Localizado no coração do Centro Histórico de Salvador, o Pelourinho é um dos mais famosos cartões-postais da Bahia. Tombado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e reconhecido como Patrimônio da Humanidade pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), o atrativo turístico constitui no maior conjunto arquitetônico colonial da América Latina.
O “Pelô”, como é carinhosamente chamado, abriga mais de três mil imóveis históricos datados dos séculos 16 a 19, com sua arquitetura que é um caldeirão multicultural. São igrejas, conventos, museus, teatros, espaços de grupos culturais, ateliês, galerias e antiquários. O Pelourinho é também o berço da boemia soteropolitana, como muitos bares e restaurantes.
O Centro Histórico de Salvador deve ser desbravado a pé, até porque algumas áreas são vedadas a carros. Reserve ao menos um dia inteiro para passear pelas ladeiras do Pelourinho.
Igrejas e museus do Pelourinho
No Terreiro de Jesus, na entrada do Pelourinho, a arquitetura colonial e barroca se destaca nas igrejas com alguns dos templos religiosos mais antigos e importantes de Salvador. A Catedral Basílica, em estilo maneirista, foi inaugurada em 1657. No Largo do Cruzeiro de São Francisco, a Igreja de São Francisco é outra parada obrigatória, com sua fachada barroca e o interior folheado a ouro.
Descendo o Largo do Pelourinho, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos chama a atenção pela fachada em estilo rococó e as torres em formato de bulbos.
Os museus mais importantes da Bahia também estão no Centro Histórico e próximos aos Pelourinho. Entre eles, estão o Tempostal (postais, fotografias e estampas históricas), Abelardo Rodrigues (peças de arte sacra), Udo Knoff (azulejaria e cerâmica), Eugênio Teixeira Leal (moedas e medalhas), da Misericórdia (móveis, pinturas e azulejos portugueses) e da Cidade (acervo diversificado).
Há, ainda, o Museu Nacional de Cultura Afro-Brasileira (Muncab), no prédio neoclássico do antigo Tesouro, que virou centro de referência da herança cultural africana, e a Casa do Carnaval, referência sobre a festa mais popular do do Brasil com exposições interativas.
O que visitar nos arredores
Arcos da Ladeira da Conceição
A Ladeira da Montanha, uma das mais conhecidas de Salvador, é sustentada pelos arcos que foram erguidos como pilares de apoio à ladeira e formam galerias, que com o passar do tempo tornaram-se local de trabalho dos tradicionais ferreiros, que lutam para a arte resistir em Salvador.
O objetivo da obra realizada na Ladeira da Conceição era apenas fazer arcos que sustentassem a Ladeira da Montanha, mas as pessoas passaram a utilizá-los para moradia e comércio. Atualmente, o comércio nos arcos da Conceição é formado por marmoristas e ferreiros.
Memorial das Baianas de Acarajé
O Memorial das Baianas foi idealizado pela Associação das Baianas do Acarajé e do Mingau (ABAM),. Mais que preservar as origens culturais do candomblé, houve atenção também para a continuidade dos ofícios manuais tradicionais da mesma cultura, que permitiram incluir diversas mulheres no mercado de trabalho.
Endereço: Cruz Caída, Praça da Sé, Pelourinho
Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos
A Igreja da Venerável Ordem Terceira do Rosário de Nossa Senhora às Portas do Carmo, mais conhecida como Igreja do Rosário dos Pretos, foi fundada em 1685, por uma das primeiras irmandades dos homens pretos do Brasil. A atual Igreja do Pelourinho começou a ser construída em 1704 pela própria Irmandade, pelos próprios irmãos negros, incluindo escravos. A imagem barroca de N.S. do Rosário, de 1685, foi transladada da Sé e está no altar-mor.
Como outros grupos da colônia, os negros se organizavam em agrupações religiosas de ajuda mútua, as chamadas irmandades ou confrarias e eram particularmente devotos de Nossa Senhora do Rosário, São Benedito.
Endereço: Largo do Pelourinho, s/n, Pelourinho
Horário: segunda a sexta, das 8h às 12h e das 13h às 17h, sábados, das 8h às 12h
Taxa visitação: R$ 5,00
Fundação Casa de Jorge Amado
Localizada em imóvel colonial do século 19, no Largo do Pelourinho, a Casa de Jorge Amado abriga, em seus quatro andares, uma exposição permanente do acervo do escritor e de sua esposa, Zélia Gattai, constituído de diversas edições de seus romances com traduções em 49 idiomas –fotografias, vídeos, cartazes e objetos que se relacionam com o autor e sua obra, além de arquivos de cartas, manuscritos e documentos diversos, à disposição de pesquisadores e estudiosos.
Endereço: Largo do Pelourinho, 15
Horário: segunda a sexta, das 10h às 18h. Sábado e domingo, das 10h às 16h
Ingresso: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia). Às quartas, o acesso é gratuito.
Casa do Benin
Inaugurada em 1988, a Casa do Benin resultou do intercâmbio mantido entre a Bahia e o país africano Benin, através da cidade de Cotonou.
Após uma reforma executada pela arquiteta Lina Bo Bardi –que manteve as linhas externas do casario secular, mas modernizou os espaços– a casa abriga uma rica coleção de objetos e obras de arte da região do Golfo do Benin, de onde veio a maioria dos negros que povoaram o Recôncavo Baiano.
A maior parte do acervo foi colecionada pelo antropólogo e fotógrafo francês Pierre Verger em suas andanças pelo continente africano. O espaço abriga também exposições temporárias e oficinas artísticas.
Endereço: Baixa dos Sapateiros, 7, Pelourinho
Horário: terça a sábados, das 10h às 17h
Ingresso: gratuito
Telefone: (71) 3202-7890
Museu do Mar – Aleixo Belov
O Museu do Mar Aleixo Belov é capitaneado pelo ucraniano de 78 anos que veio para a Bahia ainda criança. Entre os atrativos, o barco Três Marias no qual Belov deu três voltas ao mundo. E ainda, as obras de arte que ele adquiriu ao longo das viagens, além de cartas náuticas e aparelhos de navegação.
O espaço possui 540 m² de exposição permanente. O museu ainda conta com uma sala para exposições temporárias, uma sala de projeção de filmes, além do Café-bar Yolo, comandado pelo chef Raphael Sepulveda.
Endereço: Casarão Amarelo, no Largo do Santo Antônio Além do Carmo, 3
Horário: terça a domingo, das 10h às 18h
Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia). Às quartas a entrada é gratuita. Criaças até 5 anos não pagam.
Telefone: (71) 3218-5985
Palacete Tira-Chapéu
Tombado pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC-BA), o Palacete Tira-Chapéu é um dos poucos remanescentes e um dos mais importantes do estilo eclético em Salvador, que reúne em um mesmo exemplar características inspiradas em diferentes estilos arquitetônicos do passado. O espaço foi reaberto ao público em janeiro.
O projeto do palacete da Associação dos Empregados do Comércio da Bahia (AECB) foi concebido pelo arquiteto italiano Rossi Baptista, responsável por outras obras deste mesmo padrão na capital baiana.
O palacete fica na esquina da Rua Tira Chapéu com a Rua Chile, que ao longo dos anos já recebeu vários nomes, e é considerada a primeira rua do Brasil. Ela foi construída por Tomé de Souza, o primeiro governador do Brasil, em 1549. Na época, foi chamada de Rua Direita das Portas de São Bento e foi o principal fluxo de pessoas e mercadorias da colônia.
Ateliê e Galeria Raimundo Santos Bida
Especialista em Arte Naïf, o pintor Raimundo Bida, conhecido como Bida, tem seu trabalho reconhecido em boa nos Estados Unidos, Europa e outras partes do mundo. No seu ateliê, na Ladeira do Carmo, próximo à escadaria da Igreja do Passo, as paredes e cavaletes revelam belas obras com paisagens lúdicas, personagens regionais do nordeste brasileiro e a cultura local, em quadros vão além da técnica purista e ingênua que define a arte Naif.
Suas obras estão na Galeria Jacques Ardies – maior galeria de arte Naif em São Paulo; Galeria Geraldes da Silva, Porto, Portugal, além de coleções particulares, em museus, em fundações e instituições pelo mundo a fora. E ainda, dois painéis gigantes na Rodoviária de Salvador
Endereço: Rua das Laranjeiras, Pelourinho
Horário: segunda a sexta, das 10h às 18h, e sábados até as 17h
Telefone: (71) 3326-7062
Espaço Cultural da Barroquinha
A Igreja da Nossa Senhora da Barroquinha, construída entre 1722 e 1726, foi quase destruída por um incêndio em março de 1984 e se encontrava num estado de grande degradação. No passado, além de um templo católico, era um espaço ligado às tradições das nações africanas, sendo frequentada por mulheres “nagô-iorubás”, da nação Ketu e pela população e trabalhadores locais.
Em 1991, a Fundação Gregório de Mattos (FGM) desenvolveu o projeto do Espaço Cultural Barroquinha, como proposta de transformar as ruínas da Igreja, matriz do sincretismo religioso, em espaço cultural. Depois de uma ampla reforma, recuperação e restauro das ruínas da Igreja, o Espaço Cultural da Barroquinha foi entregue ao público em março de 2009.
O espaço tem capacidade para receber espetáculos de teatro, dança e música e conta com uma estrutura que inclui área para apresentações e platéia para 135 espectadores. Possui também uma sala de administração, foyer, camarins com sanitários exclusivos, área para exposições, memorial e um café de apoio aos eventos.
Endereço: Rua do Couro, s/n, Barroquinha
Horário: segunda a sexta, das 14h às 19h; sábado e domingo, das 14h às 18h
Telefone: (71) 32027880
Escola Olodum
O passeio pelo Pelourinho não é completo sem a visita à Escola Olodum. Principal espaço de expressão da comunidade afrodescendente, constituindo-se numa referência nacional e internacional pela inovação no trabalho com arte, educação e pluralidade cultural.
A Escola Olodum vai além do toque do tambor, com atividades que têm como objetivo valorizar o potencial de crianças, adolescentes e jovens, por meio de linguagens que possibilitam a inclusão social e digital, trabalhando paralelamente a questão da cidadania étnico-cultural.
Endereço: Rua das Laranjeiras, 30, Pelourinho
Telefone: (71) 3321-5010
Leia também:
Salvador: o que fazer na capital da Bahia