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Como planejar uma viagem para Turquia: o que fazer, onde se hospedar e mais!

A Turquia é um lugar de dicotomias: dividida entre Ocidente e Oriente, carrega um tanto de cada lado em sua personalidade. A modernidade cosmopolita convive com maravilhas otomanas e bizantinas em Istambul, enquanto as ruínas da Antiguidade em Izmir casam perfeitamente com as paisagens insólitas da Capadócia.

Foto: Go Turkiye

Ela é como aquela senhora de alma jovem. Bem vivida, com uma das mais longas e importantes histórias do mundo, mas ainda assim é alegre, moderna e abre portas aconchegantes de cafeterias, rooftops e hotéis escavados em rochas.

Esparramada entre a Europa e a Ásia, ela acaba se dividindo também entre a história antiga e a vida contemporânea, o que resulta em uma identidade multicultural única e fervilhante, sobretudo em Istambul.

Ali, em meio ao horizonte tomado por cúpulas de igrejas e minaretes de mesquitas, os arranha-céus observam o agito cosmopolita nas ruas, nas lojas e nos restaurantes.

De quebra, o passado deixou como herança para a Turquia mais ruínas clássicas do que na Grécia e na Itália.

Mas a Turquia realmente não parou no tempo: entre mesquitas, colunas e teatros, brilham cidades limpas e organizadas, moradores animados por todo lado e uma ótima infraestrutura para o turista, com hotéis e restaurantes de primeira.

Skyline de Istambul. (Foto: Go Turkiye)

Quem viaja entre Istambul, a Capadócia e Izmir é presenteado com o que a Turquia tem de melhor: as muitas riquezas, sejam os patrimônios históricos, sejam os naturais.

O sortudo turista que roda por esse que é um dos países mais importantes para a história do mundo vê de ruínas e mesquitas milenares a praias e formações rochosas surreais.

Prepare sua viagem para Turquia

Algumas informações são essenciais para planejar uma viagem para a Turquia, bem como a moeda utilizada no país, fuso horário e documentos. Veja a seguir:

  • Moeda: Lira turca (kr)
  • Fuso horário: Seis horas a mais em relação ao Brasil
  • Documentos: Vacinas não são necessárias, nem visto para estadias de até três meses.

Como chegar

O aeroporto de Istambul recebe voos diretos de São Paulo com a Turkish Airlines ou com conexão em capitais europeias com a Latam e a British, por exemplo.

Ainda há voos do Brasil com paradas em Dubai com a Emirates ou em Doha com a Qatar. De Istambul, saem voos para Izmir e para Kayseri e Nevsehir, na Capadócia.

Como se locomover

Para viajar de uma região a outra na Turquia, o ideal é ir de avião, pois as distâncias são grandes e o preço das passagens internas não costuma ser alto.

Em Istambul não é necessário alugar carro, pois a região turística é compacta e o transporte público é eficiente. Já na Capadócia, o carro dá maior liberdade para rodar por conta própria entre as vilas, assim como em Izmir, onde dirigir facilita a ida a Pamukkale e Éfeso.

Quanto tempo ficar

O ideal é no mínimo dez noites, mas com mais tempo você consegue aproveitar melhor. A Turquia é um país grande e devem-se levar em conta os deslocamentos entre o centro e o aeroporto e as horas de antecedência para embarcar.

Quando ir

Para evitar o calor extremo, os preços altos e a multidão de turistas, a melhor época para estar na Turquia no geral é de abril a meados de junho, além de setembro e outubro, épocas em que a temperatura em Istambul fica entre 21° C e 26° C.

Na Capadócia, como os balões são impulsionados por ar quente, quanto mais frio melhores são os sobrevoos, e o outono e a primavera amenos já são vantajosos para isso.

No inverno há chances de pegar bastante neve, e voar de balão sobre a paisagem nevada é um privilégio, mas há mais chances de o passeio não sair por conta das condições meteorológicas.

Onde dormir

Istambul

O elegante hotel-butique Régie Ottoman ocupa um prédio de tijolos todo renovado, que já foi uma fábrica de tabaco, a 300 metros do Bazar de Especiarias. Seu restaurante, o Ocak, está recomendado no Guia Michelin.

Com vista para o mar, o cinco estrelas Mula Hotel fica a dez minutos a pé da Praça Sultanahmet.

Capadócia

O Luvi Cave Hotel fica dentro de uma caverna em Göreme, com quartos elegantes e banheiros cercados de pedras claras, oferecendo vistas sensacionais para a cidade e o céu pontilhado de balões a partir de um gostoso terraço.

O Cappadocia Gamirasu Cave Hotel ocupa um antigo retiro monástico da Era Bizantina, com piscina a céu aberto e 35 quartos de design.

Izmir

O Izmir Marriott Hotel fica no calçadão, com design moderno, piscina, sauna e rooftop. Bicicletas gratuitas estão disponíveis.

O Key Hotel ocupa, na orla, um prédio da década de 1950, que já ganhou prêmio de arquitetura.

O que fazer na Turquia

Istambul

Há 15 milhões de habitantes na cidade turca às margens do Estreito de Bósforo, mas, diferentemente de Londres, São Paulo ou Nova York, é difícil sentir essa dimensão logo de cara.

É que a região mais turística, o bairro de Sultanahmet (Península Histórica), é compacta, o que não quer dizer que não haja uma infinidade de atrações.

Estreito de Bósforo. (Foto: Go Turkiye)

Afinal, a hoje metrópole foi importante desde sempre, como capital do Império Romano do Oriente, do Império Bizantino e do Império Otomano.

Todo turista começa o passeio por Istambul pela praça Sultanahmet, já que é ali onde estão os dois ícones da cidade, ou mesmo da Turquia: a Hagia Sofia (Santa Sofia) e a Mesquita Azul, uma de frente para a outra.

Skyline de Istambul. (Foto: Go Turkiye)

LEIA TAMBÉM: Um roteiro entre Istambul e Capadócia

Hagia Sofia

A Hagia Sofia nasceu como igreja quase 1.700 anos atrás, em 360 d.C. Depois, virou basílica no século 6o e foi transformada em mesquita quase mil anos mais tarde, em 1453, durante o período otomano. Nesse tanto de transformações, ainda se tornou museu nos anos de 1930 e desde 2020 voltou a ser usada como mesquita.

Os pilares de mármore, os mosaicos dourados, os candelabros, o piso de mármore e o domo imponente vão revelando, no maior jogo de luz e sombra, não só a incrível mistura dos símbolos cristãos e muçulmanos aqui e ali, mas também a sua imponente imensidão.

Mesquita Azul

Depois de se energizar com tanta grandiosidade, é só atravessar a praça para, do outro lado da Hagia Sofia, visitar a Mesquita Azul, construída de 1609 a 1616 a mando do Sultão Ahmet. Por dentro, a ostentação reina.

Ela é decorada com cerca de 20 mil azulejos azuis, todos vindos de Iznik, cidade famosa pela produção dessas peças de cerâmica durante o período do Império Otomano. Mais de 50 tipos de tulipas estão representados nos azulejos. São essas flores também que estampam o enorme tapete vermelho.

Regras de visitação

As visitas são permitidas fora dos horários de oração, que acontecem cinco vezes ao dia. E atenção à vestimenta: nada de shorts, decotes, vestidos, saias curtas, roupas justas e sapatos à mostra.

Mulheres também não devem exibir os cabelos, por isso leve um lenço na bolsa. Ainda assim, lenços são distribuídos na porta, bem como sacos para enrolar os sapatos.

Praça Sultanahmet

A praça Sultanahmet, onde está tudo isso e onde muçulmanos rezam e turistas passeiam, também tem história. Era endereço do antigo hipódromo, lugar onde os romanos se divertiam fazendo corridas com bigas puxadas por quatro cavalos, e o centro social e de entretenimento de Constantinopla (antigo nome de Istambul durante o período bizantino).

Com capacidade para 100 mil pessoas, foi uma das maiores estruturas de todo o Império Bizantino. O hipódromo era marcado na entrada por quatro cavalos de bronze que, saqueados durante as cruzadas, são vistos hoje não pelos turistas na Turquia, mas pelos que estão em Veneza, mais exatamente na Praça San Marco.

A pista original é outra que não está mais no campo de visão dos visitantes: está dois metros abaixo do solo. Mas o que ainda dá para ver daqueles tempos é o Obelisco de Teodoro, monumento egípcio de 3.500 anos que foi trazido para enfeitar o hipódromo.

Ninguém fica triste de não poder descer aos subterrâneos da praça para ver o antigo hipódromo. É que uma outra atração cumpre bem a função: a Cisterna da Basílica, um impressionante reservatório de água construído em 532, ocupando uma área de 10 mil m².

Cisterna da Basílica. (Foto: shutterstock)

São corredores e mais corredores entre colunas e mais colunas de mármore e granito (exatamente 336 colunas, de nove metros de altura cada, incluindo a que tem uma medusa de ponta-cabeça na base).

Doceria Hafiz Mustafa

Depois, uma boa ideia é andar até a doceria Hafiz Mustafa para uma pausa na história. Na verdade, não tanto. A doceria elegante inaugurada em 1864 na Rua Hamidiye faz questão de manter o ambiente de quase 160 anos atrás, com colunas revestidas de madeira e paredes de azulejos.

Hoje com diversas lojas espalhadas pela cidade, entrega um mundo de opções de doces turcos, como a baklava (massa folhada com de nozes), o lokum (conhecido como deleite turco) e o pudim de pistache, além do potente café turco, que injeta energia para um dia todo de andanças.

Isso porque a bebida não é filtrada, tem moagem ultrafina e leva uma proporção maior de pó em relação à água.

Compras na Turquia

Grand Bazaar

Ainda na toada de que a área mais turística de Istambul é compacta, você consegue ir a pé da Mesquita Azul até outro ponto essencial da cidade: o Grand Bazaar, a 850 metros da Praça Sultanahmet, um dos maiores e mais antigos mercados cobertos do mundo.

Grand Bazaar. (Foto: Go Turkiye)

Esse, que foi um precursor dos nossos shoppings atuais, foi construído em 1455 para ser um bazar de joias e tecidos. Hoje em dia continua requisitado: são 4 mil lojas espalhadas por um labirinto com 61 corredores e 21 portões, vendendo pashminas, cafés, luminárias, especiarias, louças e joias. A regra ali é pechinchar, mas, ainda assim, por ser tão turístico, você pode não sair no lucro.

Bazar de Especiarias

Mais barato do que o Grand Bazaar é o Bazar de Especiarias, que, desde 1663, ocupa os arredores da Nova Mesquita, no centro de Istambul. Entre temperos, condimentos, nozes, pistaches, frutas secas, azeitonas e doces coloridos (tudo com direito a provinhas), você ainda encontra as clássicas pashminas e luminárias.

Bazar de Especiarias (Foto: Go Turkiye)

Nele é mais fácil de se localizar. Tem só quatro saídas e está na beira do Estreito de Bósforo, o que é perfeito para combinar com mais um clássico de Istambul: o passeio de barco pelo Bósforo. É o que enfim dá a dimensão de Istambul e nos faz estar na Ásia e na Europa em uma diferença de minutos.

Entre os dois continentes

Istambul é a única cidade do mundo que se divide entre dois continentes, mas, para ir de um a outro, é preciso atravessar a ponte de 1.560 metros que liga a Ásia à Europa ou então fazer o passeio de barco.

Os turistas podem até reservá-lo com antecedência, mas também não faltam empresas oferecendo o tour: é só caminhar nos arredores do porto de Eminönü e contratar na hora mesmo.

Como observar o Estreito de Bósforo

Parece observar o Estreito de Bósforo, aposte no palácio Topkapi, construído de 1460 a 1478, logo depois da conquista de Constantinopla em 1453. Serviu de moradia para os sultões otomanos e também de sede para o Império Otomano, e só por aí já fica clara a riqueza lá dentro.

Tanto que foi transformado em museu em 1924 para exibir muitos tesouros, sejam eles joias, porcelanas, armaduras ou vestimentas.

Reserve pelo menos duas horas para o palácio, primeiro porque tem cerca de 80 mil m2 e, segundo, porque não dá para parar de reparar nos detalhes do jardim, das portas, colunas e janelas.

São cerca de 300 quartos, que hoje em dia apresentam relíquias como um manto sagrado do Profeta Maomé e até um cetro que dizem ser de Moisés.

Além disso, os cômodos preservam parte da decoração original, especialmente no setor do harém. Com ingresso pago à parte, essa área privativa onde o sultão vivia exibe tapetes, vitrais, azulejos, murais, lareiras, camas e sofás.

DICA BÔNUS!

Hoje em dia o lugar da diversão e do movimento em Istambul é a rua de pedestres İstiklal Caddesi. Tudo o que você quiser vai encontrar por lá: cafés, bistrôs, bares e as lojas europeias mais famosas, tudo instalado em mansões, palácios e embaixadas do século 19.

Uma maneira de ver a rua sem cansar é subindo no bonde com jeitão de antigo, que percorre toda a avenida em 15 minutos, seguindo entre as praças Taksim e Tünel.

Capadócia

A fama da Capadócia tem motivo. O cenário fica no centro da Turquia, mas nem na Terra parece estar: é um sem-fim de rochas pontudas, esculpidas por lava, vento e chuva, entre vales e penhascos.

Elas também foram sendo moldadas pela ação do homem, que desde 1800 a.C. vem escavando igrejas e casas, que agora estão transformadas em “hotéis-caverna”. Vistas de longe, as rochas parecem ter pontinhos e mais pontinhos. De perto, são portas e janelas.

A região se estende com essa paisagem surreal por cerca de 5 mil km2. É formada por 15 cidades ou vilas, e as principais atrações estão na área entre Avanos, Nevşehir, Derinkuyu e Ürgüp, com a maior estrutura para o turismo em Göreme e Ürgüp.

Aliás, Göreme é a melhor cidade para se hospedar para fazer o famoso sobrevoo de balão na Capadócia. Mas não vá pensando que vai encontrar uma grande cidade: Göreme soma apenas 2.500 habitantes.

E é bem graciosa: é daqueles lugares com uma rua principal com restaurantes bem arrumadinhos, hotéis, lojas de suvenires e agências oferecendo os passeios de balão.

Voo de balão

Ir à Capadócia e não voar de balão é como ir a Nova York e não ver a Estátua da Liberdade. Embora os passeios sejam oferecidos de monte pela cidade, a dica é chegar já com sua reserva feita.

Isso porque os balões só voam com a condição climática perfeitamente favorável e, caso não aconteça no primeiro dia, você ainda terá os outros dias para conseguir fazer o sonhado passeio.

Balões sobrevoam os vales da Capadócia. (Foto: Go Turkiye)

Outra dica para aproveitar melhor é contratar uma empresa que não leve tanta gente no cesto. É o caso da Royal Balloon. Enquanto a maioria das empresas costuma voar com 32 turistas, a categoria mais básica da Royal Balloon faz o passeio com até 16 pessoas.

Já a categoria mais alta, a Royal King Flight, voa somente com até seis passageiros para garantir conforto, exclusividade ainda maior e fotos garantidas sem galera em volta.

LEIA TAMBÉM: 6 destinos para fazer sobrevoo de balão

Qual o melhor momento para voar de balão na Capadócia?

O melhor momento para voar é antes do nascer do sol, quando o ar está mais frio. Por isso, prepare-se para madrugar. Uma van o buscará no hotel ainda no breu da noite e levará até a base da empresa, onde um belo café da manhã espera os passageiros com tudo a que se tem direito: de omeletes a frutas, pães, geléias e pastas turcas.

É preciso aguardar o anúncio do serviço metereológico da Turquia para garantir que as condições climáticas estejam ideais para o voo de balão.

Com o grupo aliviado pela confirmação, é hora de ir até o cesto. E, se alguma vez você já ouviu que nem dá para sentir quando o balão sai do chão, pode acreditar que não é história.

O cesto é alto e o voo acontece devagar, praticamente planando. O piloto faz a função de guia e vai também contando a história das formações rochosas vistas lá embaixo.

Mas não tem história que consiga competir com a visão no momento do nascer do sol: o céu aos poucos se tornando rosado, com todos aqueles balões coloridos pontuando o cenário, e, abaixo, as rochas em formato de cones como se fossem de outro mundo.

Depois de 75 minutos sobrevoando na maior paz, é hora de aterrissar. E, na Royal Balloon, uma mesa servida com espumante, morangos com chocolate, cookies e suco, em frente àquelas rochas pontudas, coroa o passeio.

Outras atrações na Capadócia

Voar de balão praticamente virou sinônimo da Capadócia, mas não é a única atração na região. Os vales e as incríveis construções moldadas nas pedras costumam ser conhecidos em um tour clássico oferecido pelas agências, mas é possível também rodar por conta própria de carro alugado.

Vale da Imaginação

Camelos, galinhas, um beijo entre pássaros, golfinhos ou o que mais a imaginação permitir são apontados pelos guias como formatos das rochas no vale Devrent, também conhecido como Vale da Imaginação.

Göreme Open Air Museum

Outro dos mais conhecidos pontos da Capadócia que está nos tours é o Göreme Open Air Museum, área declarada como patrimônio da humanidade pela Unesco, onde capelas, mosteiros e igrejas são bem diferentes do que costumamos ver por aí: são escavados nas rochas desde o século 4o, inclusive com pinturas nos tetos e nas paredes, como resultado das atividades monásticas que prevaleceram em Göreme até o século 13.

Igreja no Göreme Open Air Museum. (Foto: Go Turkiye)

Muitas das cores e desenhos daquela época foram apagados pelo sol ou pela depredação de outros povos, mas ninguém fica sem ver pelo menos uma parte das pinturas. Hoje em dia, estão estampadas nas pedras aquelas feitas no século 15.

Vale do Amor

No mesmo dia, ainda sobra tempo para ir até o Vale do Amor, com mirante para admirar as formações rochosas coníferas da Capadócia, conhecidas como “chaminés de fada”. O nome da atração parece mágico, mas vem mais exatamente das tantas rochas em formato fálico que se esparramam pelo vale.

Chaminés de fada na Turquia. (Foto: Go Turkiye)
Castelo de Uçhisar

A construção mais imponente da Capadócia é outro ponto que deve fazer parte de qualquer viagem: o Uçhisar Kalesi (Castelo de Uçhisar). Como a maioria dos castelos europeus, esse também está no pedaço mais alto da região e pode ser visto de longe, mas as semelhanças param aí.

Castelo de Uçhisar. (Foto: shutterstock)

Com 120 metros de altura, é todo esculpido na rocha. Usado como abrigo em séculos passados, forma um complexo de cavernas interligadas, com salas, capelas, mosteiros e até refeitórios, tudo entre túneis e labirintos que ajudavam a fugir na hora da invasão.

Cavernas rendem hospedagens charmosas na Capadócia. (Foto: Go Turkiye)

Entrar não é mais permitido, mas estar diante de andares e mais andares cavados naquela rocha vulcânica já vale e muito a ida até lá.

Melhor ponto para ver o pôr do sol na Capadócia

Ainda que esse seja o ponto mais alto da Capadócia, o lugar para ver o pôr do sol é outro: o com título pouco imaginativo, Sunset Point, em Göreme. Se você estiver hospedado no centro da cidade nem precisa de carro para ir até o topo.

Anoitecer em Göreme. (Foto: Go Turkiye)

É só subir a pé prevendo tempo suficiente para admirar uma cena única: o céu se apagando e as luzes das casas e prédios se acendendo. Com o belo diferencial de que, na Capadócia, as luzes não vêm de janelas no concreto, mas sim em rochas que brilham ainda mais com o cair da noite.

Izmir

Terceira maior cidade da Turquia depois de Istambul e Ancara, Izmir tem lá seus 8.500 anos de história, mas isso não fez com que ela parasse no tempo.

Izmir alcançou o blend perfeito entre as ruínas ancestrais e arquitetura moderna, tudo entre seu calçadão animado à beira do Mar Egeu e as montanhas que emolduram a cidade de 4,3 milhões de habitantes.

Baía de Izmir, Turquia. (Foto: shutterstock)

Primeiro passeio: Kordon

É uma boa começar o passeio pelo Kordon, o calçadão enfeitado por palmeiras que é também ponto de encontro dos moradores, especialmente no fim do dia, quando o pessoal vai até lá ver o pôr do sol e aproveitar o clima mediterrâneo – mesmo no inverno, as temperaturas raramente caem abaixo dos 11°C.

Bicicletas podem ser alugadas para percorrer a orla ou tem quem prefira só caminhar vendo as muitas balsas que atravessam o Mar Egeu, pontuando aquele azul vibrante.

Museus para visitar

É ao longo do Kordon que estão ótimos museus, como o Atatürk Museum, o Zübeyde Hanım Museum Ship e o Arkas Art Center. O primeiro ocupa um lindo casarão de 1875 e exibe os quartos, salões, biblioteca e outros aposentos do presidente Kemal Atatürk, que fundou a Turquia moderna na década de 1920.

Já o Zübeyde é um museu flutuante, isto é, um navio com 50 metros de comprimento que ensina sobre a marinha turca. E o pequeno Arkas Art Center traz exposições temporárias em uma casa imponente de 1906. Gratuito, é só entrar – mas, até setembro de 2024, está fechado para renovações.

Tanto quanto a orla, é cartão-postal de Izmir a enorme praça Konak, com sua Torre do Relógio, feita em 1901 para celebrar os 25 anos da ascensão do sultão Abdul Hamid II ao trono. A plataforma toda em mármore branco, a estrutura talhada em pedra e os 25 metros de altura provam por que ela é mesmo um símbolo da cidade.

Bazar de Kemeralti

Você vai estar do lado de um dos bazares mais importantes do país, o labiríntico Kemeralti, que se estende da praça Konak até a ágora (espaço público das antigas cidades-Estados gregas).

Rua Kemeralti. (Foto: shutterstock)

A prova da mistura tradicional e contemporânea de Izmir: há desde os peixeiros e sapateiros vendendo os frutos de seu trabalho até o tradicional artesanato turco, como cerâmicas, carpetes e porcelanas.

Tudo isso entremeado de cafés, restaurantes e até cinemas. Perder-se e reencontrar-se faz parte da experiência, mas procure alguns destaques, como o armazém de 1744 Kızlarağası Hanı e o mercado de produtos agrícolas na rua Havra (Rua das Sinagogas), a antiga região judaica.

Área arqueológica de Ágora de Izmir

Depois, é hora de ir à Ágora de Izmir, a área arqueológica a céu aberto que foi o centro administrativo, judicial e comercial da cidade no século 4o a.C. Destruída por um terremoto no ano 178, foi reconstruída no Império Romano.

Colunas, arcos, câmaras abobadadas, cisternas… Tudo está ali nessa que foi uma das primeiras escavações da República da Turquia, em 1932.

Ágora de Izmir. (Foto: shutterstock)

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Gastronomia turca

Depois desse dia dedicado a explorar as construções de Izmir, guarde um tempo para explorar a gastronomia local. Entre as especialidades locais, está o kumru, sanduíche com queijo tulum, tomate ou presunto.

Você o encontra em vários lugares da cidade, mas, se puder vá até o Kumrucu Apo, que serve kumru desde 1970 e é adorado pelos moradores.

Outro petisco é o boyoz, salgado levado para Izmir pelas famílias judias espanholas que chegaram no século 17 fugindo da inquisição.

Mas claro que você também consegue comprar amostras frescas ao longo do dia: considere as lanchonetes Alsancak Dostlar Fırını, 25 Saat Gece Boyozcusu ou Dostlar Boyoz Fırını.

Já o doce de Izmir é a bomba, massa recheada com pasta de chocolate. Prove na padaria Çelebi Unlu Mamüller, aproveitando a bomba de calorias sem culpa nas agradáveis mesinhas na calçada.

+ Dicas de passeios em Izmir

Éfeso

Uma das sete maravilhas da Antiguidade, o Templo de Artêmis, completado em 550 a.C., fica na antiga cidade de Éfeso, cujas ruínas greco-romanas são Patrimônio Mundial da Unesco.

Templo de Artêmis na Turquia. (Foto: Go Turkiye)

Hoje o sítio arqueológico faz parte de um distrito de Izmir, Selçuk, a 83 quilômetros do centro. São oferecidos muitos tours de dia inteiro ou você pode também pegar um transfer privativo, táxi ou o trem.

Apesar de ser mais cansativo, a vantagem do trem é que você vai chegar no centro de Selçuk, onde está o ótimo Ephesus Museum, e ter a chance de se aprofundar na história. Além do Templo de Artêmis, também são monumentais e impressionantes construções como a Biblioteca de Celso, o teatro com capacidade para 25 mil pessoas, a Ágora e o Templo de Adriano.

Em Éfeso também ficava uma das chamadas Sete Igrejas da Revelação, citadas no Novo Testamento. A quatro quilômetros de Éfeso, mais um tesouro: a Casa da Virgem Maria, onde, para os cristãos, a mãe de Jesus teria vivido até a assunção.

Pamukkale

Pamukkale já era adorada pelos romanos desde o século 2o a.C., mas vem ganhando cada vez mais fama graças ao cenário instagramável. Fica no distrito de Denizli, a 223 quilômetros de Izmir e a 573 quilômetros de Istambul.

O termo Pamukkale significa em turco “palácio de algodão” e não tem nome melhor. O que leva tanta gente a esse vilarejo é a falésia de carbonato de cálcio que cria um ambiente praticamente saído dos sonhos: a montanha é tão branca quanto a neve e, dela, águas termais escorrem como cachoeiras e se acumulam em bacias naturais, criando inúmeras piscinas entre aquele branco todo.

Tudo fica ainda mais surreal quando as águas refletem a cor do céu e se pintam de azul.

Pamukkale. (Foto: Go Turkiye)

Para subir a falésia é preciso estar descalço e, até de perto, é difícil acreditar que aquilo não é neve: é só quando se colocam os pés na rocha que vem a sensação inesperada de que pisar ali não congela os pés.

Patrimônio Mundial da Unesco, Pammukale é na verdade um complexo que inclui também as incríveis ruínas da cidade de Hierápolis, construída no século 2; o bem conservado teatro romano com capacidade para 12 mil pessoas; e a piscina de Cleópatra, onde, com ingresso pago à parte, você pode nadar no mesmo lugar que uma das mulheres mais famosas da Antiguidade.

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