Alcançar o pico de Huayna Picchu, a bela montanha de 2.720 metros que decora a cidadela inca, nem sempre está nos planos de quem vai a Machu Picchu. O passeio, realmente, não é light, já que a trilha é traiçoeira e cansativa. Mas para mim, foi a melhor parte da visita à cidade. Vale pelo visual incrível e pelas pessoas que conhece no caminho, bem como pela satisfação de chegar ao ponto mais alto.
Confira um passo a passo mastigado de como programar sua ida até lá:
Passo 1: agendamento
A primeira coisa a fazer é entrar no site oficial (machupicchu.gob.pe) e agendar o dia e horário da visita. O ideal é fazer a reserva on-line com, pelo menos, dois meses de antecedência. O agendamento é importante para garantir uma vaga, já que há número limite de 400 pessoas por dia para subir a montanha. No site, escolha a opção de comprar o ingresso casado de Machu Picchu + Huayna Picchu. O custo total é de 200 soles (S/.). Ao selecionar a data desejada, aparece o número de vagas ainda disponíveis para o dia. Há dois grupos diários para o passeio, ambos de manhã. O primeiro é das 7h às 8h, e o segundo, das 10h às 11h. Cada um comporta 200 pessoas. Depois das 11h não sobe mais ninguém.
Em seguida, após preencher os dados, são gerados um código de reserva e um boleto, que pode ser pago nos cartões de crédito internacionais com bandeira Visa ou Mastercard. Depois de pago, digite o número da reserva na aba Check-in do site para obter o ingresso. Imprima o tíquete de acesso e apresente junto com o seu passaporte na entrada do Parque Arqueológico. Atenção para um detalhe: após gerar o código de reserva, o pagamento tem de ser feito em até três horas, se passar disso, ela é cancelada. Pessoas com problemas de locomoção, de saúde (como cardíacos) ou medo de altura não devem se aventurar em Huayna Picchu.
Passo 2: preparação
Chegue cedo. O parque abre às 6h da manhã e assim que os primeiros raios solares surgem, a fila na entrada já começa a se formar. Use roupas confortáveis e leve na mochila capa de chuva, protetor solar, boné, óculos escuros, água (dois litros por pessoa), lanche reforçado e uma muda de roupa para troca, caso se molhe. Mesmo no verão, use calça comprida e tênis para fazer a subida.
Passo 3: a subida
Considere fazer o percurso até o pico em uma hora e meia, duas horas. Boa parte do trecho é íngreme, as escadas são irregulares e as trilhas bem estreitas beiram penhascos em diversos pontos. Em vários lugares, foram colocadas cordas de apoio, mesmo assim não cobrem toda a área. Não é um passeio fácil, levando em conta a estrutura de segurança, mas, fazendo o trajeto com atenção e sem pressa, os riscos de acidente são menores. A boa notícia é que essa situação deve melhorar a partir de abril, quando a montanha ficará fechada do dia 1º ao dia 15 para reparos e melhorias.
Passo 4: os platôs
Quanto mais distante da terra, mais belas são as paisagens. Aproveite os platôs para descansar, tomar água e fazer várias fotos de Machu Picchu e dos terraços incas. Apenas do alto é possível ver o real desenho da cidade, projetada em formato de condor. Essa ave sagrada era reverenciada pelos locais, que acreditavam que ela fazia a ligação entre a terra e o céu. Não é à toa que a escolhi como imagem do meu perfil no Facebook.
Passo 5: o pico
Os últimos metros até o topo são os mais difíceis, vi muitas pessoas “travarem” e desistirem nesse ponto. Não é para menos, já que a escadaria fica completamente íngreme, quase não há pontos para segurar e a sinalização não é eficiente. Some isso ao desfiladeiro ali do lado. É respirar fundo e não olhar para baixo. Quase no final, uma grande rocha fecha o caminho e é preciso passar por baixo para chegar ao outro lado. Enfim, no topo, faça o que quiser: tem quem medite, quem cante, quem faça ioga, os que deitam e curtem o visual… Boa hora para comer o lanche e beber muita água.
Passo 6: a descida
A descida é mais rápida, porém tão insegura quanto a subida. É feita por outro caminho, que padece dos mesmos problemas: trilhas estreitas, falta de cordas de apoio e escadinhas apertadas. Mas desça devagar e com atenção que não tem erro.