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Angra dos Reis e Ilha Grande: veja as atrações

Não é à toa que Angra dos Reis e Ilha Grande são parte da Costa Verde. A região, no litoral sul do Rio de Janeiro, brilha feito esmeraldas. O mar e as montanhas se fundem e tingem o horizonte da cor. Mas não é qualquer verde, são diversas tonalidades que os moradores dizem não existir em nenhum outro lugar do Brasil. 

Apesar das semelhanças, os paraísos cariocas possuem seus diferentes encantos. Enquanto Angra virou reduto de celebridades, Ilha Grande é um recanto rústico e natural. Nesses paraísos, brasileiros e gringos, sejam eles famosos ou anônimos, desfrutam das mesmas belezas. Ivo Pitanguy, Luciano Huck, Xuxa, Eike Batista e Ronaldinho Gaúcho são alguns dos nomes que já passaram por essas terras. 

Conduzindo a lancha, o marinheiro continua a anunciar os nomes conforme percorremos as águas da Baía de Angra dos Reis (ou Baía de Ilha Grande), composta por 365 ilhas. Entre elas, algumas frequentadas por personalidades com muito dinheiro no bolso, como a Ilha de Caras.

 

Atrações e passeios

É óbvio que os principais atrativos de Angra não estão em terra firme, mas sim nas ilhas ao redor. Apesar de serem um destino querido entre a classe alta, há lugar para todo mundo. 

Isso porque, para aproveitar as 2 mil praias que a região oferece, não é necessário ter ou alugar uma lancha. As agências de receptivo da cidade oferecem passeios de escuna a preços na faixa dos R$30, muito mais acessíveis que os R$700 cobrados por um roteiro personalizado de 3 horas de lancha, por exemplo.

Saindo da Estação Santa Luzia, no centro, as escunas cumprem rotas variadas, de acordo com a empresa. Entretanto, qualquer uma delas é suficiente para ter um belo gostinho das belezas insulares da cidade. 

As Ilhas Botinas, cartão-postal da baía e primeira parada do trajeto, são um par de ilhotas gêmeas a 15 minutos do continente. O nome vem do formato de bota do local, coberto por coqueiros e bromélias. 

Além disso, diz a lenda que elas formavam um único pedaço de terra, até que um navio pirata partiu-as ao meio. Mito ou verdade, uma coisa é certa: a fenda entre as ilhotas tem águas cristalinas que deixam ver uma profusão de peixes. Por essa razão, elas se tornam um ótimo ponto para mergulho com snorkeling ou para um banho de mar. 

Mas atenção às frias temperaturas das águas! Elas costumam variar entre 15 ºC e 20 ºC. Além disso, as bóias e coletes salva-vidas, disponíveis em grande parte das escunas e lanchas, são bem-vindos nessa hora. Vale lembrar que a concentração de embarcações nos arredores é grande em alta temporada, por isso é bom chegar cedo. 

 

Ilha da Gipoia: praias, restaurantes e festejo

Entre as atrações, o ponto de parada mais badalado de todos é a Praia do Dentista, na Ilha da Gipoia. Iates de luxo e lanchas mais modestas ancoram no local, transformando o mar em uma verdadeira balada náutica onde cada um tem sua própria música e, frequentemente, churrasqueiras portáteis nos deques.

Existem ainda os barcos-restaurantes, como o Jango’s Bar, com canoas que tiram pedidos – que também podem ser feitos por rádio – em outras embarcações e levam drinques e petiscos até os clientes. Aliás, quando o assunto é alimentação, o pastel de camarão e a caipirosca de pitanga são uma dupla imbatível, estando entre os mais pedidos. 

 

Os barcos-restaurantes são ótimas pedidas na hora da fome (foto: Shutterstock)
Os barcos-restaurantes são ótimas pedidas na hora da fome (foto: Shutterstock)

A praia em si é outro atrativo, com faixa de areia estreita moldada pela vegetação atlântica (muito verde!). Ainda na Ilha da Gipoia, a segunda maior de Angra, a Praia das Flechas é o point na hora da fome: aqui fica o tradicional restaurante do Luiz Rosa, um simpático senhor que fez do polvo a vinagrete a especialidade da casa.

Além disso, a praia ainda funciona como ponto de partida para uma das maiores tradições da região: a Procissão Marítima de Ano Novo, criada como um rito religioso em 1978 por um diretor da Rede Globo. Desde então, todo 1º de janeiro, mais de mil embarcações “fantasiadas” percorrem um trajeto de sete quilômetros até a Praia do Anil, no centro de Angra.

Apesar do histórico religioso, hoje o cortejo está mais para pagão: foliões de abadás fazem a festa a bordo, como em uma micareta náutica, ao som de axé, eletrônico e funk. Um júri, normalmente composto por celebridades, avalia o conjunto de animação e alegoria. Ah, e os vencedores levam prêmios em dinheiro!

 

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Angra além das praias: atividades para toda a família

Ainda que que todos os caminhos em Angra levem ao mar, a cidade também conta com atrativos em terra. No centro, marcos históricos dão o tom. Já as praias continentais podem não ser tão atraentes quanto as das ilhas, mas possuem recantos que valem a pena.

A quatro quilômetros do centro, a Praia Grande é o lugar da juventude, concentrada ao redor dos bares e quiosques com música ao vivo. Mais afastada, a 29 quilômetros, a Praia dos Maciéis tem acesso controlado pela Petrobrás e através de uma trilha de 40 minutos a partir da Estrada Ponta Leste. Devido à distância, é considerada bem tranquila, mas tão encantadora quanto as ilhas mais afastadas.

Por outro lado, quem não curte muito esforço pode escolher um dos vários resorts à beira-mar, com praias quase privativas. É o caso do Vila Galé Eco Resort, um reduto de tranquilidade familiar em uma área de preservação ambiental, a sete quilômetros do centro de Angra. Com sistema all inclusive, atividades recreativas, programação noturna e serviços de spa, tudo o que resta é curtir.

Outra opção para quem viaja com crianças fica na cidade vizinha de Mangaratiba. O Resort Portobello tem vista para Ilha Grande e uma atração na medida para os pequenos: um safári exclusivo para os hóspedes, com 500 animais. Entre eles, tucanos, macacos, antas, zebras, lhamas e dromedários. 

Certamente, também vale a pena circular pelo Canal do Frade – um braço de mar navegável que banha um condomínio de casas, num clima à la Veneza. Nesse local, fica o restaurante Chez Dominique, um bistrô francês famoso por seus frutos do mar e crepes doces, além de super disputado.

 

Ilha Grande: belezas naturais

É impossível ir à Angra dos Reis sem passar pelo menos um dia em Ilha Grande. Desse modo, há também quem se limite a ficar apenas na última, que é a maior ilha da baía, dona de mais de 100 praias. No entanto, aqui não circulam carros. Assim, o único jeito de chegar (e o mais fácil para pular de praia em praia) é de barco. 

A Vila do Abraão é o centrinho rústico de Ilha Grande. Pousadas, restaurantes e lojas ficam todos nesse miolo, que pode ser percorrido inteiro a pé.

Quem gosta de caminhar pode percorrer trilhas entre uma praia e outra. Para isso, a praia de Lopes Mendes é considerada por turistas e locais como a mais agradável. Ela permanece quase intocada ao longo de seus três quilômetros de areias finas, banhadas por ondas fortes. 

Outro ponto imperdível é a Lagoa Azul, um aquário natural ideal para mergulhos. O local é repleto de peixes, estrelas-do-mar e calmaria, protegido por ilhotas que bloqueiam os ventos. O nome não é à toa: a lagoa lembra o cenário do filme homônimo, encenado nos anos 1980 pela atriz Brooke Shields.

Assim como na Praia do Dentista, aqui um barco também faz as vezes de restaurante. O Petisco da Ilha serve desde tira-gostos, como salada de lula e pastéis, até pratos mais elaborados, como o talharim com frutos do mar. 

As praias de Ilha Grande são de tirar o fôlego (foto: Shutterstock)
As praias de Ilha Grande são de tirar o fôlego (foto: Shutterstock)

Experiências

Ademais, vale lembrar que a Baía de Angra dos Reis, especialmente o entorno de Ilha Grande, é um dos melhores destinos de mergulho do país. São mais de 50 pontos ricos em fauna, com destaque para as tartarugas, os robalos e as moreias, além dos costões tomados por anêmonas e corais.

Uma das formações mais visitadas pelos mergulhadores é o Parcel do Coronel, uma espécie de labirinto rochoso com profundidade que varia entre 8 e 30 metros. Naufrágios também dão show, como o Pinguino, um navio panamenho carregado de cera de carnaúba e castanhas de caju, que afundou depois de um incêndio em 1966.

Por fim, quem procura uma experiência peculiar pode alugar um barco e visitar o Saco do Céu, uma espécie de reentrância do oceano no meio da vegetação atlântica. Ali fica o restaurante Reis e Magos, com excelente carta de vinhos para acompanhar as especialidades da casa: paella e moqueca de frutos do mar. Contudo, o que torna esse lugar especial é outra coisa.

O reflexo das estrelas nas águas calmas forma um cenário noturno especial. Graças a isso, o Saco do Céu se tornou ponto de pernoite de barcos de todos os tipos, inclusive aqueles que você pode alugar. Definitivamente, não há em todo o litoral sul do Rio de Janeiro um refúgio de paz e beleza natural tão privilegiado quanto este.

 

Angra é história!

Angra dos Reis é uma das cidades mais antigas do Brasil, descoberta pelo navegante português Gonçalo Coelho em 6 de janeiro de 1502 (daí o nome que combina “pequena baía” em português arcaico com uma referência ao Dia de Reis). Ainda que seu centro histórico não seja tão rico e charmoso quanto o da vizinha Paraty, é possível ver algumas relíquias coloniais, como os casarões, o calçamento em pedra e as igrejas. 

Por isso, pode ser interessante incluir um city tour rápido no roteiro. Na praça Silvestre Travassos, a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, de 1750, é uma homenagem à padroeira da cidade. Diz a lenda que, em 1632, um navio de Portugal que trazia uma imagem da santa foi obrigado a atracar em Angra por causa de uma forte tempestade.

Toda vez que o céu abria e os marinheiros tentavam retomar a rota, a embarcação era seguida por um cardume de peixes e a chuva voltava a cair. O capitão considerou isso um “aviso divino” e resolveu deixar que a imagem da santa ficasse na igreja. O peixe da lenda, hoje conhecido como cavala, virou o principal tema dos suvenires da cidade. 

Outro destaque é o Convento de São Bernardino de Sena, no alto do Morro de Santo Antônio, de onde se tem uma boa vista para o centro histórico. O conjunto franciscano do século 18 reúne igreja, cemitério e as ruínas do velho convento. 

Por fim, o Museu de Arte Sacra, na antiga Igreja de Nossa Senhora da Lapa, tem um dos mais expressivos acervos religiosos da América Latina, com 2 mil peças entre pratarias, indumentárias e imagens dos séculos 17 a 20.

 

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