Aeromóvel de Guarulhos segue inativo e prejudica turistas

Sistema de transporte que deveria conectar passageiros aos terminais ainda não tem previsão de funcionamento. Projeto bilionário, o aeromóvel aguarda conclusão há 20 meses

O Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos enfrenta um problema que afeta diretamente a experiência de milhares de turistas. O aeromóvel que deveria facilitar o deslocamento entre a estação da CPTM e os terminais permanece fora de operação.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) realizou uma vistoria em setembro de 2024. Os técnicos constataram que os sistemas de automação do aeromóvel continuam incompletos. Sem essa tecnologia funcionando, os passageiros não podem utilizar o transporte.

Como o sistema deveria funcionar

Aeromóvel de Guarulhos segue inativo e prejudica turistas
Foto: Roberto Maia/Travelpedia

O Automated People Mover representa uma solução moderna para aeroportos movimentados. Os vagões circulam em um monotrilho suspenso e transportam passageiros gratuitamente. A linha do aeromóvel possui 2.700 metros de extensão e conta com três trens projetados.

Cada trem comporta até 200 usuários e pode transportar 2 mil passageiros por hora. O trajeto entre a estação e o último terminal leva apenas 6 minutos. Atualmente, os ônibus demoram 45 minutos no mesmo percurso.

Impacto direto no turismo paulista

A ausência do aeromóvel prejudica especialmente turistas internacionais e nacionais que chegam a São Paulo. Eles dependem do transporte público para acessar a cidade e outros destinos. A demora na conexão compromete a primeira impressão sobre a infraestrutura brasileira.

O consórcio AeroGRU Airport iniciou o projeto em janeiro de 2022. O investimento total alcança R$ 273 milhões, dividido entre governo federal e iniciativa privada. A concessionária GRU Airport previa o início das operações para 18 de fevereiro de 2024.

Atrasos sucessivos e multas pendentes

O prazo foi adiado para outubro de 2024 e depois para fevereiro de 2025. Agora, não existe nova previsão. O consórcio responsável afirma que o atraso ocorre devido à necessidade de testes em período normal de atividades aeroportuárias.

A concessionária pode enfrentar multas pelo descumprimento do contrato. A Anac iniciou um processo administrativo para investigar as pendências. Os requisitos de segurança nas portas da plataforma seguem padrões internacionais e exigem sistemas com alto grau de automação.

A GRU Airport, responsável pela operação do aeroporto, não se pronunciou sobre o caso. Enquanto isso, passageiros continuam usando ônibus e enfrentando trajetos mais longos até os terminais.

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