Um dos patrimônios históricos do Brasil inspirado nas antigas construções coloniais, o Grande Hotel Termas de Araxá, é um imponente hotel do triângulo mineiro inaugurado em 1944.
Neste conteúdo você vai ver:
- A história do Grande Hotel
- Atividades de lazer
- Acomodações
- Restaurantes e bares
- As Termas
- Como chegar no Grande Hotel
A pouco mais de uma hora e meia do aeroporto de Uberaba, está localizado o Grande Hotel Termas de Araxá, que mescla, em sua arquitetura, o estilo neoclássico com a inovação do Art Decó e do modernismo.
O complexo, que tem cerca de cinquenta mil metros quadrados, impressiona logo na entrada. Bastou a imensa passarela até a recepção do hotel para que eu fizesse ótimos cliques. As serras e o imenso verde que cerca o hotel compôs um cenário ainda melhor.
Mas não é só beleza o Grande Hotel se sustenta. O bom atendimento, cuidado e zelo dos funcionários tornam a experiência ainda mais inesquecível. Talvez isso explique o porquê ele recebe tantos visitantes.
O edifício monumental tem quase 80 anos, e foi tombado na década de 90 como um patrimônio histórico do estado de Minas Gerais. Foi um prédio encomendado pelo então presidente Getúlio Vargas, para funcionar, inicialmente, como um cassino.
A história do Grande Hotel
A ideia nasceu a partir da pretensão do ex-presidente em fomentar o turismo na região mineira. Depois de cinco décadas desde a sua inauguração – em 1944-, o Grande Hotel começou a ficar decadente e precisou ser fechado. Reaberto em 2001, durante o governo de Itamar Franco, o Hotel de Araxá passou a funcionar apenas como rede hoteleira.
A partir de 2010, o Grupo Tauá Resorts assume o controle e segue até hoje na administração do Grande Hotel. Inicialmente, tentou implementar o conceito aplicado em seus resorts, que é a recreação para famílias.
No entanto, não funcionou, pois os salões históricos não combinavam com a nova ideia, além das mobílias e toda a matéria-prima que corriam o risco de serem danificadas.
Por conta do tombamento, que aconteceu na década de 90, alguns cômodos não puderam ser reformados, e as mobílias não puderam ser mexidas. Portanto, boa parte dos espaços, principalmente aqueles em que Getúlio Vargas mais frequentava, funciona apenas como layout e para visitação dos hóspedes. Mas isso não é um problema, já que faz parte de um dos atrativos do hotel.
Em 2022, Termas de Araxá consegue resgatar a sua essência e volta a ser o que sempre foi: um hotel focado em bem-estar, com promoção à saúde e restauração áurea por meio de suas águas terapêuticas.
O interior do hotel
Andando pelo lindo mármore de carrara que combina o azul e verde celestial posto em alguns ambientes do Grande Hotel, passei a compreender que todos os detalhes foram muito bem pensados pelo arquiteto Luiz Signorelli.
Que, em sua tentativa, revestiu o exterior do prédio com tijolos avermelhados a fim de transmitir a simplicidade, além de fazer referências às construções coloniais. Cada espaço dispõe de cores que ligam a algum movimento artístico, como o Barroco e Rococó, que, no final, conseguiram encaixar tudo lindamente.
O paisagismo que cerca no exterior e interior do Grande Hotel ficou por conta do Roberto Burle Marx. Ele foi responsável por produzir quadros que estão alocados na suíte presidencial. Além disso, foi Burle Marx quem projetou o lago artificial a pedido de Getúlio Vargas, no formato da bandeira do Brasil.
A visita ao Grande Hotel mescla uma viagem no tempo, e se a primeira impressão é a que fica, a recepção e o Solar dos Araxás fazem jus a uma boa lembrança. O Salão Congonhas, situado no corredor à esquerda, era a antiga biblioteca de Getúlio Vargas. É lá onde aconteciam importantes encontros e decisões políticas.
O anfiteatro, nomeado como Salão Ouro Pedro, é também outro espaço importante na época, pois é onde rolavam grandes eventos, foi, inclusive, palco da primeira apresentação de Carmen Miranda.
As escolhas de Getúlio Vargas
Todos os tecidos, como as cortinas, foram enviados da República Tcheca. Os tapetes da França. Getúlio Vargas encomendou dos tipos de madeira para a construção de seus móveis: a primeira da árvore de Jacarandá, de material mais escuro e resistente, e a Imbuia, que já está em proibida a extração.
Vargas trouxe ao Grande Hotel o que há de mais valioso da Europa, e valorizou o que há de mais precioso no Brasil. Todos os detalhes fazem referências à mitologia brasileira e grega, como o quadro que homenageia as Amazonas, antiga nação de mulheres guerreiras, e o Saci Pererê, feito pelo pintor Rocha Ferreira.
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Pensando em uma possível invasão, Getúlio Vargas projetou e planejou o Grande Hotel com várias rotas de fuga e distrações aos invasores, como portas e paredes falsas. Tanto é que o hotel é todo espelhado, tudo que há na esquerda, há na direita.
Vargas também encomendou móveis que atendessem a sua baixa estatura, já que ele era um pequeno grande homem de um metro e sessenta e três.
Getúlio frequentou o Grande Hotel por 10 anos, até o seu falecimento. Nos anos seguintes, seus sucessores passaram a utilizar o espaço para a mesma finalidade. Além da suíte presidencial, há, ao lado, uma suíte governamental construída na época para acomodar o então governador do estado de Minas, Benedito Valadares.
O que fazer ao redor do hotel
Para além de toda a trajetória histórica e beleza arquitetônica que emerge do imponente patrimônio, o Grande Hotel Termas de Araxá está situado dentro do Parque do Barreiro.
Fazer uma caminhada pelos arredores foi uma das minhas partes favoritas durante minha visita ao hotel. Visitei a Fonte Dona Beja, que é de onde vem a água radioativa que abastece as termas – que veremos já já!
Além disso, você pode alugar uma bike na Central de Lazer, localizada na recepção do hotel, e fazer esse passeio de bicicleta. A prática de caiaque, stand up paddle e a pesca esportivas são outras atividades bastante famosas no Grande Hotel – essas sem custo adicional.
A área de esportes, que dispõe de quadras poliesportivas, beach tênis, futsal e piscina, tem acesso por meio do cartão que o hóspede utiliza para entrar em seu quarto. O hotel fornece raquetes de tênis e bolas.
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Ainda pela trilha do parque, é possível acessar as ruínas do Hotel Rádio, que foi construído antes mesmo do Grande Hotel, e destruída por um incêndio em seguida. Foi ali que Getúlio Vargas pernoitava quando visitava as casas de banhos.
O Espaço Kids, localizado próximo à recepção, é onde acontece as atividades para os pequenos. Lá, a equipe de recreação é responsável por promover brincadeiras, oficinas de arte, competições esportivas e ações que ligam o conhecimento, o contato com a natureza e claro, a história do Grande Hotel.
As acomodações
O hotel passou por uma recente reforma, e, nessa nova fase, camas foram trocadas, agora por umas mais confortáveis. Com o enxoval todo Trousseau de 300 fios, é impossível não ter uma baita noite de sono.
Alguns móveis antigos precisaram ser mantidos, mas, convenhamos que isso dá todo um charme para a decoração das 150 acomodações espalhadas pelos quatro andares. Todos os apartamentos dispõem de um quarto, banheiro e uma imensa sala com TV smart e confortáveis sofás retro.
O lindo tapete persa situado na parte central da sala compõe todo um cenário artístico. Parecia que eu estava em um filme dos anos 60.
Uma das coisas que me chamou a atenção e, principalmente por ser mulher, é que eles disponibilizam um secador de cabelo a mais (que fica dentro do armário), além do que já está instalado no banheiro.
As acomodações são divididas nas seguintes categorias: Solarium (mais econômica), Deluxe, Superior Delux (acomodam até duas pessoas e uma criança), Suíte Luxo e a Suíte Especial (que acomoda famílias ou grupos de até seis pessoas), e a Suíte Nobre, que é a categoria mais superior que, apesar de acomodar apenas duas pessoas, é uma das maiores por ter uma sala separada do quarto e uma varanda.
A curiosidade fica para a Especial, por ser a mais histórica do hotel mantém as camas de madeira e banheira da época.
A necessidade de preservação histórica do Grande Hotel não permitiu que o segundo andar, que concentra as suítes presidencial e governamental, passasse pelo retrofit.
A gastronomia do Grande Hotel
Na ala direita do primeiro andar do Grande Hotel, estão situados os dois restaurantes (bufê e à la carte, Chez Beja), e os três bares do hotel. Nessa nova reformulação, até os cardápios passaram por uma mudança, agora, todos os pratos tem um toque do tempero mineiro, justamente para valorizar a produção local.
As refeições incluídas na diária acontecem no restaurante Estância do Barreiro. Elas podem ser apenas com café da manhã, meia pensão (café da manhã e almoço), ou pensão completa (café da manhã, almoço e jantar).
Pela manhã, os hóspedes ficam livres para servir-se e aproveitar as delícias expostas em um imenso banquete. Já nas outras refeições, os garçons servem na mesa.
O outro restaurante, Chez Beja, é mais intimista e sofisticado. Dispõe de um ambiente a luz de velas, com poucas mesas, e, por esse motivo, só funciona mediante reservas. Ele serve pratos à la carte, com foco na culinária francesa, mas com toque mineiro.
Entre um restaurante e outro, é possível desfrutar de alguns bons drinques no Bar Varanda, Scotch Bar ou no Quintas do Lago.
As Termas
Além de toda a trajetória histórica e a beleza arquitetônica, o Grande Hotel de Araxá também é famoso pelas suas águas termais. Nascida em um mesmo projeto, a Ala das Termas foi inaugurada um ano depois do edifício do Grande Hotel, e criada pelo físico quântico Mahatma Patiala, com a finalidade de arquitetar um lugar de conexão e de restauração da áurea.
Os vitrais posicionados no teto da Ala, que contam a história de Araxá, junto a Mandala de oito pontas desenhadas no chão de mármore, é uma combinação que faz referência à arquitetura das antigas termas romanas. Sua entrada principal surpreende.
O grandioso prédio de dezessete mil metros quadrados tem uma estrutura impressionante. Ao redor, estão concentradas 8 casas de banho, 8 de massagem, academia, saunas e a famosa piscina emanatória.
Todos os colaboradores falam baixinho, a música relaxante tocada ao fundo deixa o ambiente completamente calmo. Ao chegar nas Termas, precisei preencher um formulário com minhas preferências de massagem, e depois, fui encaminhada para uma sala com imensos sofás. Lá, escolhi o aroma que seria utilizado no meu tratamento, optei pela lavanda.
Atividades como meditação, banho de lama, drenagem linfática e yoga acontece na Ala das Termas. Todas com foco na tranquilidade e bem-estar dos hóspedes.
As águas das piscinas são naturalmente aquecidas, pois são de origem vulcânica que carregam nutrientes com propriedades curativas.
Nas Termas há a possibilidade de agendar tratamentos individuais e jornadas de bem-estar que vai de acordo com o interesse de cada um. O horário de funcionamento é das 10h às 20h, todos os dias, com agendamento prévio.
Como chegar
Há diversas maneiras de chegar ao Grande Hotel Termas de Araxá, seja de forma aérea, pela estrada…
- Aeroporto de Araxá: Você pode pegar um voo até o aeroporto da cidade. Algumas companhias aéreas oferecem voos diretos partindo de Belo Horizonte, e outras com conexão.
- Alugue um carro: A rodovia que liga Minas Gerais a outros estados é enorme e tem uma extensão privilegiada facilitando o percurso. Chegar em Araxá de carro pode ser a alternativa perfeita para aproveitar as belas paisagens pelo caminho.
- De ônibus: Viajar de ônibus também pode ser uma outra opção de trajeto, a diferença, é que você consegue desfrutar com mais tranquilidade do percurso. Cidades como Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro tem uma duração média de 8 a 11 horas de viagem.
- Outros aeroportos: O Aeroporto de Uberlândia (cerca de 176 km de Araxá) e o Aeroporto de Uberaba (cerca 115 km de Araxá) são outras opções para chegar até a cidade. Você pode contratar um serviço de transfer na saída de qualquer um dos dois aeroportos.
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Para mais informações: tauaresorts.com.br
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