Pousadas-butique, castelos, restaurantes de frutos do mar e litoral lindíssimo em Tavira, Vilamoura, Lagos, Zavial, Sagres, Arrifana e Odeceixe, pontos referência de Algarve.
É difícil crer, mas Portugal, com seu litoral quatro vezes menor que o nosso, tem praias tão bonitas quanto as brasileiras. E o Algarve, região mais ao sul do país, é dono de um naco considerável delas, numa paisagem heterogênea que vai de vilinhas a resorts com campos de golfe, de praias lindas com lagoas de água doce a faixas de areia contornadas por falésias e banhadas por águas verde-esmeralda.
As distâncias aqui são curtas: com um carro alugado, você pode cumprir os cerca de 150 quilômetros de litoral, com alguns desvios, escolhendo duas ou três cidades para dormir e fazer de base. Há hotéis por toda a costa, a maioria deles no estilo butique, cheios de charme, que convidam a passear pelo Algarve de forma muito autêntica.
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Tavira
Comece ficando em Tavira, uma cidade pequena e sedutora na pontinha leste do Algarve, a 260 quilômetros de Lisboa.
Seu centrinho abriga igrejas góticas e renascentistas, praças jardinadas e bons restaurantes. No século 8º, Tavira foi ocupada pelos mouros, que construíram o castelo e viveram ali até serem expulsos com a reconquista no século 13.
Por ter o porto mais próximo da costa marroquina, ela ganhou importância na Era dos Descobrimentos, servindo de base para comercializar com o norte da Europa. Depois de várias reviravoltas históricas ao longo dos séculos, passou a viver do turismo.
Numa pernada pela cidade, você vê todas as atrações: examine os restos do Castelo de Tavira, com ruínas envoltas por um simpático jardim, entre na Igreja da Misericórdia, de 1540, com um bonito portal entalhado, e vá em direção ao Rio Séqua, sobre o qual passa a Ponte Romana, com sete arcos.
Depois, curta o clima da Praça da República e do Jardim Público de Tavira, cheios de gente e mesinhas na calçada.
Balsas saindo de Tavira fazem a travessia de cinco minutos até a Ilha de Tavira, uma península com faixa de areia larga e branquinha e água esverdeada que é parte do Parque Natural da Ria Formosa, uma área protegida onde lagoas de água doce encontram um braço de mar.
Outro bom passeio é o vilarejo Cabanas de Tavira, em que o restaurante Noélia e Jerónimo promete servir um atum sublime. Uma terceira possibilidade é ir até Santa Luzia, a cinco quilômetros de Tavira, vilarejo que é a capital do polvo em Portugal. Almoce na Casa do Polvo Tasquinha e depois tome um trenzinho turístico que leva até a bonita Praia do Barril.
Vilamoura
Vilamoura é um point chiquezinho com um centro bem urbanizado. Em sua extravagante marina com iates ancorados, famílias jantam e passeiam, DJs tocam música lounge no bar No Solo Água e jovenzitos caem na balada Seven, do jogador de futebol Cristiano Ronaldo. Se não for a sua vibe, pule.
A cidade de Albufeira, por sua vez, guarda um programa que vale a pena: o restaurante do hotel Vila Joya, um dos poucos com duas estrelas no Guia Michelin de Portugal.
O menu degustação vai muito bem no almoço, não só porque fica mais barato, mas porque é servido em um salão lindo com vista para o mar. Vêm à mesa criações inusitadas como lavagante (crustáceo parecido com lagosta) com toranja e entrecôte com almôndegas de tutano.
Nesse ponto, a estrada leva a algumas das praias mais lindas de Portugal, entre as quais o denominador comum são falésias laranja-avermelhadas monstruosas e mar com degradê de verdes e azuis.
Praias
A Praia da Marinha é, provavelmente, a mais espetacular: você estaciona o carro em cima, tendo um panorama completo das falésias forradas por vegetação abraçando o mar, e depois desce até a areia por escadas.
A água, como em toda região, é bem fria, mas o calor do sol convida a deitar na canga e passar umas horas ali. A Praia do Carvalho e a Praia de São Rafael são menores, mas têm o visual parecido. Vale explorar as formações rochosas a pé, que por vezes revelam grutas e pequenas cascatas.
Escape por um minuto do perímetro litorâneo para ir até a cidade de Silves, a 15 quilômetros da Praia da Marinha, que figura como um dos maiores testemunhos dos tempos dos árabes em Portugal: o Castelo de Silves, do século 10º.
Dá para caminhar em suas muralhas de arenito avermelhado e subir escadinhas até o alto das torres – é um dos poucos castelos da região que foi bem reconstruído e tem cara de castelo propriamente dito, e não só um amontoado de ruínas.
Lagos, Zavial e Sagres
Dali, volte à costa para dirigir até Lagos e vislumbrar mais uma sucessão de falésias que emolduram lindamente águas transparentes e reluzentes sob o sol. A vista mais dramática é da Ponta da Piedade, onde há um farol que coroa o conjunto. Ali estão as campeãs de aparições no Instagram, cheíssimas no verão: as praias do Camilo e da Dona Ana, onde a paisagem choca de tão bela.
Inclua um passeio de barco pelas grutas da região e, de quebra, admire o paredão de falésias de outro ângulo. Lagos, em si, é uma simpática cidade de 30 mil habitantes cujo centrinho histórico tem restos de muralhas do século 16 entre ruas de pedras, pracinhas, lojas, restaurantes, bares e a barroca Igreja de Santo António.
A partir daqui, você vai enveredar por um Algarve mais selvagem, onde mesmo no auge do verão há pouca gente à vista. Comece a ter essa sensação enterrando os pés nas areias de Zavial.
Afastada de qualquer agrupamento urbano, a praia aparece subitamente no final de uma estrada sinuosa. Que paz senti naquela piscina azul-clara que desaguava sobre a areia cascalhenta, onde o silêncio só era quebrado pela brisa leve do mar. Essa parte do Algarve é protegida pelo Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, e ali não há resorts pé na areia, nem shoppings, nem marinas.
Em vez disso, campos virgens de arbustos e florezinhas rasteiras, vilas pacatas com casinhas monocromáticas e praias semisselvagens já consideradas “as mais bonitas da Europa”.
Sagres
De Zavial, dirija até Sagres, cidadezinha disposta no ponto mais ocidental da Europa (e que também dá nome à famosa cerveja portuguesa). Há uma lenda (negada hoje por historiadores) que diz que, no século 16, o Infante Dom Henrique construiu ali uma escola de navegação que treinava os marinheiros para expedições rumo ao desconhecido.
Sinta os calafrios que teriam acometido esses nossos tataravôs no Cabo de São Vicente, onde reina um farol vermelho. O vento sopra forte sobre as falésias de rocha escura que se agigantam sobre um Atlântico mais escuro ainda, numa atmosfera de fim de mundo.
Passe também na Fortaleza de Sagres para aprender sobre a época de Dom Henrique que, de fato, passou seus últimos dias de vida por ali.
Temos em Sagres um bom exemplo dos hotéis de design: o Memmo Baleeira, cujos apartamentos foram construídos em blocos retangulares brancos e estão dispostos em um gramadão de frente para a Praia da Mareta.
Há restaurante e lounge com vista para o mar, e os quartos são clean, decorados em tons de branco, bege e marrom. Para comer, os melhores endereços ficam na vizinha Vila do Bispo, a capital dos percebes, crustáceo com aparência bem esquisita. No restaurante Eira do Mel, tem esse e outros bichos menos bizarros vindos do mar.
Arrifana e Odeceixe
Dobre essa esquina de Portugal e comece a subir pela costa, em direção a Lisboa.
Aljezur, 44 quilômetros ao norte, não é tão atraente, mesmo com os restos de seu castelo mouro do século 10º dominando o panorama. Mas ela avizinha um punhadinho de praias especialíssimas.
Arrifana
Veja Arrifana, por exemplo, uma baía larga com paredes rochosas negras e mar encrespado, com um ou outro surfista tentando domá-lo.
Já a Praia de Amoreira, acessada por uma fotogênica passarela de madeira, tem duas partes: uma praia propriamente dita, também com mar agitado bom para o surfe, e outra com uma extensa lagoa formada pela Ribeira de Aljezur, que na maré baixa cria pequenas piscinas naturais.
Por ali, há mais um hotel notável, o Monte da Vilarinha. Apesar de próximo das praias, ele oferece um conceito de turismo rural, como eles chamam por lá, com uma casinha branca com detalhes em palha e madeira, mobiliário contemporâneo e decoração rústico-chique.
A piscina com espreguiçadeiras é circundada pela vegetação mediterrânea. Nos arredores, eles organizam outros passeios, como cavalgada, ciclismo e caminhada.
Odeceixe
Odeceixe é a última fronteira do Algarve – depois dali já é a região do Alentejo. Lugarzinho de casas caiadas e vida preguiçosa, um epítome desse Algarve ainda escondidinho, tem hospedagens fofas como a Casas do Moinho, um hotel cujos quartos são as próprias casinhas da vila, reformadas e bem decoradas com apetrechos moderninhos e roupões felpudos.
A vista do alto da praia de Odeceixe, a três quilômetros da vila, é sensacional: uma língua de areia fina e clara é rodeada por um rio de água transparente que desemboca no mar, com um conjunto de morros verdejantes no entorno.
De volta à vila, veja o fim da tarde chegar ao burburinho discreto que toma conta do Largo 1º de Maio, onde os restaurantes montam mesas ao ar livre e servem peixe e amêijoas (outro bom crustáceo) frescos. Alguma dúvida de que pegar praia em Portugal está com tudo?
Onde se hospedar em Algarve?
As opções são diversas. Confira algumas de nossas sugestões:
Pousada Convento de Tavira: Fica num antigo convento restaurado, com quintal e piscina.
Casa Mãe: Perto do centrinho e da praia em Lagos, tem quartos rústico-chiques, piscina e um restaurante ótimo. Mínimo de duas diárias.
Monte da Vilarinha: Debruçado sobre um vale, tem cara de hotel de serra, com oito chalés estilosos.
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