Roteiro pela África do Sul reúne história em Joanesburgo, vida selvagem nos safáris, belezas da Cidade do Cabo e visita às vinícolas de Cape Winelands.
Para chegar à África do Sul é fácil: a porta de entrada é Joanesburgo, que está a apenas oito horas de voo de São Paulo – é o mesmo que ir para Miami, por exemplo.
Aliás, o país é seguro, vibrante, receptivo e com infraestrutura cada vez melhor. Certamente os parques e reservas para fazer safáris protagonizam os roteiros de quase todos que vão ao país. Mas você verá neste post o que fazer na África do Sul além do clássico.
O que fazer na África do Sul: Joanesburgo
Como mulher negra, na África do Sul, tive uma sensação de pertencimento como em poucos lugares no mundo, especialmente em Joanesburgo.
Afinal, é nítida a receptividade e a diversidade nacional. A cidade tem personalidade e cultura de sobra para preencher pelo menos dois ou três dias do roteiro.
Mas, para se locomover, saiba que o transporte público não é das melhores opções. O Uber, por outro lado, funciona que é uma beleza e tem preços bacanas.
Museu do Apartheid
Comecei o roteiro no Museu do Apartheid, que aborda o sistema racista sul-africano, extinto no começo dos anos 1990. Aliás, se quiser se aprofundar mais no assunto, visite o Constitution Hill, complexo de uma antiga prisão entre os bairros de Braamfontein e Hillbrow.
O tour pelas áreas de cárcere é pesado, intenso, provando que os tempos do apartheid foram superados, mas jamais serão esquecidos.
Em Joanesburgo, não deixe de explorar a região hipster de Parkhurst, com lojas de bebidas, restaurantes e inúmeras butiques bacanas.
Outro bairro com pegada descolada e criativa é Maboneng, mais ao Sul, também chamado por alguns moradores de “bairro dos criadores”, pois há muitos jovens designers e estilistas instalados por ali.
O espaço ArtsonMain é ótimo para bater perna em busca de barraquinhas de comida, produtos orgânicos e grifes locais. Para jantar, o Koi é uma boa pedida.
Aliás, se conseguir pegar um final de semana na cidade, melhor, pois o roteiro fica ainda mais recheado.
O mercado gastronômico Neighbourgoods Market, por exemplo, só rola aos sábados. Já aos domingos, o negócio é perambular pela Mandela Square, onde há uma estátua enorme do ativista. Lá tem uma feirinha de artesanatos e comidas locais bem interessante.
O que fazer na África do Sul: Mkuze
Para chegar em Mkuze, a partir de Joanesburgo, um voo de uma hora da South African Airlines leva até Richards Bay. Dali, foram mais 150 quilômetros até o hotel Ghost Mountain Inn (também dá para chegar via Durban, a 350 quilômetros de distância), local que serviu como base para os safáris.
É quase automático pensar no Parque Nacional do Kruger quando se fala de safári na África do Sul.
No entanto, a região está bem longe de ser a única, e um exemplo claro disso são os parques nos arredores da cidade de Mkuze, como no Parque Nacional Hluhluwe-iMfolozi. Ali encontrei seis rinocerontes logo de cara, além de leão, elefante, búfalo e leopardo.
Primeiro de tudo, é bom saber que fazer safári tem o fator sorte envolvido, pois você pode ver muitos animais num dia e no outro quase nenhum. E como é sempre bom dar aquele empurrãozinho na sorte, fique pelo menos três noites para conseguir fazer diversos safáris e ter ainda mais chances de ver os bichos.
Nesta viagem, ficamos fora da reserva em si, no hotel Ghost Mountain Inn & Safaris. Com uma ampla área verde, piscina, spa e quartos recém-reformados, nem parece ter mais de 50 anos de existência. A propriedade ainda organiza diversos tipos de safáris e tours.
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Passeios para fazer em Mkuze
UMkhuze Game Reserve
Das savanas aos pântanos, a reserva tem diversos habitats. Leões, rinocerontes e búfalos estão na lista de animais que podem ser admirados, por exemplo, junto com guepardos, mais de 450 espécies de pássaros e outros animais.
Safári a pé na Fig Forest
São duas horas de caminhada pela floresta. Um ranger vai à frente e explica que podemos ou não ver animais. A verdade é que vi apenas aves. De qualquer forma, a caminhada revela árvores gigantes de 450 anos, o Rio Mkhuze em meio a pontes e até uma estrutura tipo casa na árvore para ver toda a área de cima. Então, vale o passeio.
NightdriveRhino Rino Lodge
Para ter outra percepção da região sul-africana, o passeio começa à hora em que o Sol está se pondo, depois das 17h. A trilha sonora é o som da floresta. O foco é encontrar animais de hábitos noturno, como os leopardos.
Passeio de barco no Lago Jozini
Durante a navegação, é possível ver animais dentro e fora da água, como hipopótamos. Ao fundo do lago estão os montes Libombos, uma cordilheira vulcânica que se estende por parte da província de KwaZulu-Natal.
O que fazer na África do Sul: Durban
Saindo de Mkuze, são 350 quilômetros de estrada até Durban. As vias são boas e há alguns postos de serviço pelo caminho. Durban faz o viajante esquecer que está na África do Sul: eis a maior comunidade indiana fora da Índia em todo o mundo.
Mas a cultura sul-africana não se ofusca nem por um segundo em meio ao caldeirão indiano: ela se funde, tanto no artesanato quanto na gastronomia. Ou seja, aqui o prato típico é o bunnychow, curry de carne, frango, cordeiro ou vegetais servido dentro de um pão sem miolo.
Hare Krishna do Entendimento
Quando o assunto é espiritualidade, o templo Hare Krishna do Entendimento tem um mestre de plantão trazendo lições de vida. Porém, há mais da Índia em Durban do que provam os curries.
Durban ganhou os holofotes em 2010, ao sediar jogos da Copa do Mundo em seu novíssimo estádio Moses Mabhida, com capacidade para 70 mil pessoas. Entretanto, mais que sediar shows de música ou servir apenas de cartão-postal, a arena hoje conta com algumas atrações para chamar visitantes.
Além disso, outro destaque em Durban é conhecer o uShaka, um aquário na Golden Mile que se julga o maior do Hemisfério Sul, onde você pode chegar perto de um tubarão.
Seguindo viagem para Cidade do Cabo
São duas horas de voo a partir de Durban para chegar a capital legislativa da África do Sul. O destino conta com montanhas, praias e paisagens inconfundíveis.
A infraestrutura também empolga com restaurantes de todas as partes do mundo, noite animada e hotéis para diferentes orçamentos.
Visitamos a Table Mountain, uma das sete maravilhas naturais, a mais de mil metros acima do nível do mar. De teleférico, o viajante alcança o topo em poucos minutos. Mas, para quem quer aventura, outra opção é encarar as trilhas que cortam o monte.
Já de volta à terra firme, uma boa pedida certamente é relaxar nas praias locais, como as quatro praias de Clifton, principalmente a 4th Beach e, um pouco mais adiante, a praia de Camps Bay , que está entre as mais populares para turistas e locais.
Além disso, outros locais que também merecem um tempo são o Iziko South African Museum, que aborda história natural, ciência humana e marítima, e a South African National Gallery, com acervo que destaca artistas sul-africanos.
Agora, uma região muito instagramável e com uma história igualmente rica é o bairro de Bo-Kaap, com suas casas de cores vibrantes.
Aliás, se decidir investir numa refeição mais elaborada na região, a dica é seguir para o restaurante do Belmond Mount Nelson Hotel. Já para quem quer mais agito, a boa da vez é perambular pela Long Street, ainda na região central.
Bate-voltas a partir da Cidade do Cabo
Veja pinguins em Boulders Beach
Uma praia a 40 quilômetros da Cidade do Cabo, que é colônia das aves em perigo de extinção.
Conheça o Cabo da Boa Esperança
A 70 quilômetros da Cidade do Cabo, trata-se de uma península rochosa. Por ali compensa conhecer o farol de Cape Point para admirar o cenário a mais de 200 metros acima do nível do mar.
Descubra o West Coast National Park
A 90 quilômetros da Cidade do Cabo, combina área para ver animais com trilhas, praias para banho e para fazer kitesurfe, bem como rotas para andar de bike e belas paisagens.
Explore a Robben Island
Foi nesta pequena ilha que o ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela permaneceu preso durante 18 dos seus 27 anos de cárcere. Hoje, a cadeia se transformou em museu.
Próximo destino: Cape Winelands
Com mais de 600 vinícolas, a África do Sul é um dos países que representa o Novo Mundo da produção de vinho. Afinal, nos arredores da Cidade do Cabo, a região de Cape Winelands reforça este potencial ao reunir cidades que se estabeleceram com a bebida e o enoturismo.
Algumas delas são Stellenbosch, Durbanville e Paarl – esta última foi nossa base, a 60 quilômetros da Cidade do Cabo. Aliás, vale a pena alugar um carro e reservar pelo menos dois dias na região para fazer os passeios.
Spice Route Winery
Além da vinícola, este complexo compreende uma série de lojas e restaurantes, com destaque para o Bertus Basson. Depois de comer, faça a degustação de vinho Spice RouteWines, prove as criações da loja De Villiers Chocolate ou vá bater papo enquanto prova uma cervejaria da Cape Brewing Company.
Vergenoegd Löw Wine Estate
Seus vinhos são premiados e estão entre os melhores da região, mas a vinícola ficou mesmo conhecida pela DuckParade – um desfile de patos. Ou seja, dezenas de aves são utilizadas como controle natural de pragas nos vinhedos e, diariamente, são soltas para uma espécie de desfile que atrai muitos visitantes.
Fox Croft
O restaurante desvia um pouco dos sabores tradicionais sul-africanos. Algumas das estrelas do cardápio são as ostras fresquinhas, o beeftartar, bem como o amusse de couve-flor e o cordeiro com polenta.
O Fox Croft fica bem pertinho da Cidade do Cabo, então funciona como uma boa parada na ida ou na volta da região vinícola.
Onde se hospedar na África do Sul
JOANESBURGO
Radisson Blu Hotel Sandton
A dez minutos de caminhada da Mandela Square, tem quartos modernos e funcionais, além de bar no deque da piscina, academia e restaurante. Wi-Fi e café da manhã em bufê estão inclusos na hospedagem.
MKUZE
Ghost Mountain Inn & Safaris
Conta com restaurante que celebra os sabores da região, piscinas, spa e acomodações espaçosas mesmo nas primeiras categorias. De quebra, promove saídas para safári a partir do hotel.
DURBAN
Southern Sun Elangeni Maharani
Pertinho da praia, tem todos os quartos voltados para o mar e uma piscina com vista panorâmica. Conta também com bares e restaurantes, além de serviço de quarto 24 horas.
CIDADE DO CABO
Belmond Mount Nelson Hotel
Aos pés da Table Mountain, é um complexo com vários prédios e tipos de acomodações, entre clássicas e mais modernas. Seu restaurante e bar são populares mesmo entre locais, assim como spa. Conta ainda com duas piscinas, quadras de tênis e espaço kids. D
Onde comer
JOANESBURGO
- Nice on The 4th: Mesinhas ao ar livre, decoração fofa e cardápio repleto de pães, bolos e cafés para um brunch.
- Koi Sandton: Sushis e pratos orientais dividem a atenção com porções de tacos e costelinhas para compartilhar.
- Neghbourgoods Market: Feira gastronômica com várias opções de doces e salgados, de lanches a pratos mais elaborados.
- Butcher Shop & Grill: As carnes, como contrafilé e costela, são as estrelas da casa.
DURBAN
- The Ocean Terrace: No sofisticado Oyster Box Hotel, serve pratos de influência indiana como o ótimo frango tandoori e o bufê de curry.
- California Dreaming: Porções de frutos do mar, hambúrgueres e diversos drinques são servidos no deque. Já seu terraço tem menu mais elaborado.
- Moyo uShaka: Combina sabores indianos e sul-africanos em porções de carne, frutos do mar e lanches.
CIDADE DO CABO
- V&A Food Market: Praça de alimentação com opções de sushi, carnes e pratos vegetarianos, além de lojas de bebidas e produtos gourmet.
- The Signal: Celebra os sabores sul-africanos em cardápio democrático com peixes, massas, carnes e frutos do mar. Fica no elegante hotel Cape Grace.
- Lord Nelson: Ingredientes frescos dão o tom do menu degustação com dois, três ou quatro pratos.
- Black Sheep: Descolado bar-restaurante, serve desde carne de caça como cudo até alternativas vegetarianas. O menu muda de acordo com a disponibilidade de ingredientes.
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