos de barco da vila de Cul-de-Sac até a ilhota de Pinel, onde a natureza é intocada e construções não existem. Ela é parte da Reserva Natural de Saint-Martin, mas não é por isso que é lugar parado.
Há dois restaurantes, o Yellow Beach e o Karibuni, que alugam espreguiçadeiras perto da praia. É um lugar onde as famílias e as turmas de amigos adoram ir para tomar coquetéis com os pés no mar. Para quem quer algo mais tranquilo, é só fazer as trilhas que levam até mais duas praias depois do morro. Também não faltam caiaques, pranchas de stand up paddle e snorkel para alugar.

Como chegar
Não há voos diretos do Brasil para Saint-Martin/Sint Maarten. A forma mais rápida e prática é com a Copa Airlines, com conexão no Panamá. Outra opção é ir com as companhias aéreas americanas, como a American Airlines e a Delta, via Estados Unidos. Nesse caso, no entanto, é necessário ter visto americano.
Como se locomover
Alugar carro é quase obrigatório para aproveitar a viagem. Ônibus são demorados e o preço da corrida de um táxi é praticamente o mesmo de uma diária de carro. Como a ilha é montanhosa, as distâncias entre as praias são grandes, mas, ainda assim não se levam mais de 20 minutos de uma praia a outra.
No lado francês, há estacionamentos gratuitos e com vagas o suficiente perto das praias e dos restaurantes. Já no lado holandês, é mais difícil achar vagas. Não há controle de fronteira entre os dois lados da ilha.
Quanto tempo ficar
Pelo menos cinco dias para aproveitar a maior parte das praias e sem pressa.
Quando ir
Em Saint Martin é quente o ano inteiro, mas a melhor época é de fevereiro a junho, quando não chove. Já de junho a setembro é a época de furacões, ainda que eles não aconteçam todo ano (atenção para o pico em setembro).
Caso vá no fim do ano, a época de chuva não chega a atrapalhar os passeios, já que são chuvas rápidas que não duram o dia todo. Além disso, é bom saber que, de janeiro a abril, os preços são mais altos e a ilha fica mais cheia, por conta dos europeus que fogem do frio nesse período.
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