O palácio bicentenário da Quinta da Boa Vista retorna à vida com exposição temporária “Entre Gigantes”, marcando um momento histórico na cultura brasileira após o devastador incêndio de 2018

A partir de quarta-feira (2), o público poderá voltar ao Museu Nacional, no Rio de Janeiro, destruído por um grande incêndio em setembro de 2018. Portanto, após anos de intensa restauração, três espaços restaurados do palácio histórico voltam a receber visitantes. Além disso, esta reabertura representa não apenas um marco cultural, mas também um símbolo de resistência e renovação.

A exposição temporária “Entre Gigantes: uma Experiência no Museu Nacional” funcionará até 31 de agosto, oferecendo ao público brasileiro uma oportunidade única. Consequentemente, os visitantes poderão reencontrar tesouros científicos que sobreviveram à tragédia de 2018.

Patrimônio nacional de valor inestimável

Fundado em 1818 pelo rei Dom João VI, o Museu Nacional do Rio de Janeiro é a mais antiga instituição científica do Brasil e é referência em história natural e antropologia no continente latino-americano. Dessa forma, a instituição representa duzentos anos de história brasileira.

Antes do incêndio, o Museu Nacional era detentor do maior acervo de história natural e antropologia da América Latina. Bem como a instituição museológica brasileira que tem sob sua guarda o maior número de bens culturais, totalizando mais de 20 milhões de itens. Entretanto, a tragédia causou perdas irreparáveis ao patrimônio nacional.

Atrativos da exposição “Entre Gigantes”

Salão de entrada restaurado – O primeiro espaço a impressionar os visitantes é o majestoso salão de entrada do palácio. Neste ambiente, os elementos arquitetônicos originais foram cuidadosamente restaurados. Ademais, o espaço serve como portal de entrada para uma jornada única pela história natural brasileira.

Meteorito Bendegó – Entre os destaques está o meteorito Bendegó, peça centenária que resistiu ao fogo e se tornou símbolo da instituição. Esta rocha espacial de 5,36 toneladas representa milhões de anos de história cósmica. Igualmente importante, sua resistência ao incêndio simboliza a capacidade de renovação da própria instituição.

Espaços temáticos restaurados – Os três ambientes disponíveis oferecem experiências diferenciadas aos visitantes. Primeiramente, cada sala conta uma parte específica da história natural. Além disso, as exposições combinam peças originais com tecnologia moderna para criar uma experiência imersiva.

Importância cultural e científica nacional

O Museu Nacional transcende sua função expositiva, funcionando como centro de pesquisa científica fundamental. Por conseguinte, as peças em exposição foram objetos de pesquisa e estudadas por diversos departamentos como Geologia, Antropologia, Paleontologia, Botânica e Zoologia.

Por quase todo o século 19, o Museu Nacional foi uma das poucas instituições brasileiras dedicadas primordialmente à história natural, tendo sido pioneiro na contribuição brasileira para o desenvolvimento da paleontologia no país. Assim, sua relevância histórica ultrapassa fronteiras nacionais.

Reconstrução e perspectivas futuras

Desde 2019, o projeto de restauração do palácio já concluiu: – 80% dos telhados do Paço – 75% das fachadas, demonstrando significativo progresso na reconstrução. Entretanto, ainda é necessário captar R$ 169,6 milhões do valor integral do projeto Museu Nacional Vive, que é de cerca de R$ 500 milhões.

O ministro da Educação prevê a abertura total do palácio entre 2027 e 2028. Portanto, brasileiros e estrangeiros poderão novamente desfrutar completamente deste tesouro nacional nos próximos anos.

Visitação e acesso ao público

As visitas são gratuitas, com agendamento obrigatório pela plataforma Sympla, garantindo acesso democrático ao patrimônio nacional. Diariamente, 300 entradas serão disponibilizadas. Consequentemente, o funcionamento ocorrerá de terça a domingo até 31 de agosto.

Esta reabertura parcial marca o início de uma nova era para uma das mais importantes instituições culturais brasileiras. Finalmente, após sete anos de espera, o público poderá novamente se conectar com a riqueza científica e histórica que define nossa identidade nacional.

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