Pesquisa combina física e modelagem 3D para validar transporte vertical dos moais da Ilha de Páscoa
Uma matéria publicada originalmente no The New York Times revela descobertas revolucionárias sobre o transporte das icônicas estátuas moai da Ilha de Páscoa, Chile. Pesquisadores confirmaram que as estátuas realmente “andavam” na posição vertical usando cordas e poucas pessoas.
Também conhecida como Rapa Nui, o destino fica a 3.700 km da costa chilena e representa um dos destinos mais remotos e fascinantes do planeta.
Técnica engenhosa validada por experimento


Carl Lipo da Universidade de Binghamton e Terry Hunt da Universidade do Arizona estudaram quase mil estátuas moai. Os cientistas identificaram que 62 estátuas encontradas ao longo de estradas antigas compartilham características distintas: base larga em forma de D e inclinação para frente.
Essas características não eram mero acaso. Elas permitiam que as estátuas fossem balançadas de um lado para outro, criando um movimento de caminhada. Para testar a hipótese, a equipe construiu uma réplica de 4,35 toneladas e a transportou por 100 metros em apenas 40 minutos usando 18 pessoas.
Modelagem 3D revela design inteligente


Os pesquisadores criaram modelos tridimensionais de alta resolução das estátuas. A análise revelou que a inclinação frontal e a base curva tornavam o transporte não apenas possível, mas eficiente. O design abaixava o centro de massa, estabilizando os moais durante o movimento oscilante.
Estradas faziam parte do processo
As estradas eram construídas como parte do processo de mover as estátuas, com versões sobrepostas e paralelas. As equipes limpavam um caminho, moviam a estátua, depois limpavam outro trecho e repetiam a sequência.
Evidências arqueológicas fortalecem teoria


A distribuição das estátuas abandonadas nas estradas segue padrões estatísticos consistentes com falhas mecânicas durante o transporte. Mais da metade concentra-se a dois quilômetros da pedreira Rano Raraku, seguindo um padrão de decaimento exponencial esperado em processos de falha mecânica.
O método andante requeria recursos mínimos comparado às hipóteses de transporte horizontal. Contraria teorias anteriores que sugeriam que as estátuas foram arrastadas deitadas sobre dispositivos de madeira.
Tradição oral confirmada


A descoberta valida tradições orais dos Rapa Nui que sempre afirmaram que as estátuas “andavam”. Existe inclusive uma canção folclórica com ritmo marcado, adequada para coordenar tarefas repetitivas como o balanço das estátuas.
O estudo foi publicado no Journal of Archaeological Science e responde sistematicamente às críticas recebidas desde experimentos anteriores realizados em 2012.
Destino turístico único no Pacífico


Além dos quase mil moais espalhados pela Ilha de Páscoa, os visitantes encontram o vulcão Rano Raraku (pedreira das estátuas), o complexo cerimonial de Ahu Tongariki com 15 moais restaurados, praias de areia rosa e sítios arqueológicos preservados.
Os turistas precisam de passaporte válido e devem preencher um formulário online antes da viagem. A infraestrutura turística concentra-se em Hanga Roa, única vila habitada, que oferece hotéis, restaurantes e agências para explorar os monumentos históricos desta joia da Polinésia.
Quando ir – A melhor época para visitar é entre setembro e março, quando as temperaturas ficam mais agradáveis e as chuvas diminuem.
Como chegar – O acesso acontece principalmente por voos da LATAM Airlines saindo de Santiago, com duração aproximada de cinco horas. Alguns cruzeiros pelo Pacífico Sul também incluem paradas na ilha.
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