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Conheça Dubai: dicas para visitar a cidade

Dubai é uma sinergia. Precisamente, uniram-se deserto e concreto para dar luz a uma nação robusta, fincada na areia e projetada para rasgar as nuvens. Essa síntese fica nítida ao subir no mirante do Burj Khalifa, o prédio mais alto do mundo. A 442 metros do chão (equivalente à metade do edifício, que tem 828 metros, 160 andares e 57 elevadores), o visual é autoexplicativo: arranha-céus concentram-se em um mesmo raio, enquanto todo o restante da paisagem é tomado pela areia. A aridez do horizonte não inibe o crescimento, pelo contrário, vira um terreno fértil para construir mais e de maneiras completamente improváveis. E são as improbabilidades que fazem o sucesso de Dubai.

 

Burj Khalifa
Burj Khalifa (foto: shutterstock)

 

É um desafio encaixar o Burj Khalifa inteiro na foto. Você vira o celular em todas as posições, abaixa, levanta, tira o zoom e mesmo assim, a parte mais alta do edifício, que se projeta como uma antena, fica cortada. Com o desenho de um Y ao contrário, a obra sem precedentes reúne um hotel Armani, o primeiro do mundo a levar a assinatura da grife, flats residenciais com a chancela da marca italiana (isso mesmo, dá para morar no prédio mais alto do mundo), área de escritórios, mesquita e o restaurante Atmosphere (com uma vista impagável do 122º andar). Mas as atrações principais são seus mirantes: At The Top, no 124º, e Sky, mais exclusivo, dividido entre os andares 124 e 148 (a 555 metros). Para subir ao At The Top com tranquilidade, vale comprar o bilhete antecipadamente pela internet e agendar dia e horário. Para subir no Sky, paga-se o triplo.

 

Mirante At The Top
Mirante At The Top (foto: shutterstock)

 

O trajeto de elevador dura menos de um minuto e 20 segundos e conta com diversas projeções de monumentos icônicos – a ideia é mostrar que se está mais alto do que a Torre Eiffel ou o Empire State Building… O mirante é todo cercado de vidro, garantindo selfies encaixadinhas entre você, o deserto e as construções que cercam o Burj.

A entrada para o edifício é feita pelo Dubai Mall, outro detentor de recordes. É o maior centro de compras do mundo, com mais de 1.200 estabelecimentos entre lojas e restaurantes. Tem certas peculiaridades, como um gigantesco aquário com mais de 33 mil animais. Basicamente, andar pelo Dubai Mall é assim: você está olhando vitrines e de repente dá de cara com um aquário com raias, tubarões e mergulhadores. Anda mais um pouco e encontra um esqueleto enorme de dinossauro; continua a caminhada e se depara com um souk de joias, que são os famosos mercados árabes – mas a versão do shopping tem ar-condicionado e vendedores que não grudam nos visitantes. Você segue então até a área externa, no indispensável promenade (é ali que todos tentam tirar a foto perfeita do Burj Khalifa), e lá começa um show de fontes nos moldes dos vistos em Las Vegas.

Se em Dubai shopping tem esqueleto de dinossauro e aquário gigante, por que não uma estação de esqui? E há coisas do tipo, sim. O Ski Dubai, construído de forma integrada ao Mall of Emirates, é um gigantesco complexo coberto de esqui, com 22.500 m² de área, onde a neve artificial transforma o cenário e o clima. Há cinco pistas de esqui e snowboard com variados graus de dificuldade. Uma delas chega a um desnível de 60 metros e se estende por 400 metros.

 

Aquário no Dubai Mall
Aquário no Dubai Mall (foto: divulgação)

 

Se o seu desejo for de grife, mas com preços de ponta de estoque, o Dubai Outlet Mall é a melhor opção. Com 240 lojas que oferecem produtos de mais de 1.200 marcas, esse é o maior centro de pechinchas do Oriente Médio. Os descontos são interessantes por conta da isenção de impostos.

Souk em Old Dubai
Souk em Old Dubai (foto: shutterstock)

Como não era o meu caso (queria mesmo encontrar temperos, pashminas, doces de tâmaras, lenços e suvenires locais), segui para a região de Deira, conhecida como Old Dubai. Ali, às margens do Dubai Creek – um braço de mar que avança pela cidade –, a grandiosidade envidraçada dá lugar aos autênticos mercados árabes e descortina a parte da cidade que não usa terno e gravata. Por 1 dirham, os visitantes podem cruzar o rio nos tradicionais barcos de madeira que vão de uma margem à outra levando trabalhadores e moradores. O Creek separa também o mercado de ouro do de temperos e tecidos. Visite os três e ande sem pressa pelos estreitos corredores repletos de lojinhas. Não se assuste com a abordagem dos vendedores, eles são comerciantes inclementes e querem vender a todo custo. Escute a oferta e barganhe – sempre dá negócio.

 

Dubai Creek
Dubai Creek (foto: shutterstock)

 

Com vista para o mar

É incrível pensar que há menos de 50 anos Dubai não passava de um vilarejo onde beduínos viviam da coleta de pérolas. Foi nessa época, começo dos anos 1970, que o emirado começou a despontar. Enquanto as nações árabes se fartavam com os dólares oriundos do petróleo, um grupo de sheiks decidiu ir por um caminho diferente. Resolveram investir bilhões na cidadezinha rumo ao turismo de massa e de luxo.

Apesar da história recente, o Museu Dubai, instalado em um antigo forte de 1787, revela-se um passeio curioso. Está tudo retratado ali. A exposição sobre a coleta de pérolas lembra antigos filmes do cinema e o mais bacana é que se pode acompanhar o trabalho de artesãos com as pedrinhas preciosas ao vivo, ali na sua frente.

O restante de sua história está nas ruas e nas ilhas artificiais, na orla do Golfo Pérsico. Ali reina a série de arquipélagos artificiais The Palms – dois em formato de palmeiras e outro de mapa-múndi.

 

The Palm Jumeirah
The Palm Jumeirah (foto: shutterstock)

 

The Palm Jumeirah é o mais famoso, já ocupado por mansões e alguns dos resorts mais deslumbrantes do planeta. O Atlantis é um deles. Pertence à rede que opera o célebre hotel de mesmo nome nas Bahamas e segue a moda faraônica de Dubai. O resort inclui uma baía artificial de água salgada, construída para abrigar golfinhos. Sem falar no parque aquático Aquaventure (aberto para visitantes em geral), com toboáguas, corredeiras e piscinas de ondas. Outra atração é o belíssimo aquário The Lost Chambers, com 65 mil animais marinhos. Também se ergue pela paisagem o Jumeirah Zabeel Saray, com nada menos que 405 quartos e 38 vilas decoradas à moda turca otomana e um parque aquático com piscinas externas e cobertas. Completam ainda o resort um centro de tênis, galeria de lojas de grife, cinema, o Teatro Mehteran (onde espetáculos de dança de companhias internacionais são realizados semanalmente) e o premiado spa Talise Ottoman (onde massagistas “importados” da Turquia garantem um relaxamento sem precedentes).

Bem pertinho da orla, fica o complexo hoteleiro de luxo Madinat Jumeirah. Ele tem spa famoso, campo de golfe e canal artificial cercado por palmeiras – uma espécie de “Veneza tropical”. O passeio de meia hora pela água leva os turistas a apreciarem a arquitetura inconfundível dos hotéis Al Qasr e Mina A’Salam.

E tão importante quanto os demais, o Burj Al Arab, o famoso hotel em formato de vela de barco inaugurado  em 1999, continua empolgando quem o observa de fora. Por dentro, o luxo excessivo fica over. Quem não for hóspede só pode entrar se tiver reserva em um de seus caríssimos restaurantes.

 

Hotel Burj Arab
Hotel Burj Arab (foto: shutterstock)

 

Rally pelo deserto

Deserto, Dubai
Deserto, Dubai (foto: shutterstock)

Os safáris no deserto revelam mais uma face das atrações em Dubai. Os passeios começam no meio da tarde e se encerram ao pôr do sol, hora em que a areia vai ganhando tonalidade dourada e o céu manchado de nuances avermelhadas criam fotos incríveis. Antes de chegar ao momento mais esperado do tour, os veículos 4×4 esvaziam um pouco os pneus para ganhar estabilidade e começa um rally pelo areial, subindo descendo os montes em manobras nada amistosas. Aqui vale o velho jargão que ouvimos nas dunas nordestinas: com ou sem emoção? Se for com emoção, prepare-se para ter a sensação de que o carro vai capotar a qualquer momento. Dá medo, mas é divertidíssimo! Uma dica é conciliar o safári com jantar. Fiz o passeio com a empresa Arabian Adventures, que tem um acampamento no estilo beduíno. Tapetes e tendas são montados sobre a areia e janta-se sob a luz do luar. Pintura com hena, passeios de camelo e apresentações de danças típicas fazem parte do pacote. A comida é servida em um bufê à vontade. É o trivial da culinária árabe, com kafta, falafel, salada de alface e tomate e arroz com amêndoas. No final, as pessoas vão se acomodando nos almofadões para fumar narguilés, tomar chá de menta e olhar o céu, absurdamente estrelado, por mais uma vez.

 

Safari no deserto
Safari no deserto (foto: shutterstock)

 

ADENDO!

  • Dubai tem um moderníssimo metrô (são 52 quilômetros de linhas, cortando toda a cidade), uma mão na roda para visitar pontos menos turísticos.
  • E o islamismo veta o consumo de bebida alcoólica, mas o emirado permite que o turista beba em restaurantes e bares que ficam dentro de hotéis.
  • A presença dos sheiks de Dubai é constante: fotografias dos fundadores do emirado ficam expostas em grandes retratos nos shoppings, nos lobbys dos hotéis, na entrada das empresas… As imagens mostram o príncipe herdeiro (e galã) Hamdan bin Mohammed bin Rashid al Maktoum, conhecido como Fazza, e seu pai, o Sheikh Mohammed, atual primeiro-ministro e vice-presidente dos Emirados Árabes Unidos, que é, literalmente, dono de 99% de Dubai.

Rei dos céus

Como tudo em Dubai precisa ser superlativo, cheguei ao destino a bordo do A-380 da Emirates, o maior avião do mundo. Desde março deste ano, a companhia está com voos diretos ligando São Paulo e Dubai. Ao todo, são
14 horas e meia de viagem. Conhecido como Superjumbo, a aeronave tem 401 assentos na classe econômica, 72 na executiva e 14 na primeira classe. Com dois andares separados, tem bar a bordo no piso superior, que funciona durante todo o tempo de voo atendendo à business e à primeira classe, e um spa apenas para a primeira. Com frequência diária, o voo torna-se uma ótima opção de conexão para o turista do Brasil e países vizinhos que desejam seguir para outros lugares do Oriente Médio e da Ásia.

 

Lounge do avião A-380
Lounge do avião A-380 (foto: divulgação)

 

Brincadeira Indoor

Aberto há um ano, o IMG Worlds of Adventure é o novo parque de diversões de Dubai, idealizado para ser o maior parque coberto do mundo. Já pensou ter de ficar na fila de um brinquedo com o sol queimando a cabeça? Humanamente inviável! O espaço é todo fechado (não tem nem uma frestinha com a luz do sol) e o ar-condicionado funciona no máximo. Ele é baseado em três zonas centrais: Lost Valley, focada nos dinossauros; Cartoon Network, baseada nos principais desenhos do canal; e Marvel, a mais concorrida, com Homem-Aranha, Hulk, Homem de FerroThor e Os Vingadores tematizando montanhas-russas e simuladores radicais. Cada área tem lojinhas relacionadas aos seus temas e restaurantes de todos os tipos intercalados às atrações.

 

IMG Words of Adventure
IMG Words of Adventure (foto: divulgação)

Onde se hospedar em Dubai?

Premier Inn Investment Park
Hotel econômico, com 304 quartos funcionais. Apesar de mais afastado, oferece transfer grátis para as principais atrações.

JW Marriott Marquis
Perto do Dubai Mall, ocupa duas torres icônicas com mais de 1.600 quartos contemporâneos e espaçosos, alguns com vista para o mar.

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