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Conheça Belmonte, aldeia portuguesa onde viveu Pedro Álvares Cabral

Castelo em que o navegador morou na infância está aberto para visitação. Museu dos Descobrimentos e do Azeite são outros atrativos em Belmonte.

Centro histórico da Vila de Belmonte, em Portugal
Centro Histórico de Belmonte. (Foto: shutterstock)

Pedro Álvares Cabral, o herói das navegações portuguesas, nasceu em 1467, em Belmonte, vila situada na região central de Portugal, na Serra da Estrela.

Distante 300 km de Lisboa, cerca de quatro horas de carro, Belmonte é uma parada providencial. Especialmente para o viajante brasileiro que tem a chance de conhecer mais sobre o “descobridor” do Brasil.

De origem nobre, o navegador morou até os 12 anos na aldeia, antes de se mudar para a corte portuguesa, na capital. Durante sua infância, Pedro viveu em um pomposo castelo amuralhado, que é a principal atração da vila. 

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Como é o Castelo de Belmonte

Fachada do castelo de Belmonte
Pedro Álvares Cabral morou no Castelo de Belmonte na infância (foto/divulgação)

Aberta para visitas, a fortaleza de 600 anos ostenta em sua torre as bandeiras de Portugal, da União Europeia e do Brasil. As bandeiras simbolizam a aliança construída entre as nações há 6 séculos.

O castelo não é um museu, mas sedia exposições temporárias que contam mais sobre a história do navegador e suas descobertas. Além de ter um anfiteatro a céu aberto que sedia eventos especiais.

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Mesmo sem ter um acervo, conhecer o interior do castelo é interessante. Isso porque as vistas, a partir da muralha, são belíssimas para toda região. Sem contar que na torre ficam expostos artefatos arqueológicos da época romana.

Assim, o visitante pode andar pelos ambientes, ler sobre curiosidades nas placas informativas e conhecer mais sobre a infância do navegador português.

Antes de virar castelo, a antiga fortaleza servia como um forte para proteger a região. Foi o rei D. Afonso V que fez a doação do conjunto a Fernão Cabral I, que o transformou em sua residência.

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A construção passou por uma série de reformas até virar a casa oficial da família Cabral. Entre as alterações está a inclusão de janelas panorâmicas em estilo Manuelino (arte decorativa iniciada no reinado de D. Manuel I e que marcou profundamente a estética e arquitetura portuguesa).

O Castelo de Belmonte fica aberto de terça a domingo, das 9h às 12h30 e das 14h às 17h30.

Outras atrações em Belmonte

Para organizar e aproveitar melhor o passeio pela aldeia, que apesar de pequena é cheia de cantinhos, o ideal é deixar o carro em frente ao Castelo e sair andando.

Isso porque o estacionamento é gratuito e caminhar pelas ruelas, contornadas por casinhas de pedra ao estilo das construções da Serra da Estrela, é um passeio super gostoso.  

Estátua em homenagem a Pedro Álvares Cabral (foto/divulgação)

Umas voltinhas por ali e logo surgem mais lugares relacionados à época do descobrimento. Entre elas, a estátua de Pedro Álvares Cabral que decora a pequena praça da vila.

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O curioso é que, no ano em que a estátua foi inaugurada, em 1963, Juscelino Kubitschek foi ao evento e aproveitou a oportunidade para discursar, mesmo não ocupando mais o cargo presidencial.

Ao lado da estátua, os dizerem da carta de Pero Vaz de Caminha sobre a descoberta da Terra de Vera Cruz, escrita em 22 de abril de 1500, estão grafados em uma pedra.

Museu dos Descobrimentos em Belmonte

Interior de uma caravela é uma das salas expositivas do Museu dos Descobrimentos
Interior da Museu dos Descobrimentos ( foto/divulgação)

Parada obrigatória para todo brasileiro que vai até Belmonte, o Museu dos Descobrimentos faz uma retrospectiva dos 500 anos da história do Brasil.

Ele é dividido em diversas salas interativas que começam mostrando a saída da esquadra portuguesa em busca de um novo mundo até terminar nas diversas expressões culturais do povo brasileiro.

A visita é bem interessante e envolve o visitante em diferentes atividades. Peca, apenas, no tom suave, quase descompromissado, de como aborda temas cruéis como a escravidão e o extermínio dos indígenas. 

Mais atrações na aldeia

Outra coleção que merece uma espiada é o Museu do Azeite. A ideia da mostra é apresentar o passo a passo da produção – desde a colheita das azeitonas até o envasamento.

O museu é dividido em três pisos e traz um panorama da história do azeite e sua influência no mundo, além da trajetória em Portugal.

Um olival na área aberta é um dos destaques do lugar. O valor do ingresso é de 1,5 e a atração também está contemplada no ingresso 5 museus de Belmonte .  

Centro histórico de Belmonte com ruas e construções em pedra
Centro histórico de Belmonte com ruas e construções em pedra ( foto/divulgação)

Se tiver tempo, acrescente também no roteiro o Ecomuseu do Zêzere – dedicado a mostrar a fauna e flora que brotam nas margens do Rio Zêzere.

O mais famoso rio da região nasce na Serra da Estrela, a 1.900 metros de altura, e trilha um percurso de 248 quilômetros até desaguar no Tejo.  

Antes de deixar Belmonte faça uma última visita relacionada a Cabral indo até a Igreja de Santiago.

Ponto de parada dos peregrinos que fazem o Caminho Português de Santiago de Compostela, a pequena igreja tem uma Pietá feita em granito em seu interior e murais que simbolizam São Tiago e São Pedro. Anexo fica o panteão da família Cabral, onde estão enterrados os pais de Pedro.  

Herança e cultura hebraica

O passado de Belmonte é fortemente ligado às histórias do povo judeu, que chegou a região no período da Idade Média. Assim, acredita-se que a primeira sinagoga foi construída em 1297, posteriormente adaptada ao culto cristão. 

A antiga judiaria é delimitada pelas ruas Direita e Fonte da Rosa, e inscrições nas paredes das casas testemunham a história desse povo obrigado a viver em segredo.  

A herança judaica é forte em Belmonte
Fachada da Sinagoga Bet Eliahu (foto/divulgação)

É possível fazer uma visita também à Sinagoga Bet Eliahu (mediante agendamento).  O Museu Judaico foi reaberto e a coleção traz uma reunião de peças da Idade Média ao século 20 utilizadas por judeus e cristãos novos durante os cultos religiosos.

Onde se hospedar

Suíte com vista para a serra no Hotel Casa de São Lourenço
Vistas panorâmicas para a serra, a partir das suítes, são o destaque do Hotel Casa de São Lourenço (foto/divulgação)

Belmonte faz parte das atrações de quem conhece a região da Serra da Estrela. Um dia ali é o suficiente para conhecer seus atrativos e caminhar por suas charmosas ruelas.

Dessa forma, é mais vantajoso se hospedar em Manteigas, com mais opções de acomodações e que serve como base para explorar toda a região.

Em Manteigas fica o único hotel cinco estrelas da Serra da Estrela, a Casa de São Lourenço – Burel Panorama Hotel. Antiga pousada São Lourenço, aberta há 70 anos, o hotel ganhou design inspirado nas belas vistas da serra e no burel.

O burel é o tecido feito a partir da lã extraída das ovelhas bordaleiras, que caiu no gosto de decoradores e arquitetos em todo o país.

Ou seja, é o burel que reveste a parede da sala de lareira, decora o teto do restaurante, as almofadas da sala-de-estar, as poltronas dos quartos, as mantas da cama…

Ele não é apenas um elemento decorativo, mas forma o próprio conceito da hospedagem, tanto que a visita à fábrica (Burel Factory) faz parte da lista das atividades oferecidas. 

Burel Panorama Hotel é a segunda unidade hoteleira da cadeia Burel Mountain Hotels. Faz parte do grupo ainda a Casa das Penhas Douradas e a Burel Factory.  Estrada Nacional 232, km 49,3, Manteigas.

Confira mais opções de hospedagem na Serra da Estrela

Onde comer em Belmonte

Um antigo alambique foi convertido na Casa do Castelo, um restaurante para os entusiastas da comida portuguesa que fica coladinho ao Castelo de Belmonte

É um casarão com janelas brancas e salão acolhedor com paredes de pedra e mobiliário de madeira.

O menu não foge em nada da tradicional comida portuguesa. Arroz de patovitela assada, cabrito grelhado, ensopado de borrego (ovelha) e polvo à lagareiro. Entre as especialidades está a carne de javali.

Já para quem quer petiscar e gastar menos, o Fio de Azeite Taberna tem um clima gostoso com mesinhas na parte de fora. Conta com entradinhas clássicas como alheiras de caça, chouriço, morcela, tábua de queijo da região ou gambas (camarão) ao alho.

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