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Dentro do Parque Nacional do Iguaçu: Como é se hospedar no Hotel das Cataratas

No coração do Parque Nacional do Iguaçu, o Hotel das Cataratas é uma experiência de viagem completa, que une hospitalidade e conexão com a natureza em um dos lugares mais belos do Brasil.

Vista aérea do Hotel das Cataratas. (Foto: divulgação)

Era apenas o som estrondoso da água que cortava o silêncio no Parque Nacional do Iguaçu. Passava das 6h da manhã e eu estava ali, andando sozinha pela passarela de visitação das Cataratas.

Essa mesma cena, três horas depois, seria impossível. Com o parque aberto aos visitantes, a passarela de observação é o ponto mais movimentado e concorrido. É por isso que estar ali, acompanhada apenas pelos meus pensamentos, era daquelas oportunidades que merecem ser celebradas. E eu celebrei, muito!

Mas qual o motivo para tal privilégio? Eu estava hospedada no Hotel das Cataratas, único empreendimento dentro do Parque Nacional do Iguaçu. O hotel tem as cachoeiras como seu quintal, e os hóspedes podem celebrar uma das Sete Novas Maravilhas da Natureza a hora que bem entenderem.

Hóspedes podem aproveitar o parque antes da sua abertura. (Foto: Tarcila Ferro)

Nos três dias em que fiquei ali, elegi o amanhecer e o entardecer como os períodos mais aguardados do dia. Com vazão alta de água, as cascatas estavam formosas e ainda mais majestosas.

O tempo ajudou e o sol forte durante o dia rendia crepúsculos de arrepiar. Não estou exagerando ao dizer que assisti a um dos pores do sol mais lindos da vida.

Pôr do Sol nas Cataratas do Iguaçu. (Foto: divulgação)

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História do Hotel das Cataratas

Mas falar do Hotel das Cataratas não é só falar de natureza, mas de história também. Seu prédio original, em tom de cor-de-rosa pastel e em estilo colonial português, mantém-se preservado desde a inauguração em 1958. A ocasião, aliás, foi cercada de cerimônias ao ter o presidente Juscelino Kubitschek entre os convidados.

Fachada do Hotel das Cataratas. (Foto: Tarcila Ferro)

Anos depois, o hotel passou a integrar o grupo Orient-Express e a rede inglesa Belmond assumiu a administração. Em 2019, a rede foi absorvida pelo grupo de luxo LVMH (Moët Hennessy Louis Vuitton). Somado a isso, sua jornada de quase sete décadas é pontuada por uma série de prêmios, entre eles de estar entre os melhores hotéis da América Latina.

Decoração do hotel

E entendemos mais sobre a sua história ao entrar no lobby. O estilo dos anos 1950 fica evidente em seus ambientes que exaltam a madeira, pisos em mosaico e azulejos em tons de branco e azul, pintados exclusivamente para o hotel.

Quadros com desenhos e pinturas da fauna e da flora local compõem a decoração do Palácio Cor-de-Rosa, como o hotel também é chamado.  

Móveis rústicos e telas que exaltam a natureza local. (Foto: divulgação)

Como exaltar a beleza é a palavra de ordem por aqui, o check-in é realizado na varanda como forma de introduzir os hóspedes à paisagem. Brigadeiros e a bebida tererê − feita com infusão de erva-mate, limão e hortelã − é servida geladinha.

Com tererê em mãos e brigadeiros na boca, fiquei na varanda mais alguns minutos só de olho no piquenique que acontecia no jardim em frente.

Com almofadas na grama e uma mesinha baixa, uma família conversava entre porções de pão de queijo, bolo de cenoura, frutas laminadas, jarras de suco e café. Ao terminaram, eles foram caminhando pouco mais de 100 metros até o mirante que marca o início da Trilha das Cataratas para esperarem o pôr do sol.

Piquenique no jardim com almofadas na grama e uma mesinha baixa. (Foto: Tarcila Ferro)

Vale a pena levar crianças?

Os 187 quartos do hotel das Cataratas se dividem entre apartamentos superiores e suítes, distribuídas por longos corredores. Circular por ali, por sinal, é a garantia de escutar uma variedade incrível de idiomas – do francês ao inglês, do alemão ao espanhol – os estrangeiros são a maioria dos hóspedes.

Estava com meus dois filhos e o período não era de férias escolares, assim, eles eram as únicas crianças que falavam português.

Detalhe que não os impediu de brincar com as crianças francesas na piscina, correr com irmãos argentinos que estavam na quadra ou jogar xadrez, no tabuleiro gigante, com uma duplinha de alemães craques no jogo. A linguagem da brincadeira é sempre universal.

Tabuleiro gigante de xadrez. (Foto: divulgação)

É importante frisar que o Hotel das Cataratas é um hotel para crianças, mas não é um resort com parque aquático, brinquedoteca com videogames e programação até às 22h. A ideia ali é que os pequenos se conectem com a natureza do parque por meio dos passeios e que possam aproveitar o tempo ao ar livre e na companhia dos pais.

Assim, adultos e crianças dividem o mesmo espaço na piscina, que conta com vários níveis de profundidade, e fazem as refeições juntos. É recompensador poder aproveitar tudo isso com as crianças, ainda mais quando se está cercado de tanta hospitalidade.

Piscina do Hotel das Cataratas. (Foto: divulgação)

Só me separei dos meus filhos quando fui ao spa para uma massagem avassaladora (no bom sentido) que me fez demorar 15 minutos para me trocar porque não queria sair dali.

Cataratas Spa

Além da estrutura e beleza do espaço, que conversa diretamente com toda a proposta do hotel, o Cataratas Spa tem um programa de wellness completo focado em relaxamento e antiestresse.

Cataratas Spa. (Foto: diuvlgação)

O menu de tratamentos é formado por diversas terapias corporais e máscaras hidratantes que podem render um verdadeiro circuito de tratamento para ser feito não apenas um dia, mas vários durante a estada.

Cataratas Spa. (Foto: divulgação)

Acomodações autênticas

Fiquei hospedada em uma Suíte Júnior de 35 m2, conjugada com outra onde ficaram as crianças.

Detalhes da Suíte Júnior. (Foto: divulgação)

Assim como as áreas comuns, os quartos seguem o estilo colonial português, com piso e móveis de madeira escura, cortinas com estampas de vegetação e quadros que retratam a fauna e a flora local. Poltronas próximas à janela, mesa de trabalho e um ótimo conjunto de armários completavam o espaço.

Nessa categoria, as camas são queen size ou podem ser duas de solteiro, os banheiros contam com pia dupla, bancada de mármores e os detalhes em azulejos da banheira trazem charme. Os produtos de banho são da marca Granado.

Há outras opções de suíte com tamanhos acima de 55 m2,que contam com sala de estar, janela com sacada e cama king size. Destaque para a Suíte Cataratas com quatro varandas, mesa de jantar e vista plena para as cataratas.

Já as opções menores ficam para os apartamentos superiores com tamanhos entre 24 m2 e 29 m2 e vista para o jardim do hotel.

Mesmo que você não fique em um quarto com vista para as cataratas, não há o que lamentar: os hóspedes são impactados a todo tempo por elas. Um dos pontos que rendem visuais incríveis das quedas e do hotel como um todo é subindo na Torre do Hotel das Cataratas, que reserva um mirante em seu ponto mais alto.

Café da manhã servido na suíte com vista para as Cataratas. (Foto: divulgação)

Além da vista, a icônica torre no jardim tem em suas paredes internas pinturas assinadas pelo artista João Incerti. O muralista retratou a Mata Atlântica, que preenche todo o entorno do hotel, e que traz vida ao Parque Nacional do Iguaçu.

Restaurante Ipê

As diárias no Hotel das Cataratas já incluem café da manhã, servido todos os dias no Restaurante Ipê. Em frente à piscina, o Ipê mescla opções à la carte com um bufê caprichado que também funciona no almoço e no jantar.

Ambiente do Restaurante Ipê. (Foto: divulgação)

No desjejum, os hóspedes podem escolher entre diversos tipos de pães, frutas, mingau, panquecas, bacon, cereais, patês, frios (entre eles presunto de parma e queijos franceses), folhados, cupcakes… Duas mesas completas de opções.

Já parecia suficiente, mas o menu colocado nas mesas era tentador com sugestões como ovos beneditinos, omelete com salmão, avocado toast e waffles com frutas. E espere encontrar espumante e Bloody Mary logo pela manhã.

Prato no novo Restaurante Ypê. (Foto: divulgação)

Para o jantar, o Belmond Hotel das Cataratas acabou de ganhar um reforço com a abertura do restaurante Y. Comandado pelo chef Luiz Filipe Souza, o espaço de cozinha brasileira criativa leva à mesa o que a nossa gastronomia tem de melhor: sua originalidade.

Moqueca de camarão com arroz crocante, ovo de mollet com tucupi e espuma de mandioca estão entre as sugestões criadas para exaltar a riqueza e a versatilidade da cozinha nacional.

Depois do jantar, a noite pode terminar no Bar Tarobá para um último drinque servido na varanda. Mesmo sem ver as cataratas devido à escuridão total (não há iluminação no parque por conta dos animais), a presença delas ali é sentida pelo som da força da água que corta a noite e fica marcado, para sempre, em nossas lembranças.

Regras do parque

Para chegar ao Hotel das Cataratas, os visitantes devem utilizar um transfer credenciado, pois o Parque Nacional do Iguaçu não permite a circulação de carros de passeio. Só rodam por ali vans do hotel, carros de guias autorizados e os ônibus turísticos do próprio parque.

Foto: Tarcila Ferro

transfer a cada hora ou meia hora, de acordo com o horário, que levam do hotel até a entrada do parque, distante 10 quilômetros. Fiscalizam todos os carros com permissão de circular para garantir que a velocidade não ultrapasse 60 km por hora.

A velocidade lenta é para evitar qualquer acidente com animais do parque. Placas sinalizam que ali vivem onças e outros animais que podem cruzar a estrada a qualquer momento. 

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