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Conheça Park City, a cidade da neve

“Quando quiser virar para um lado, basta colocar o peso na perna oposta”, aconselhou o motorista que nos levava pelo curto trajeto entre o aeroporto de Salt Lake City e a cidade de Park City .

Assim, com aquela única frase, lembrei-me da dica básica para fazer curvas com os esquis nos pés, algo que penei tanto para começar a entender na última vez em que estive na neve, três anos antes.

Já em Park City e devidamente paramentada, achei que o corpo fosse demorar para responder aos comandos que ressurgiam na mente, mas me surpreendi quando pernas, quadris e joelhos foram se arranjando logo no início da primeira aula, quando a quantidade de tombos foi bem menor do que nas investidas iniciais anos atrás.

Park City
Snowmobile através de Aspens. (Foto: divulgação)

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No segundo dia, um total de zero quedas corou a conquista de elevações e inclinações minimamente mais acentuadas. Memória corporal é mesmo impressionante, mas também ajudou muito o fato de que Park City tem boa estrutura para iniciantes em suas duas estações: Park City Mountain e Deer Valley.

Ambas desfrutam de um superlativo que Park City usa praticamente como slogan: o de “melhor neve do mundo”. Uma série de explicações científicas atribuem a qualidade tanto à aridez do deserto ao redor das montanhas Wasatch, que influencia na leveza e maciez da neve, quanto à proximidade em relação ao Great Salt Lake, que intensifica a precipitação.

Assim forma-se a neve tipo powder, que desmancha feito pó e forma uma superfície macia e lisa para esquis e snowboards. Não à toa, Park City foi sede de parte dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2002 e almeja repetir o feito em algum momento nos próximos anos.

Mesmo quem não se arrisca nas pistas – ou só quer dar uma variada na programação – encontra uma série de outras atividades para fazer, desde compras em outlet até ioga sobre uma prancha de stand up paddle, em meio a uma caverna com água termal.

Park City Utah
Prancha de stand up paddle em meio a uma caverna com água termal. (Foto: divulgação)

Park City é um destino incrível. Assim, comece seu planejamento fechando a passagem aérea.

Park City, afinal, já existia antes do esqui como uma típica vila mineradora do Velho Oeste americano e certifica-se de viver para além dele, sediando, por exemplo, o festival de cinema independente Sundance, todo mês de janeiro.

Dicas práticas para esquiar em Park City

Os equipamentos de esqui e snowboard podem ser alugados em várias lojas de Park City, como a Ski Butlers, que, a partir de US$ 69 para dois dias, entrega o material diretamente no seu hotel (skibutlers.com).

Itens como capacete e óculos tipo goggles podem ser reservados à parte. Para se proteger do frio, é essencial ter casacos e calças impermeáveis para neve e vestir-se em camadas, com peças tipo segunda pele térmica e de materiais como fleece.

Cidade da neve, Park City
Park City foi sede de parte dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2002. (Foto: divulgação)

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Quem não quiser investir na compra, pode alugar lá mesmo, em lojas como a Jans, que cobra US$ 28 ao dia por calça e casaco (jans.com).

Outra opção é adquirir roupas de segunda mão em boas condições e a preços mais acessíveis no brechó do Christian Center (ccofpc.org). Botas de inverno, impermeáveis e antiderrapantes, são indispensáveis quando não estiver esquiando.

Como chegar até as pistas

Tanto quanto o acesso fácil a partir do aeroporto e a qualidade da neve, ter duas estações de esqui é um destaque de Park City. E fica ainda mais atraente se levarmos em conta que uma delas, Park City Mountain, é o maior complexo esquiável do país, com 3 mil hectares, englobando também a área de Canyons. São 17 picos, o maior deles acima de 3 mil metros de altitude.

Park City, Utah
Park City Mountainé o maior complexo esquiável do país. (Foto: divulgação)

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A estação divide suas mais de 330 pistas em 8% para nível iniciante (identificadas pela cor verde nos mapas), 42% para intermediário (azuis) e 50% para avançado (pretas).

Elas são acessadas por cerca de 40 meios de elevação, os chamados lifts, que podem ser do tipo gôndola, cadeirinha, tapete mágico ou gancho. A partir de algumas pistas, é possível, inclusive, chegar esquiando no centro da cidade.

Logo na base da montanha, sem necessidade de pegar o lift, fica a área da escola de esqui ou snowboard, junto à vilinha com restaurantes, lojas e hotéis. Contratar aulas é essencial para quem nunca esquiou, para quem tentou faz tempo ou para quem ainda se sente inseguro e quer progredir.

Depois de ensaiados ou relembrados os primeiros passos junto ao instrutor, o teleférico apropriadamente batizado de First Time é uma benção para os iniciantes: ele desacelera tanto no embarque quanto no desembarque, o que facilita sair deslizando sobre os esquis praticamente direto para a pista, em vez de cair antes mesmo de chegar a ela.

Como esquiar, na prática

A pista, também chamada de First Time, é bem básica, mas tem declive suficiente para dar um gostinho de adrenalina a quem ainda desce com os esquis em posição de “pizza” em vez de “batata frita” (seu instrutor há de explicar).

Por ser bastante larga, ela permite treinar a execução de curvas longas para controlar a velocidade. Acessada por teleférico a partir de Canyons Village, a nova área de aprendizagem High Meadow Park tem uma vantagem, além das pistas desenvolvidas pela escola de esqui e snowboard: fica mais para o alto.

Park City
Lago Alpino Cênico. Bolha Laranja. (Foto: divulgação)

Já para quem não é “first time”, muitas emoções aguardam no topo das montanhas, como as pistas ultra-avançadas do Jupiter Peak em Park City Mountain e as do Murdoch Peak na área de Canyons.

Eu, obviamente, não cheguei nem perto, mas essas são as favoritas das minhas anfitriãs Megan e Halle, que trabalham no escritório de turismo de Park City e nasceram praticamente com esquis nos pés.

A cidade abriga ainda a estação de Deer Valley, eleita por nove anos consecutivos como “o melhor resort de esqui dos Estados Unidos” pela premiação internacional World Ski Awards. Um dos fatores que contribui para tamanho sucesso é o fato de que, nela, snowboarders não entram.

Isso, para quem esquia, é uma dádiva, pois impacta positivamente não apenas no fluxo das pistas, como também na qualidade delas, já que a prancha de snowboard provoca atritos e traçados diferentes na neve em relação ao esqui.

O foco em Deer Valley é um público mais seleto, com limitação de visitantes diários para garantir o clima de exclusividade e tranquilidade nas pistas, que se estende a hotéis de altíssimo nível ali situados, como o St. Regis, o Montage e o Stein Eriksen.

A área quase quatro vezes menor que a de Park City Mountain colabora para a sensação de tranquilidade e também agiliza as filas dos 21 lifts. E mesmo os iniciantes encontram seu lugar na neve de Deer Valley: das 103 pistas espalhadas em seis montanhas, 27% são verdes.

Tanto é que há até um ski pass mais barato que o convencional, válido apenas nas chamadas “áreas de aprendizagem”, ao custo de US$ 65.

As aulas com instrutores acontecem na área do Snow Park, onde meu maior desafio foi saltar do teleférico Snow Flake sem me estatelar no chão (dois tombos para a conta aqui!).

Superada a fase inicial, a pista verde Homeward Bound pode ser um próximo passo, com o bônus de ter vista panorâmica para os picos das várias montanhas ao redor. Já os ases do esqui podem ir direto para as pistas pretas acessadas pelo teleférico Empire Express.

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Para mais informações, acesse: https://www.visitparkcity.com/

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