Após uma restauração completa, o icônico barco a vapor Benjamim Guimarães se prepara para encantar novamente turistas com passeios inesquecíveis nas águas do Rio São Francisco
O histórico barco a vapor Benjamim Guimarães, uma joia de 1913, está pronto para navegar novamente. Depois de cinco anos parado e um investimento de R$ 5,3 milhões, a embarcação foi totalmente restaurada.
Agora, a comunidade e os turistas aguardam ansiosamente por sua volta. Consequentemente, a expectativa para o retorno dos passeios turísticos em Pirapora, Minas Gerais, é imensa. A embarcação representa um elo vivo com a história do Brasil.
Uma joia centenária de volta às águas
Primeiramente, é preciso entender a importância deste barco. Construído nos Estados Unidos, o Benjamim Guimarães é um autêntico vapor do tipo “gaiola”. Ele chegou ao Brasil em 1914 para desbravar rios. Além disso, é o único em atividade na América Latina. A embarcação ainda preserva seu sistema original de propulsão. Sua caldeira, por exemplo, funciona com lenha e é movida por rodas de popa.
No passado, o vapor foi fundamental para a integração nacional. Ele transportava passageiros e mercadorias, impulsionando o comércio. Assim, conectava o sertão isolado com as cidades do litoral. Durante a Segunda Guerra Mundial, por exemplo, o barco serviu ao Exército. Ele transportou tropas pela bacia do São Francisco. Portanto, sua trajetória é rica e diversificada.
Meticuloso processo de restauração
O vapor realizou sua última viagem em novembro de 2014. Problemas estruturais, no entanto, forçaram sua parada. Em 2020, ele foi retirado da água para uma reforma completa. O processo de restauração começou efetivamente em setembro de 2024. Os recursos vieram do Novo PAC e o programa de Revitalização das Bacias Hidrográficas financiou a obra.
As obras, enfim, terminaram em novembro de 2024. Elas focaram nas estruturas de madeira e de aço. Um grande público, em seguida, celebrou sua reinauguração em 1º de novembro. Quase um mês antes, a embarcação já havia passado por um teste bem-sucedido. O restauro envolveu a Empresa de Turismo de Pirapora (Emutur). Além disso, contou com o talento do estaleiro mineiro INACE.
Expectativa pelos novos passeios turísticos
A Emutur será a responsável pelos passeios turísticos. O barco, portanto, está pronto para receber visitantes. Existe, contudo, um obstáculo a ser superado. O rio precisa de algumas intervenções para garantir a segurança. O calado do vapor é fundo, exigindo canais de navegação adequados. Apesar disso, o nível da água atual é considerado bom.
O roteiro inicial prevê uma viagem de uma hora. O barco partirá do porto de Pirapora, fará uma volta e retornará. “É uma volta lenta, entre uma hora e meia e duas horas”, explicou. A duração dependerá da força da correnteza. Finalmente, os turistas poderão vivenciar essa experiência.
Atração para Pirapora
O Benjamim Guimarães não é apenas um barco. Ele é um patrimônio histórico e cultural. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN-MG) o tombou em 1985. Com 43,85 metros e capacidade para 140 passageiros, ele é imponente.
Sua história inclui até mesmo um encontro com Lampião. O cangaceiro planejou um ataque, mas a tripulação agiu rápido. Eles manobraram o barco e o afastaram do perigo. Consequentemente, o vapor se tornou uma lenda. O retorno do Benjamin Guimarães promete, assim, fortalecer o turismo e a economia local.
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