Parece até uma daquelas histórias de pescadores, sobre faixas de areia isoladas e baleias que se erguem diante da proa do barco. Entretanto, esses cenários desenham um roteiro de história e belas paisagens pelo extremo sul da Bahia.
Caravelas é o ponto de partida, a 250 km de Porto Seguro. Considerada uma das cidades mais antigas do país, fundada em 1503, ela é um dos municípios que formam a Costa das Baleias.
Além de ser aquele tipo de lugar para ver a maré descer sem pressa, é, também, o lugar que passa longe da abordagem comercial agressiva de outros locais turísticos da Bahia.
Porém, quem chega a Caravelas parece só ter uma única direção: o Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, a 70 km da costa baiana.
Criado no início dos anos 1980 como o primeiro parque nacional marinho do Brasil, Abrolhos possui mais de 91 mil hectares.
Dicas de hotéis em Caravelas
Marina Porto Abrolhos
A 11 km do centro, o hotel tem amplos bangalôs de dois andares. Além disso, todos eles são projetados no estilo da Polinésia. Veja fotos e o preço da diária aqui.
Abrolhos Dive Inn
Com estrutura para a prática de esportes aquáticos, o hotel oferece também bicicletas gratuitas. A recepção está aberta 24 horas e o hotel oferece transfer para o aeroporto. Opções de café da manhã continental e sem glúten estão disponíveis todas as manhãs no Abrolhos Dive Inn. Veja fotos e o preço da diária aqui.
Casa Rosa – Mar Doce de Abrolhos
Esta casa de temporada possui quartos com wi-fi gratuito e vista para o rio. Para quem gosta de praticar atividades ao ar livre, dá para fazer trilhas a pé e pesca, por exemplo. A Casa Rosa – Mar Doce de Abrolhos dispõe de 2 quartos, cozinha com micro-ondas e geladeira, além de 3 banheiros com banheira ou chuveiro, itens de banho gratuitos e máquina de lavar roupa. Veja fotos e o preço da diária aqui
Pousada das Sereias
Esta pousada dispõe de quartos com ar-condicionado e também para famílias. Os hóspedes têm à sua disposição um restaurante e um bar, além de um jardim e wi-fi nas acomodações. Veja fotos e o preço da diária aqui
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Baleias jubarte em Abrolhos
Durante a temporada de baleias jubarte, entre julho e novembro, os animais deixam as águas frias da Antártida para se reproduzirem na região de Abrolhos.
“O ambiente de águas rasas e aquecidas, entre o extremo sul da Bahia e o norte do Espírito Santo, é perfeito para a criação dos filhotes”, explica Eduardo Camargo, diretor executivo do Projeto Baleia Jubarte.
E se aqueles gigantes marinhos sempre lembram a rota migratória, certamente o turista que os vê diante dos olhos nunca mais esquece.
Tem baleia debaixo das embarcações, nas laterais, erguendo-se diante da proa, dando saltos que permitem ver até 2/3 de seu corpo e, por fim, exibindo nadadeiras que parecem acenar para quem está embarcando.
O destino abriga, inclusive, uma antiga estação que produzia óleo de baleia para ser usado nas lamparinas da cidade e até na construção civil.
No centro histórico de Caravelas, os casarões do século 19, assim como as paredes da Igreja Matriz de Santo Antônio, foram erguidos com óleo de baleia.
O que fazer em Abrolhos?
As embarcações turísticas saem de Caravelas e fazem uma viagem que varia de três a quatro horas até Abrolhos.
O arquipélago é formado por cinco ilhas, mas apenas em uma é permitido o desembarque de visitantes. Na Ilha Siriba, por exemplo, é possível fazer uma curta caminhada sob orientação rígida dos monitores do ICMBio.
Os poucos que encaram a longa viagem até lá, entretanto, têm uma recompensa: um mar de águas cristalinas e uma simpática população de grazinas e atobás brancos, que fazem seus ninhos ao longo da trilha.
Algumas agências que operam em Abrolhos têm autorização especial para desembarque de passageiros na Santa Bárbara, ilha que fica fora da área do parque nacional e não permite desembarque de turistas.
Essa é, aliás, a maior de todo o arquipélago e serve, inclusive, de moradia temporária para cientistas e militares. Neste local, o maior atrativo é o farol.
Funcionando desde 1861, a construção tem alcance luminoso de mais de 80 km de distância e pode ser acesa pelo próprio turista nas visitas guiadas de final de tarde.
Quem faz os passeios de um dia pode realizar, também, atividades como observação de aves, snorkeling e mergulho de batismo com cilindro, por exemplo.
Mergulho em Abrolhos
Se para Charles Darwin as ilhas de Abrolhos eram “de um verde brilhante”, mergulhar por ali é entrar em um mundo de tons únicos.
Feitos apenas com a supervisão de um condutor cadastrado pelo parque, os mergulhos permitem ver de perto a estrutura que assustou navegadores nos séculos passados: os chapeirões.
Únicas no mundo, essas formações são colunas de corais que emergem do fundo do mar, em forma de cogumelos gigantes que podem chegar a 35 metros de altura.
Uma delas é o Chapeirão Faca Cega, um dos pontos de mergulhos menos explorados, por causa da dificuldade da operação.
Durante os mergulhos com cilindro, por exemplo, é possível visitar naufrágios históricos da região, como o cargueiro alemão Santa Catharina, abatido por uma embarcação inglesa em plena Primeira Guerra Mundial.
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Para viver tudo aquilo sem pressa, em um destino que não conta com estrutura turística como hotéis ou restaurantes, a melhor opção é embarcar em um dos liveaboards que operam no arquipélago.
São barcos com roteiros exclusivos para mergulhadores e acompanhantes que contam com estrutura como cabines, banheiros, praça de mergulho, tripulação especializada e todas as refeições ao longo de três dias de navegação.
Na Horizonte Aberto, os catamarãs abrigam até 12 pessoas e contam com saídas diárias para mergulho, intercaladas com passeios extras, como as visitas às ilhas Siriba e Santa Bárbara.
Além do mais, a cada retorno do fundo do mar, sempre tem uma mesa posta com frutas e bolos, feitos ali na embarcação. Ou seja, experiência completa.
Em um mesmo dia, dá para ver o o sol pintar a Ilha de Santa Bárbara, mergulhar entre corais, fazer snorkel em águas turquesas da ilha Siriba e muito mais.
E isso porque ainda têm mais dois dias inteiros de exploração em Abrolhos.
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