Quando embarquei com a Ethiopian Airlines rumo às Filipinas, eu não sabia o que esperar. Afinal, a gente não costuma ter muitas ideias ou informações animadoras sobre a Etiópia. Mas e se eu disser que a companhia aérea nacional deles pode levar você a outros destinos – principalmente da Ásia – com preços tão competitivos quanto US$ 1 mil? Pois bem: minha primeira surpresa veio com o avião, um Boeing 787-8 Dreamliner, entre os mais modernos e tecnológicos do mundo. Voando de executiva, encontrei poltronas quase totalmente reclináveis, nécessaire completinho, entretenimento com alguns filmes novos, fones antirruídos, janelas com controle eletrônico de luminosidade e uma simpática equipe de tripulantes 100% etíopes. Na econômica, os assentos são 3-3-3 e também contam com produtos de higiene e conforto.
E se eu não fazia muita ideia sobre a cultura etíope, a viagem toda serviu como um ótimo primeiro contato: tem música típica tocando nos alto-falantes, tem comissária vestida com trajes locais e tem, claro, a comida. No trecho a partir do Brasil, o menu à la carte da executiva valoriza a nossa culinária, com opções como moqueca e costela assada. Depois da conexão em Adis Abeba, a capital etíope, são servidas receitas tradicionais do país africano, como a injera, uma espécie de panqueca fermentada à base de um cereal chamado tefe e acompanhada de vários tipos de pastinhas e guisados. O vinho etíope surpreende e, por fim, o café faz jus à fama que a Etiópia tem como berço do grão.
Fundada em 1945 e pontuando milhas pela Star Alliance, a Ethiopian Airlines voa direto, cinco vezes por semana, entre São Paulo e Adis Abeba, com duração de 12 horas – e tem parceria com a Azul para trechos nacionais. Quem viaja com a Cloud Nine (classe executiva) pode usar o lounge da Gol em Guarulhos e também a sala VIP da Ethiopian durante a parada no aeroporto Bole, em Adis Abeba (caidinho, está em reforma, com conclusão prevista para este ano). A partir da conexão, o viajante pode embarcar para vários países africanos, asiáticos e até europeus (a companhia opera mais de cem rotas).
Antes de chegar às Filipinas, fiz ainda mais uma escala em Bangcoc, num trajeto que levou, ao todo, cerca de 30 horas. Sim, é uma longa jornada, mas há meios de amaciá-la. Quem tem conexão maior que oito horas na capital etíope conta automaticamente com hospedagem, traslados, alimentação e visto providenciados pela companhia aérea, sem custos. E também a opção de stopover, em que o passageiro pode estender o tempo de conexão na Etiópia para até 72 horas antes de embarcar rumo à sua parada final (mas sem a assistência mencionada acima). Basta solicitar o stopover no momento da compra on-line e também providenciar o visto etíope em evisa.gov.et.