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O que fazer em Paranapiacaba

Saiba como pegar o trem turístico e o que fazer em Paranapiacaba, a mais charmosa vila histórica do Grande ABC

Passarela em Paranapiacaba
Uma passarela separa as partes alta e baixa de Paranapiacaba, conhecidas, respectivamente, como Vila Portuguesa e Vila Inglesa (foto: Shutterstock)

Envolta pela vegetação exuberante da Serra do Mar e por uma onipresente neblina que bem lembra o fog londrino diante do relógio erguido nos mesmos moldes do Big Ben inglês, Paranapiacaba é um ótimo destino para quem quer fazer um passeio de fim de semana próximo da capital paulista. Além de suas construções de madeira e trilhas pela Mata Atlântica, essa antiga vila de arquitetura inglesa respira história, arte e cultura.

Longínquo distrito da cidade de Santo André, na região do Grande ABC, e a apenas 62 km do centro de São Paulo, Paranapiacaba foi fundada na década de 1860, quando uma equipe de ingleses desembarcou nessas paragens para operar a São Paulo Railway, ferrovia que liga o porto de Santos a Jundiaí.

Com o fim da operação desse trecho da ferrovia em 1982, a vila voltou-se totalmente para o turismo cultural, gastronômico e ecológico. Hoje, oferece diversos roteiros em meio à natureza e é uma das maiores testemunhas da expansão da tecnologia ferroviária no Brasil da segunda metade do século 19.

Não à toa, chegar lá a bordo do expresso turístico já é, por si só, uma grande atração. Confira a seguir esta e outras dicas do que fazer em Paranapiacaba em um passeio de um ou mais dias.

Como chegar

Paranapiacaba é distrito de Santo André, mas 34 km separam essa charmosa vila histórica da cidade à qual pertence, no Grande ABC. Já a distância para o centro da capital paulista é de 62 km, que podem ser cumpridos de carro ou em transporte público.

De carro

Para quem parte de São Paulo, as melhores vias de acesso para a região do Grande ABC são a Avenida do Estado e a Rodovia Anchieta (BR-050). Depois, basta seguir pelas rodovias Caminho do Mar, Índio Tibiriçá e Dep. Antonio Adib Chammas até a Estrada de Paranapiacaba/Estr. do Rio Claro, em Santo André, e continuar até a Avenida Schnoor, em Paranapiacaba.

Embora muita gente prefira chegar a bordo do expresso turístico, ir de carro oferece a vantagem de não precisar subir tantas ladeiras a pé para visitar o destino, que se divide entre a parte alta (conhecida como Vila Portuguesa) e a parte baixa (Vila Inglesa).

De trem regular

A linha 10-Turquesa da CPTM leva passageiros da estação da Luz, em São Paulo, até a cidade de Rio Grande da Serra. A passagem custa R$ 4,40. De lá, basta caminhar cerca de 200 metros até o número 174 da Rua Pastor Aquilino Sartori para pegar um ônibus intermunicipal que leve até Paranapiacaba.

expresso turístico
Expresso Turístico no terminal ferroviário de Paranapiacaba: um passeio por si só, cheio de história e belas paisagens (foto: Shutterstock)

Em trem turístico

Esta é, sem dúvida, a forma mais divertida e interessante de chegar a Paranapiacaba, mas a viagem só acontece aos sábados, domingos e feriados. A bordo de uma locomotiva da década de 1950, totalmente reformada, o passageiro faz uma viagem no tempo.

O embarque pode ser na Estação da Luz, na zona central de São Paulo, ou na Estação Prefeito Celso Daniel, em Santo André. O percurso, de 48 km, segue os trilhos da Linha 10-Turquesa da CPTM e leva cerca de 1h30, passando pelas estações Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, tombadas recentemente pelo patrimônio histórico de São Paulo. Ambas foram construídas pela antiga empresa britânica SPR (São Paulo Railway), a primeira ferrovia paulista, inaugurada em 1867.

Além disso, é possível encontrar em operação em Paranapiacaba a segunda locomotiva mais antiga do Brasil, que pertenceu à SPR e hoje integra o acervo da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF).

O expresso turístico parte às 8h30 da Estação da Luz, com chegada prevista para as 10h, e retorna de Paranapiacaba às 16h30, com chegada à Luz às 18h.

A passagem custa R$ 50 (ida e volta), e tem desconto progressivo para quem adquire um número maior de bilhetes (dois por R$ 82, três por R$ 115 e quatro por R$ 148). Idosos a partir de 60 anos podem pagar metade do valor da tarifa mediante apresentação de RG com foto no momento do embarque. Compre on-line por aqui.

Mais informações no próprio site da CPTM, incluindo telefones de contato e e-mail.

O que fazer em Paranapiacaba

Relógio da estação

Assim como o Big Ben de Londres, a torre do relógio é o cartão-postal por excelência de Paranapiacaba. O relógio foi fabricado na capital inglesa pela marca Johnny Walker e instalado ali em 1898, para servir de marca-passo da pontualidade britânica dos trens.

torre do relógio
Símbolo de Paranapiacaba, o relógio da estação foi feito na Inglaterra seguindo os mesmos moldes do Big Ben de Londres (foto: Shutterstock)

Museu Tecnológico Ferroviário

É o ponto de partida de todo visitante. Popularmente conhecido como Museu Funicular, o museu conta com máquinas, vagões, locomotivas da São Paulo Railway e uma infinidade de objetos antigos que contam a história da ferrovia em São Paulo. Vale contratar um guia para saber mais sobre a história da ferrovia e o seu sistema funicular, que fazia os trens subirem e descerem da Serra do Mar presos por cabos.

Casa Fox

Depois de visitar o Museu Ferroviário, todos os visitantes costumam atravessar a passarela que separa as partes alta e baixa da vila para conhecer os destaques do seu patrimônio histórico. É o caso da Casa Fox, um charmoso conjunto de duas casinhas geminadas, de arquitetura inglesa, que guarda um acervo bem preservado da memória de Paranapiacaba e mobiliário de época. Também conhecida como Casa da Família Ferroviária, já foi residência de um operário que trabalhava na ferrovia. Hoje, dá uma ideia aos visitante quanto ao modo de vida dos trabalhadores ferroviários da época.

Castelinho

Antiga residência do engenheiro-chefe da São Paulo Railway, o Castelinho está estrategicamente localizado no topo de uma colina, na parte mais alta da vila. Assim, ele tinha total controle dos operários e do andamento dos trabalhos na ferrovia. Mas dizem que, na prática, isso não dava muito certo por causa da neblina. Hoje, um museu funciona ali, com objetos de época e a memória social da vila. Mesmo quando está fechado, muita gente sobe até o local só para contemplar a vista privilegiada da região. Visitas aos sábados, domingos e feriados, com guia a cada 30 minutos.

Parque Natural Municipal Nascentes de Paranapiacaba

Depois de mergulhar na história da vila caminhando pelas ruas de paralelepípedos com suas casinhas de madeira, é hora de descobrir outro atrativo da região: a natureza. Neste parque, de 400 hectares, há cachoeiras e trilhas ecológicas bem fáceis de serem percorridas. Monitores acompanham os grupos, com direito a uma provinha de frutos silvestres e PANCs (Plantas Alimentícia Não Convencionais) pelo caminho. Em tempo: todas as trilhas, inclusive as mais fáceis, devem ser acompanhadas de um guia. É obrigatório. Afinal, não faltam casos de pessoas que se perderam na Mata Atlântica.

Parque Natural Municipal Nascentes de Paranapiacaba
Parque Natural Municipal Nascentes de Paranapiacaba tem cachoeiras e várias trilhas em meio à mata preservada (foto: Shutterstock)

Caminho do Sal

Com 53,5 km de extensão, essa rota ecoturística é uma das mais procuradas por ciclistas no Estado devido às paisagens e ao contexto histórico. Divide-se em três trechos principais: Caminho do Zanzalá (entre São Bernardo e Santo André, com nível médio e um belo visual da Serra do Mar); Caminho dos Carvoeiros (o mais fácil, com início na SP-122 e final em Paranapiacaba); e Bento Ponteiro (o mais longo e difícil, com 27,5 km e várias subidas).

Outras trilhas

Além do Parque Natural Municipal Nascentes e do Caminho do Sal, Paranapiacaba é cenário de várias trilhas pela Mata Atlântica. Destaque para as que levam ao Poço Formoso (de 4 km), à Pedra Grande da Quatinga (de 11 km, com vista de tirar o fôlego a 1.120 metros de altitude), e a perigosa Trilha do Funicular, que segue 2 km por trilhos enferrujados que ligavam a vila à cidade de Cubatão.

Cachoeiras

Esta região da Serra do Mar também conta com várias cachoeiras. As mais famosas são: Fumaça, dos Ventos, das Tartarugas, Tartaruguinhas e o Poço das Moças. Todas são acessadas por trilhas em meio à mata. Lembrando que é sempre aconselhável contratar um guia para evitar acidentes e, principalmente, não se perder.

Mercado Popular

Construído em 1899 para abrigar um empório de secos e molhados, o Mercado Popular merece uma visita rápida para comprar uma geleia, um licor ou uma cachaça artesanal feitos com cambuci, uma fruta azedinha, típica da região, presente em várias receitas locais. O galpão fica aberto aos fins de semana, com entrada gratuita.

Mercado Popular
Galpão centenário abriga o Mercado Popular, que abre aos fins de semana para a comercialização de produtos locais (foto: Shutterstock)

Festival de Inverno

Todos os anos, no mês de julho, a vila vira palco do tradicional Festival de Inverno de Paranapiacaba (FIP). O evento costuma atrair 10 mil visitantes em cada edição e se destaca por reunir estrelas de diferentes gêneros musicais, desde rock, MPB e hip hop até música clássica, maracatu, reggae e jazz experimental. A criançada, por sua vez, se diverte com contações de histórias, shows de mágica, teatro infantil, dança, saraus, circo e capoeira. Aproveite para experimentar alguns sabores locais nas praças de alimentação.

Festival do Cambuci

É geralmente realizado nos fins de semana de abril. Além de quitutes, bebidas e pratos feitos com a fruta típica da região, o festival oferece shows, oficinas de arte e passeios pelos monumentos históricos da vila.

Igreja Senhor Bom Jesus de Paranapiacaba

É uma das construções mais antigas da vila. Fundada em 1884 e restaurada recentemente, a singela igrejinha mantém expostas várias fotos de época e oferece uma bela vista panorâmica da parte baixa da vila e da estação de trem.

Igreja Senhor Bom Jesus de Paranapiacaba
Igreja Senhor Bom Jesus de Paranapiacaba guarda um pouco da memória da vila e oferece uma linda vista da estação (foto: Shutterstock)

Quando ir a Paranapiacaba

Vale visitar a vila em qualquer época do ano. Muitas atrações, porém, só funcionam aos fins de semana (incluindo o expresso turístico).

Quem pretende percorrer as trilhas pela mata também deve estar atento à previsão do tempo, especialmente no verão, quando há uma maior incidência de tempestades e o sol pode dar lugar a uma forte neblina em questão de minutos. Todo cuidado é pouco!

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