No interior paulista, a cidade de Holambra celebra a herança deixada pelos imigrantes holandeses, mantendo as tradições na ponta da língua. Ainda conta com canteiros floridos e perfumados o ano inteiro.
O orelhão é em forma de tamanco, o mirante é um moinho de vento, o ponto de ônibus, o pronto-socorro e até a farmácia seguem os traços e as cores da arquitetura colonial dos Países Baixos.
Isso sem falar que há flores por todos os lados. O orgulho de ter sido colonizada pelos holandeses está expresso em cada esquina de Holambra, estância turística a 128 km da capital paulista.
A história volta para 1948, quando os primeiros imigrantes começaram a chegar ao interior de São Paulo, a partir de um acordo entre os dois países: enquanto o Brasil entrou com as terras, a Holanda ficou responsável pela mão de obra.
Assim, centenas de agricultores deixaram sua pátria devastada pós Segunda Guerra em busca de um recomeço na América.
O grupo acabou se instalando, enfim, na antiga Fazenda Ribeirão, local que marca a fundação de Holambra. Ao contrário do que parece, a ideia inicial não era plantar flores, mas criar gado.
Então o cultivo de plantas veio mais tarde, somente nos anos 1960, mas acabou virando a principal atividade econômica. Hoje, Holambra responde por 40% de toda a produção de flores e plantas ornamentais do Brasil. Os números lhe renderam o título de Cidade das Flores.
Os campos cultivados, somados à herança ainda latente dos imigrantes, ajudam a atrair os turistas, que chegam tanto para um passeio de bate-volta como para esticar um pernoite. Separamos as principais atrações, organizadas por distância, para você curtir Holambra ao máximo!
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Moinho Povos Unidos
Construído em 2008 para celebrar os 60 anos da chegada dos primeiros holandeses, o moinho de 38 metros de altura conta com dez andares, sendo seis abertos ao público. A obra acabou virando um dos pontos mais populares da cidade e, certamente, serve como local de partida para conhecê-la.
Projetada pelo arquiteto holandês Jan Hejidra, a réplica é fiel aos primeiros moinhos de vento construídos na Europa em meados do século 18 para moer grãos.
Cada andar conta um pouco mais sobre a obra: você fica sabendo sobre a os detalhes do projeto, o tipo de madeira usado, como os grãos eram moídos, entre outras curiosidades. Por fim, o último piso é um mirante com vista privilegiada da cidade. Além disso, as placas de sinalização aparecem em três idiomas (português, holandês e inglês).
E vale o aviso: é preciso cuidado para descer os degraus, uma vez que a escada é íngreme. Junto ao monumento, ficam um pavilhão com venda de artesanato e o Portal do Moinho, que, por sua vez, rende mais algumas fotos.
Rua dos Guarda-Chuvas (900 m do moinho)
Uma intervenção artística com guarda-chuvas coloridos acabou virando um dos pontos mais instagramáveis da cidade.
Afinal, as sombrinhas de diversas cores suspensas por fios dão ainda mais charme ao bulevar logo em frente, com enormes painéis que reproduzem as tradicionais casas holandesas. Ali ficam também um orelhão em forma de tamanco e canteiros floridos.
A Cervejaria Van Den Bier atende em um contêiner estiloso, enchendo não só as canecas de chope e cerveja, mas também preparando drinques como, por exemplo, o Gin Gibre, feito com gim, água tônica, limão, hortelã e gengibre.
Ali funciona ainda o Amsterdam Restaurante, para quem está em busca de um bufezão com comida simples e preços razoáveis.
Museu Histórico de Holambra (170 m da Rua dos Guarda-Chuvas)
Pequeno, mas com um acervo eficiente, o espaço apresenta curiosidades sobre os primeiros imigrantes que chegaram ao Brasil. Há fotos, documentos e objetos da época: das malas de viagem aos utensílios de cozinha, roupas, livros e ferramentas.
Na área externa, o maquinário usado pelos agricultores e a casa de pau a pique construída pelos colonos e decorada com móveis da época ajudam a entender como foi o início da vida deles aqui.
Deck do Amor e Lago Vitória Régia (200 m do Museu Histórico)
Nos mesmos moldes da Pont des Arts, em Paris, a ponte dos cadeados de Holambra é na verdade um deque de madeira à beira do Lago Vitória Régia. Então, é lá que os casais prendem os cadeados em cabos de aço, seguindo a crendice de que o amor amarrado ali nunca se desfaz.
Tem cadeado colorido, com fitas, com os nomes, com as iniciais… Enquanto isso, de olho no movimento, barraquinhas ao redor. Por fim, um letreiro em forma de coração também empolga os casais a tirarem mais fotos juntos.
Confeitaria Zoet en Zout (600 m do Deck do Amor)
Na outra margem do Lago Vitória, a Zoet en Zout, também chamada de Confeitaria do Lago, é uma boa parada para comer doces holandeses, sentado a uma mesinha do gramado com vista para a água.
Appeltaart (torta de maçã), bosvruchten vlaai (torta de frutas vermelhas) e o Oranje Bloem (feito com musse de flor de laranjeira, base crocante e chocolate branco) são algumas das sugestões.
Boulevard Holandês (1 km do Deck do Amor)
Pense em um centrinho supercharmoso. O Boulevard Holandês é assim. Afinal, cada casinha colorida ao estilo holandês é uma loja, um café ou restaurante. Para comer, há dois endereços de peso.
A Casa Bela chama atenção tanto por sua gostosa área aberta, que ganha sombra natural graças às árvores do jardim, como pelo cardápio com opções variadas: de picanha na chapa e camarão na crosta de gergelim a moqueca de pupunha vegana.
Além disso, uma parte do menu é dedicada à gastronomia típica da Europa, trazendo pratos como, por exemplo, kassler (bisteca suína defumada e servida com purê de batatas e chucrute), mix de salsichas e o completo Hollandse Tafel, que une eisbein (joelho de porco) e kassler.
Quase em frente, a confeitaria e restaurante Martin Holandesa é um dos endereços mais tradicionais da cidade, aberto em 1955 pelo casal de imigrantes Martin e Diny Gerritsen. O comando da casa sempre ficou entre os membros da família, o que, certamente, ajudou a preservar a culinária dos Países Baixos em Holambra.
O cardápio é extenso, de sopa e clássicos holandeses a opções veganas. Então, aproveite a oportunidade para experimentar o Pannekoek, pão holandês que pode vir recheado com bacon e queijo gouda, entre outras combinações.
Ou vá de cachorro-quente holandês, o Didam, com duas salsichas grelhadas, mix de queijos, maionese temperada e batata palha.
Parque Van Gogh (850 m do Boulevard Holandês)
Às margens do Lago Holandês, o parque homenageia um dos mais ilustres pintores nascidos na Holanda, Vicent Van Gogh, e celebra não apenas com o nome, mas também com réplicas de seus mais famosos quadros.
Em cavaletes de madeira, obras como Casas em Provence, Jardim com Casais, Retrato do Dr. Gachet e Os Comedores de Batatas podem ser apreciadas pelos visitantes durante uma caminhada.
Alugar bicicletas, andar de pedalinho, subir na parede de escalada e na tirolesa são outras atrações para curtir no parque. Ou seja, opções não faltam.
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Praça dos Coqueiros (750 m do Parque Van Gogh)
É nesta praça florida que fica o letreiro Eu Amo Holambra. O nome Holambra, por sinal, é uma junção das primeiras letras das palavras Holanda, América e Brasil. Aproveite, também, para fazer uma pausa na sorveteria ao lado, Dolce Flor, e experimente os sorvetes de flores, nos sabores rosa, hibisco e violeta.
Se ficar na dúvida de qual escolher, fique com a taça Dolce Flores, que traz os três juntos, acompanhado de chantilly, chocolate meio-amargo e pétalas comestíveis.
Nossa Prainha (400 m da Praça dos Coqueiros)
Mais um lugar para escolher um banquinho e curtir o visual, caso esteja com tempo sobrando. O Lago Nossa Prainha tem um gostoso deque de madeira, trilhas para caminhadas e ponto de aluguel de bike.
Campos de flores
Conhecer os campos de cultivo de flores em Holambra é o objetivo principal de muitas pessoas que chegam à cidade. Enquanto alguns produtores abrem suas portas diretamente para os turistas, mediante uma taxa de entrada, outras fazendas só aceitam visitantes que contratem tours com as agências locais.
Em todas é possível comprar plantas. Nos últimos anos, os espaços passaram a servir também para ensaios fotográficos de gestantes, noivos e debutantes. Sendo assim, diversas empresas na cidade oferecem o serviço.
O Bloemen Park é uma das opções que abre ao público em geral. Há vasta variedade de flores nas estufas e também nos campos abertos, com a chance de encontrar statice lilás, crisântemos, gérberas, crista de galo, rosas (de vários tipos) e mais.
É possível ver campos floridos na cidade em qualquer época do ano. Isso porque o plantio é feito por rotatividade, respeitando a época de florada de cada espécie.
Quando ir a Holambra
Se deseja ver alguma flor específica, pesquise qual é a melhor época. No caso dos girassóis, o queridinho dos visitantes, julho e agosto são o período mais indicado, apesar de, nos demais meses, a flor também surgir em campos menores, mantidos apenas para os ensaios fotográficos.
Sobre as fotos, é preciso agendar com antecedência nos espaços, que costumam cobrar por hora. Entretanto, vale observar que no valor não está incluso o serviço do fotógrafo nem figurino.
Onde se hospedar em Holambra
Holambra conta com uma boa oferta hoteleira, com opções para atender diferentes perfis e bolsos. Casais em busca de conforto e acomodações modernas, por exemplo, encontram no Hotel 1948 uma ótima pedida.
Construído no estilo steel frame, com todo o esqueleto de aço e revestimento de madeira e vidro, os quartos contam com camas king size (ou duas de solteiro), roupas de cama trousseau e Wi-Fi de alta velocidade. Além disso, há copa com micro-ondas e utensílios de cozinha. Não há recepção. Dessa forma, os hóspedes fazem o próprio self check-in e check-out.
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A 150 metros do centro, o Holambra Garden Hotel conta com 17 apartamentos de até 35 m², simples e confortáveis, que acomodam até quatro pessoas.
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