Golfinhos nadando livremente, fins de tarde matadores, mirantes com vistas de endoidecer e praias para se esquecer da vida justificam a fama do arquipélago Fernando de Noronha, no Pernambuco.
Neste conteúdo você vai ver:
- Biodiversidade em Fernando de Noronha
- Como ver os golfinhos
- Atrações em Noronha
- Praias de Fernando de Noronha
- Onde comer
- Onde se hospedar
- Quando e como ir para Fernando de Noronha
- Como se locomover pela região
- O que você precisa saber antes de viajar
Todo mundo sabe: Fernando de Noronha, no meio do Atlântico, ostenta algumas das praias mais desejadas do Brasil. Trata-se de uma bela proeza, dado que estamos falando de um país com mais de 7 mil quilômetros de litoral.
Mesmo no parâmetro mundial, o arquipélago, onde tudo é superlativo, não fica atrás: suas águas figuram entre os destinos de mergulho mais perfeitos do planeta e
sua Praia do Sancho é considerada uma das mais lindas.
Não importa quantos dias você fique em Noronha, sempre parecerá pouco tempo, e você irá embora sonhando com algumas horas a mais. Afinal, há muito o que se ver, dentro e fora d’água.
A vantagem é que a ilha principal é relativamente pequena (são apenas 26 km²), então, como os deslocamentos são curtos, é possível fazer uma trilha ao nascer do dia, conhecer uma piscina natural pela manhã e depois curtir mais de uma praia até o pôr do sol, tudo no mesmo dia.
Mas fica o alerta de que o bacana por aqui é relaxar e entrar na vibração
relax deste pedaço de paraíso tão brasileiro. Então tire o pé do acelerador e aproveite!
A biodiversidade de Fernando de Noronha
A biodiversidade do arquipélago, que faz parte de um parque nacional marinho (Parnamar Noronha), engloba mais de cem espécies de peixes. É possível, em poucas braçadas, avistar raias-manteigas, raias-pintadas e cardumes de diversas cores, além de tartarugas, polvos e tubarões.
Sua costa ainda abriga um grupo com mais de 3 mil golfinhos rotadores – a maior colônia fixa do gênero em todo o Atlântico. De acordo com Amanda Cristina da Silva, pesquisadora do projeto Golfinho Rotador, acredita-se que eles vivam em torno de uma cadeia montanhosa submarina próxima, deslocando-se para a ilha principal para executar comportamentos naturais.
O projeto tem um trabalho sério e contínuo de conservação, proteção e monitoramento desses animais desde 1990, com patrocínio da Petrobras, atuando também com envolvimento comunitário, pesquisa, educomunicação ambiental e sustentabilidade.
Como ver os golfinhos
Há muitas formas bacanas para ver golfinhos de perto em Noronha, sem desrespeitar as regras de proteção e sem estressar os animais.
Uma delas é de canoa havaiana, em passeios que saem ao nascer do dia e retornam pela Praia do Porto por volta das 8h, horário com maior probabilidade de encontro com os mamíferos. A primeira empresa a fazer o passeio na ilha é a Noronha Canoa Clube, gerenciada pelo casal Bárbara e Danilo. Ele era integrante, aliás, do projeto Golfinho Rotador, e a remada vem acompanhada de uma lição bonita sobre o mar.
Outra opção nessa mesma proposta é o passeio de caiaque com fundo transparente, no qual dá para ver os animais passando por baixo da pequena embarcação. É praticamente uma experiência tête-à-tête com eles, já que vão apenas duas pessoas a bordo e a proximidade com a água é total.
Há apenas uma empresa na ilha e que só tem dois caiaques, portanto, essa é uma atividade que deve ser agendada com antecedência. Tem ainda a travessia a nado de dois quilômetros, a partir da Praia do Porto até a do Cachorro, que deve ser feita com guia.
Aqui, quem der sorte pode conseguir não só ver os golfinhos, como também ouvi-los se comunicando entre si – uma experiência emocionante! Por último, há a bicicleta aquática, uma novidade bem recente em Noronha.
Atrações em Noronha
Os passeios de barco convencional são a aposta certeira não para ver golfinhos, mas sim para conhecer as praias do arquipélago.
Há um vasto leque de opções, sendo que o chamado Entardecer VIP é o mais procurado. Além de uma volta pela costa do Mar de Dentro e parada para ver o fim de tarde com churrasco de peixe, o tour inclui a prática de “aquaplana”, em que a pessoa é rebocada pelo barco, segurando em uma pranchinha dentro d’água.
Trilhas também são uma boa pedida para rodar pelas praias, principalmente para quem gosta de se movimentar. Tem a do Capim-Açu, que vai até a Praia do Leão; a da Costa Esmeralda, que passa pelas praias do Bode, Quixaba e Cacimba do Padre; e a Costa Azul, que parte da Vila dos Remédios e passa pelas praias do Meio e Conceição.
Passeios e trilhas
Também a pé, percorre-se pela areia toda a costa do Mar de Dentro em cerca de uma hora. Começa pela Praia da Cacimba, a mais extensa de Noronha e um de seus cartões-postais. É lá que fica o Morros Dois Irmãos, e também é onde estão as melhores ondas para o surfe, com formações tubulares que, por conta do vento entre outubro e março, podem atingir cinco metros de altura – a chamada época de swell.
Da Cacimba, sai a trilha para a Baía dos Porcos, com águas esmeralda e cercada por um paredão de pedra. Na maré vazante, a água fica mais cristalina. Depois, tem a Praia do Sancho, considerada uma das mais lindas do Brasil e do mundo, não à toa. Com uma colina cor de laranja de um lado e o mar turquesa de outro, ela faz par – te do Parnamar Noronha.
O acesso é feito por uma escada estreita, através de uma fenda, e é preciso pagar uma taxa de acesso. Assim, a praia nunca fica cheia.
Uma dica para quem quiser ficar praticamente sozinho por ali é montar base na ponta esquerda. Outras praias belíssimas são a do Meio e da Conceição, emolduradas pelo Morro do Pico. Lado a lado, ambas contam com estrutura de barracas e guarda-sol.
Praias e mais praias…
Seguindo pela areia a pé, chega-se à Praia do Cachorro, a mais movimentada, que tem acesso também pela Vila dos Remédios, o centrinho da ilha. Ela costuma ficar bem cheia e tem música alta, mas ainda assim é gostosa.
Além da vista linda, tem duas piscinas naturais nas pedras: a Lasca da Velha e o Buraco do Galego. Menos movimentadas são as praias do Bode e do Americano, ambas com vista para o Morro Dois Irmãos. Na primeira, há uma estrutura mínima de barraca; na segunda, não há nada: é a Noronha de anos atrás.
A vizinha Praia do Boldró seguiria na mesma linha, mas há um bar polêmico sendo erguido no local, que destoa do resto das construções da ilha, com muito cimento causando poluição visual na encosta verde. Aliás, nos últimos três anos, uma série de construções grandes – hotéis e restaurantes – foi liberada em Noronha, descaracterizando a ilha em função de um turismo que pode, futuramente, trazer desordenamento e degradação ambiental.
Praia do Porto
Já a Praia do Porto tem água mais turva, mas é onde a possibilidade de ver tartarugas e raias aumenta. Inclusive, é lá que o pessoal do Projeto Tamar costuma fazer a captura das tartarugas diante do público.
Além disso, existe um naufrágio bem perto da costa, que exibe bastante vida marinha para quem faz mergulho de cilindro – dá até para passar pela chaminé do navio!
Outra possibilidade é fazer o mergulho embarcado, mas leva mais tempo, normalmente uma manhã inteira. Já a Praia do Sueste é onde ficam os tubarões e, para evitar ataques, não se deve ir sem guia nem no fim do dia. A Praia do Atalaia, por sua vez, é uma piscina natural considerada berçário marinho, e para entrar é preciso ir com guia e hora marcada.
Onde comer em Noronha
O Bar do Meio é um point imperdível: além da vista para o Morro do Pico, ele seduz com uma das melhores cozinhas da ilha, capitaneada pela chef Carolina Judacheski. Entre as delícias, tem o risoto puxado com gengibre, abacaxi e leite de coco e o peixe cozido ao molho de laranja com risoto de abóbora e erva-doce. A casa ainda tem shows que vão das 15h30 às 20h, do reggae à sofrência.
Na mesma linha de restaurantes perfeitos para o fim de tarde, tem o Mergulhão, ao lado do porto. A vista é de tirar o fôlego e alcança até o Morro Dois Irmãos, com o Morro do Pico no meio.
Mas, diferentemente do agito do Bar do Meio, aqui o ambiente é mais tranquilo e contemplativo. A comida também é sensacional, com delícias como bolinho de bobó de camarão, coalho empanado coberto com melaço de cana e raspas de limão e camarão na moranga.
A gastronomia de Noronha
Aliás, a gastronomia de Noronha vem provando um boom nos últimos tempos. A mais quente novidade é o Abençoado, dos mesmos donos do Mergulhão. Fica na entrada da Praia da Cacimba, com menu de frutos do mar (peça a moqueca) para provar sem tirar o pé da areia, uma delícia de lugar.
Outros endereços afiados para comer bem são o Pico (prove o risoto de camarão e as rabanadas com doce de leite), o Cacimba Bistrô com sua famosa moqueca e a melhor isca de peixe da ilha e os restaurantes das pousadas Triboju e Nannai, ambos abertos ao público, com pratos de peixes e frutos do mar.
Para manter o orçamento sob controle, há opções mais econômicas, que não prescindem de sabor, como o restaurante Jacaré e os quiosques Recanto das Garças e Tia Regina, na Praia do Porto, todos servindo fartos PFs durante o almoço.
Onde se hospedar
Da mesma forma, há boas opções de hospedagem acessíveis, como a Casa Swell, melhor hostel da ilha e que, hoje, conta também com suítes privativas e café da manhã.
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O clima é alto astral e festivo, com música e bar, sob os cuidados das sócias Maga Buonafina e Luciana Schroden. Ocupando dois casarões na Vila do Trinta, o hostel é uma opção tanto para viajantes solo que buscam amizade, como para casais e famílias.
Na categoria intermediária, está a pousada Delmares, com um perfil bem família, ótimos quartos, café da manhã, excelente localização, hidromassagem e uma nova piscina.
É uma das propriedades mais antigas de Noronha, e quem comanda o espaço é o simpático Pedro Henrique Costa, que a modernizou recentemente, mantendo no visual o DNA da ilha.
Já para uma hospedagem mais exclusiva, a melhor pousada-butique é o Nannai, que, além de bangalôs maravilhosos (todos com varanda e vista para a Praia do Leão), tem ainda um conceito de sustentabilidade e de conservação da natureza que faz toda a diferença.
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A água é reutilizada, há energia solar e eólica, e passarelas suspensas evitam que a circulação dos hóspedes prejudique a vegetação nativa. O café da manhã é um capítulo à parte, com bolos, tapiocas, waffles, frutas de todos os tipos, pães feitos na hora e outras maravilhas.
Como chegar e quando ir para Fernando de Noronha
A Azul, que opera mais de 150 rotas no Brasil, oferece cinco voos diários de Recife para Noronha e vice-versa. O primeiro deles chega na ilha às 9h40 e o último sai de lá às 16h15. Recentemente, a companhia Voepass também começou a operar o trecho Recife-Noronha.
Para quem gosta de um mar calminho, o ideal é viajar entre o mês de março e começo de outubro, levando em conta que, de março a agosto, pode chover. Para os surfistas, a melhor época é entre o mês de outubro e começo de março, quando entra o swell e as ondas sobem.
Como se locomover
Só existe uma rodovia, que liga o norte e o sul da ilha. O transporte público funciona com ônibus a cada 30 minutos.
Custa R$ 5, mas circula apenas nessa rodovia e não vai até as praias. Da estrada até o mar, é preciso caminhar bastante debaixo de sol forte. Uma boa opção é alugar um bugue (média de R$ 350/dia) ou picape 4×4 (R$ 1.800). Mas fique que atento às blitz de Lei Seca, inclusive nos pontos de saída dos mirantes de fim de tarde.
Uma alternativa é o táxi (trechos mais caros por R$ 55), mas o inconveniente é que não há sinal de celular em todos os lugares da ilha, e pode não ser possível chamar o motorista.
O que você precisa saber antes de viajar:
Fernando de Noronha é dividida em duas partes, sendo uma área de proteção ambiental (APA), onde a circulação é livre, e outra protegida como parque marinho (onde ficam as praias do Sancho, Leão, Atalaia e Sueste).
O acesso requer uma carteirinha especial, que tem validade de dez dias e custa R$ 179 para brasileiros. Para obtê-la, é preciso ir à sede do ICMbio na ilha. Há também a TPA (Taxa de Preservação Ambiental), cobrada de acordo com o tempo que você passar na ilha, começando em R$ 87,71 para um dia. O pagamento pode ser feito pelo site noronha.pe.gov.br.
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