fbpx

Bratislava: o que fazer em um bate-volta a partir de Viena

Quem olha o mapa da Europa dificilmente imagina que um pequeno país de apenas 48 mil km² (praticamente metade do tamanho de Portugal) possa ser tão rico em termos culturais e históricos. Mas a Eslováquia é. São construções medievais, cidades milenares, bosques e elevações rochosas que compõem um cenário surpreendente.

Bratislava
Rio Danúbio

Localizada na Europa Central, a Eslováquia tem cerca de 6 milhões de habitantes e faz parte da zona do euro. A capital, Bratislava, é cortada pelo Rio Danúbio e seus 500 mil habitantes são privilegiados por morarem em uma das cidades líderes mundiais em qualidade de vida. Para chegar lá, partindo de Viena, o viajante pode fazer o trajeto de ônibus, trem e até barco. De trem, é cerca de uma hora de viagem. Da estação até o centrinho são 20 minutos de caminhada. Como o Danúbio também corta a capital da Áustria, os cruzeiros são comuns entre as duas cidades. Navega-se por uma hora e quinze minutos pelo famoso rio. Os barcos operam de abril a outubro. Uma das maneira mais econômica é optar pelo ônibus e assim a viagem dura 60 minutos.

Ao chegar, o visitante dá de cara com uma capital repleta de história e belezas arquitetônicas. A ausência de bombardeios dentro dos limites da cidade durante períodos de guerra é o grande motivo de tantos monumentos permanecerem de pé, abertos à visitação. Dentre eles está a catedral gótica de São Martinho, construída no século 13 e conhecida por ter sido a sede oficial das coroações de imperadores austro-húngaros entre os séculos 16 e 19. Não muito distante dela está a Igreja de Santa Isabel, desenhada sob as diretrizes do art nouveau, em 1908, e apelidada de Igreja Azul, devido ao tom suave que preenche tanto sua parte externa quanto interna.

 

Igreja de Santa Isabel
Igreja de Santa Isabel (foto: shutterstock)

 

Esse contato entre obras antigas e modernas é frequente em Bratislava: por exemplo, é possível ir andando da Ponte Nova (Nový Most, em eslovaco), construída em 1970, até o Portão de São Miguel (Michalská Brána), feito em 1300. A primeira é uma representante da arquitetura futurista, com sua torre de sustentação em formato excêntrico, semelhante a uma nave espacial, enquanto o segundo celebrizou-se pelas visitas de reis recém-coroados e soldados em batalhas. Hoje, o portão exibe, em suas pequenas casas anexas, lojas das mais renomadas grifes mundiais, como Prada, Gucci e Louis Vuitton.

 

Torre do Portão de São Miguel
Torre do Portão de São Miguel (foto: divulgação)

 

Mas não é só de pontes e igrejas que é feita Bratislava. Há fortalezas milenares também. A mais famosa é o Castelo de Bratislava. Construído em uma colina no século 9º, ocupa a

Prato do restaurante Hrad
Prato do restaurante Hrad (foto: divulgação)

parte mais alta da cidade. É o único passeio na capital que não se aconselha ir a pé, dado o trajeto íngreme e cansativo. Para os demais tours, é possível aproveitá-los com a boa e velha caminhada ou os modernos e eficientes transportes públicos eslovacos.

Em seu interior, o castelo abriga um museu que aborda a história da região desde o período pré-histórico até os dias atuais. Além disso, dá espaço a um dos melhores restaurantes do país, o renomado Hrad, com um cardápio variado – que vai desde sanduíches até trutas grelhadas. Mas o destaque fica mesmo para a incrível vista panorâmica que ele tem.

No centro da cidade, palácios barrocos tomam conta. Eles são tão importantes que fazem parte da história e do cotidiano da Eslováquia. Por exemplo, o Grassalkovich, construído em 1760, que serve de morada para o atual presidente da República; ou então o Palácio dos Primados, de 1781, que foi palco da assinatura de um tratado de paz entre representantes da França (a mando de Napoleão Bonaparte) e da Áustria (em nome do Imperador Francisco I) após a vitória francesa na Batalha de Austerlitz.

 

Castelo Bratislava
Castelo Bratislava (foto: shutterstock)

 

Batalhas como essa revelam uma característica do povo eslovaco: a descontração e até certo “jeitinho”, que lembra o Brasil. E não é de hoje: no século 19, o governo passou a oferecer uma indenização a quem tivesse sua casa atingida por disparos das tropas napoleônicas. Milhares de habitantes buscaram balas de canhão nos campos de batalha mais afastados da capital e, na calada da noite, grudaram-nas em suas próprias fachadas. Elas estão lá até hoje. Viraram atração turística.

O bom humor, aliás, está presente em toda a cidade. Vide as estátuas de personagens como fotográfo, soldado e trabalhador, espalhadas pelo centro, que divertem turistas e crianças. Ou locais como a região do Eurovea. Esse empreendimento, que engloba shopping center, casas culturais, gastronomia e lazer, foi apelidado de “praia de Bratislava” por estar às margens do Danúbio. É um ótimo lugar para aproveitar o finzinho da tarde antes de voltar para Viena. Escolha um dos barezinhos ali e curta o pôr do sol refletido, majestosamente, nas águas do rio.

 

Confira opções de hospedagem na Eslováquia!