Colocamos o pé na estrada para explorar o Espírito Santo e as montanhas capixabas, com parada rapidinha para conhecer a capital, Vitória.
Nem só de praia e sol vive o Espírito Santo. Até poderia, mas seria reduzir demais as terras capixabas. Afinal, elas englobam uma porção de serra que surpreende pela beleza e quantidade de atrações junto à natureza.
Dessa forma, as diferenças de cenário rendem duas viagens distintas ou até mesmo complementares para quem tiver tempo suficiente.
A primeira segue pelo interior, tomando como base a região de Domingos Martins. Ali, a herança da imigração europeia é sentida e saboreada na cozinha local e admirada na arquitetura.
Enquanto isso, a segunda opção roda pela costa, com paradas em Guarapari e nas várias praias que pipocam na cidade de Anchieta. Em comum, as duas estão a cerca de uma hora da capital, Vitória.
Além disso, têm boas estradas, lindas paisagens e comida boa demais. Sendo assim, é só escolher entre praia ou montanha, dar play na trilha sonora e curtir a viagem!
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Espírito Santo
Os roteiros partem da capital capixaba, Vitória, e são ideais para serem feitos de carro. Por isso, quem não estiver com seu veículo próprio pode considerar alugar um no aeroporto de Vitória. O local recebe voos de diversas cidades brasileiras, operados pela Latam, Gol e Azul.
Reserve, pelo menos, duas noites (três dias) para realizar cada roteiro. Na opção pela serra, os pernoites indicados são em Domingos Martins e Venda Nova do Imigrante. Nas praias, ficamos na do Ubu, perto de Guarapari, mas outras enseadas da região atendem bem. Se a ideia for aproveitar sol e praia, fique pelo menos quatro dias.
Ambas as viagens podem ser feitas durante todo o ano, mas a região serrana fica mais atraente no inverno, com temperaturas abaixo dos 10º C.
Nos meses de junho a agosto, florescem as cerejeiras em frente ao parque Estadual da Pedra Azul. Entretanto, quem quer curtir as praias deve se programar para ir na primavera e no verão. De outubro a fevereiro, o sol e o calor são constantes.
Roteiro pelas montanhas
Dia 1: Domingos Martins e Pedra Azul
A 50km de Vitória.
Conhecido como Campinho, o centro de Domingos Martins parece uma Alemanha no Brasil. Ali fica a primeira igreja luterana com torre do Brasil (antes, de exclusividade católica) e uma estátua em homenagem aos colonos alemães, que chegaram à região no século 19. O legado germânico, aliás, é celebrado pela cidade.
Um dos principais restaurantes é o Fritz Frida, com boas cervejas e receitas que vão da salada de batatas às tortas de maçã.
O comércio segue a mesma linha: a lojinha de suvenires Espaço Bauernmalerei tem peças pintadas à mão com a técnica que dá nome ao lugar. Pertinho dali, vale visitar a Rua do Lazer. A via é exclusiva para pedestres e concentra o vaivém de turistas pelas lojinhas de chocolate, restaurantes e cafeterias.
Parque Estadual Pedra Azul
Em seguida, o passeio continua em outro pedacinho de Domingos Martins, a 40 km do centro. Então, é hora de conhecer o Parque Estadual Pedra Azul, que compreende as duas formações mais importantes das montanhas capixabas: a Pedra Azul e a Pedra das Flores.
Entre julho e agosto, o charme adicional do cenário fica por conta das cerejeiras floridas logo na entrada.
O destaque do parque fica para a Trilha das Piscinas Naturais, para maiores de 8 anos. O local está em obras para construção de nova sede. A previsão é que tudo termine até o final de 2024. Desse modo, o parque está atendendo apenas visitantes que agendam a visita pelo site. A visitação em grupo está suspensa no momento.
A entrada lá é gratuita, e o acesso às trilhas só é permitido até às 14h. O trajeto tem cerca de um quilômetro e meio, com desníveis até a chegada às piscinas, liberadas para banho.
O mais complicado é subir os trechos de pedra, escorregadios. Há ainda opções mais leves e autoguiadas, como a Trilha do Cedro Sentado, gratuita. A atração leva a um mirante para observar a Pedra Azul, e o trajeto, levemente íngreme, tem menos de 500 metros.
Dia 2: Rota do Lagarto
42 km de Domingos Martins e 19 km de Venda Nova do Imigrante.
Um dia quase inteiro dedicado à Rota do Lagarto pode parecer muito à primeira vista, mas não se deixe enganar. Com um quê da gaúcha Gramado, o destino capixaba é um caminho cheio de restaurantes, cafeterias e lojas.
Todos instalados em construções de traços europeus, pinturas coloridas e flores nas janelas… Alguns dos destaques são o Tuia Gastronomia e Arte, espaço que serve crepes e cafés com mesinhas ao ar livre.
O Fjordland é ideal para quem quer fazer cavalgadas pela região. Já a Marietta Delicatessen tem bolos, biscoitos e produtos artesanais à venda.
O mais comum é fazer o trajeto de carro, mas há quem prefira subir as montanhas de bicicleta convencional ou elétrica. Nessa caso, as bikes ficam disponíveis para aluguel na empresa Pedra Azul Ecotur.
À noite, a fartura gastronômica continua: é hora de provar a pizza de polenta com queijo e socol, tipo de presunto cru tradicional da região de Venda Nova do Imigrante.
A receita é criação da Dulce, do Café da Roça Altoé da Montanha, restaurante que parece até a sala de estar de uma casa, com fotos da família, sofás e cheirinho de bolo feito na hora. Há também tortas, quiche, porção de linguiças e a tal pizza, que você pede na mesa.
Dia 3: Venda Nova do Imigrante
16 km do Parque Estadual da Pedra Azul.
A pausa para o almoço pode ser no restaurante Travoletta, dedicado à culinária italiana. Os mais pedidos são o risoto de socol ao limão-siciliano e o bacalhau confitado.
À tarde, é hora de conhecer as propriedades familiares que motivam a cidade de Venda Nova do Imigrante a se autodenominar Capital Nacional do Agroturismo. São dezenas de atrativos turísticos com apelo rural, como a Orollate, uma fábrica de queijos artesanais tocada por dois italianos.
Outra propriedade familiar é o sítio Família Brioschi, que faz biscoitos, embutidos, café, doces e queijo. O visitante pode conhecer a estufa e o curral para entender como os produtos são feitos.
Outro espaço que celebra os pequenos produtores é o Coletivo Café, cafeteria, loja e escritório da marca Have Coffee. No espaço, a ideia é tomar um bom café.
Onde dormir no Espírito Santo
Domingo Martins
Hotel Fazenda China Park
Ideal para famílias, dá para se hospedar ou só passar o dia para curtir o teleférico, o parque aquático e a fazendinha. Lá, os pequenos podem alimentar coelhos, ovelhas e outros animais. Só a tirolesa – considerada a maior do estado – tem custo adicional. Os quartos são simples e confortáveis.
Clique aqui para ver fotos do hotel e o preço da diária.
Venda Nova do Imigrante
Chalés Vale das Pedras
A pousada tem quartos com vários elementos vintage. O café da manhã é feito com produtos da região.
Clique aqui para ver fotos da pousada e o preço da diária.
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