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Mercado San Miguel e Botín: duas receitas de sucesso em Madri

Botín: tradição que põe mesa

Pode até ser turístico ou óbvio demais, mas vai dizer que não desperta sua curiosidade o título de “restaurante mais antigo do mundo ainda em atividade”, com atestado do Guinness Book? Seja pela tradição ou pela comida, pode esperar fila quem não reserva uma mesa com antecedência no Botín. Dependendo do bom humor do maître, há quem entre apenas para dar uma bisbilhotada no ambiente – apertado e escuro, como se poderia esperar de um restaurante antigo.

O nome grafado no toldo vermelho da fachada de madeira – Sobrino de Botín – refere-se justamente às origens. Os primeiros registros remetem ao século 18, mas, antes disso, o endereço na Calle Cuchilleros, perto da Plaza Mayor, já era um pequeno local de pouso e refeições para comerciantes em trânsito. Algumas reformas depois, o sobrinho de um cozinheiro francês chamado Jean Botín mandou construir, em 1725, o famoso forno de aço com azulejos coloridos, ainda hoje funcionando com lenha de azinheira.

É dali que sai a especialidade da casa: o cochinillo, leitãozinho assado inteiro, lentamente, em uma travessa de barro. Chega à mesa em pedaços tenros, de casquinha dourada e crocante, acompanhado de batatas. Dá para ver, numa área aberta da cozinha, os porquinhos já assados, esperando para serem servidos. Assim também é preparado o cordeiro, outra receita clássica do Botín.

Farto, o menu ainda tem frutos do mar e filés. Se é barato? O prato de leitão ou de carneiro para uma pessoa custa € 24,60, com entradas a partir de € 9,80 (vá de croquetas de jamón!) e acompanhamentos na casa dos € 12. Uma jarra de vinho da casa sai por € 18,15, e a sangria, a € 12,55. E é turístico, mas até mesmo os madrilenhos costumam frequentar. O fator “histórico”, certamente, adiciona um tempero a mais.

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San Miguel: entre tapas e bebes

Dos muitos endereços saborosos que Madri oferece, um deles expressa especialmente bem a sua alma gourmet: o Mercado de San Miguel. Com projeto do arquiteto Alfonso Dubé y Díez, de 1916, é o único mercado com estrutura de ferro que restou na cidade. Ali dividem espaço cerca de 30 bancas de frutas e verduras, além de padaria artesanal, doceria, peixaria – tudo exposto de maneira impecável. É possível encontrar até uma livraria especializada em culinária.

Mais que produtos frescos e diferentes, há, ainda, quiosques que servem comidinhas rápidas em seus balcões, com alguns lugares (disputados) para sentar. O carro-chefe são as tapas, a paixão nacional que é servida em pratinhos nas mais variadas apresentações e versões. Boa parte tem o jamón ibérico como recheio principal, mas não faltam receitas com caviar e pescados diversos.

Tem boxes grifados, como o da família Carrasco-Guijuelo, que há 120 anos fabrica embutidos. Você pode saborear um sanduíche de jamón (custa apenas € 4) ou mesmo comprar o presunto cortado em tiras, vendido em embalagens de papel em formato de cone, para comer como se fosse um snack.

Com o seu tira-gosto em mãos, passe no boxe da Carro de Cerveza Fresca para tomar uma cerveja espanhola geladinha ou, ainda, no La Hora del Vermut, para um vermute ou uma sangria. De quinta a sábado, o San Miguel fica aberto até as duas da manhã, tornando-se o esquenta da balada ou o pós-balada (aliás, muitas vezes é a atração principal da noite).

+ Restaurantes bons em Madri

Estado Puro

Especializado em tapas, o restaurante segue o conceito de gastrotapas, servindo a tradicional entrada espanhola nas mais criativas versões. A partir de € 5.

Ramon Freixa

Com duas estrelas Michelin, o chef Ramon Freixa ganhou fama com seu menu de experiências degustativas. Na hora do almoço, o cardápio fechado sai por € 53.

Corral de la Moreria

Casa de shows e restaurante, trabalha com menus que unem a apresentação de flamenco com o jantar. Vale a pena pedir a paella. A partir de € 38,90.

Puerta 57

Para os fãs de futebol, o restaurante dentro do estádio Santiago Bernabeu tem vista para o gramado e faz bonito com as receitas de frutos do mar. A partir de € 15.