Lagos de montanha são naturalmente intrigantes: como pode a água se represar pelo meio de penhascos, ravinas e grandes paredes de rocha, centenas e centenas de metros acima do nível do mar? As paisagens por eles formadas são distintas e dramáticas. Então, adicione a isso um grande vulcão com encostas nevadas, soltando fumaça de forma constante, como um lembrete de que o planeta é uma forma viva e pulsante.
Em seguida, coloque no meio de tudo uma vilazinha cheia de charme, com casinhas de madeira, restaurantes pitorescos e uma gente pacata e hospitaleira. Esta é a região de Pucón, situada 870 quilômetros ao sul de Santiago. Um lugar do Chile que está caindo nas graças dos viajantes brasileiros nos últimos anos.
A cidade de Pucón tem hoje em dia 22 mil habitantes fixos. Na temporada de esqui, o número aumenta cerca de 30%. Já no verão, triplica com os turistas que ali lotam os hotéis, pousadas e apartamentos para alugar. Há um bom comércio, danceterias, bares, cafés e restaurantes com lareiras que nos convidam a sentir o aconchegante clima da montanha.
Mas para entender este recanto incomum, é preciso primeiro conhecer um pouco da insólita geografia chilena. Primeiramente, vale dizer que o Chile é campeão em quantidade de vulcões. São mais de 500, sendo 60 deles com registro histórico de erupções. Aquele que hipnotiza todos os que visitam Pucón é o Villarrica, com seus 2.847 metros de altitude. Assim como o Monte Fuji, no Japão, ele tem neves eternas em sua parte superior, o que o torna ainda mais cativante. É o cartão-postal da região.
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Seria uma injustiça, no entanto, dizer que o vulcão é a única atração. Longe disso, Pucón é considerada a capital chilena do turismo outdoor. Não precisamente de esportes extremos, já que a maioria das atividades pode ser realizada em família – em praticamente todas as estações do ano. Dá para praticar rafting, caiaque, arvorismo, caminhadas, mountain bike, atividades aéreas, como parapente e paraquedismo, voos panorâmicos, pesca esportiva, golfe e, claro, no inverno, esportes como o esqui e o snowboard.
Uma atração que rouba as atenções é o rafting no Rio Trancura. Os especialistas dizem que o rio tem grau 2 e 3. Ou seja, um pouco acima da média do que se vê no Brasil, por exemplo. A atividade pode ser realizada por pessoas a partir dos 12 anos. As paisagens que se tem desde o rio são outro espetáculo à parte, sempre com o vulcão Villarrica como testemunha da empreitada.
Mas se você não gosta de água e prefere terra firme, uma excursão leve e muito interessante é conhecer as cavernas vulcânicas nas encostas do Villarrica. Lembre-se: o solo que estará pisando é considerado o mais geologicamente ativo do Chile. Há diversas agências locais especializadas nesse passeio.
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Essas agências levam também a uma aventura mais ousada: a subida até a cratera do vulcão. Não é preciso ser nenhum grande alpinista (ou, no caso, andinista). Necessário apenas é ir com um bom guia e se assegurar de que a empresa que o está levando tenha um bom equipamento. Desde os essenciais “crampones” (uma espécie de garra que se coloca nos sapatos para não escorregar no gelo) a um bastão de apoio.
Uma regra que jamais deve ser desrespeitada, aliás, é ficar junto do grupo e sempre seguir o caminho que o guia indica. Os experts sempre dizem: a montanha é traiçoeira, não brinque com ela. Tudo isso levado em conta, a experiência de estar na boca da cratera olhando a lava incandescente lá embaixo é única e inesquecível.
Quer algo mais tranquilo?
Durante o dia, um passeio pela zona rural, a pé, a cavalo, de bike ou até mesmo de carro, é imperdível, principalmente se for durante o outono. As paisagens bucólicas formadas por extensos campos de vegetação em tons laranja e amarelo são incansáveis de se admirar.
E o melhor: onde tem atividade vulcânica, tem águas quentinhas. Nos arredores de Pucón, há dezenas de centros termais. Depois de fazer exercício, nada mais oportuno que um bom banho termal: há dos mais simples até os mais chiques, você escolhe segundo seu bolso e sua vontade.
O Parque Termal Menetue é um bom ponto para aproveitar as águas quentinhas. Ele fica na orla da Lagoa Ancupulli e tem instalações bem ao estilo patagônico. Está catalogado como o centro termal mais exclusivo de Pucón e possui um spa de alta tecnologia – o mais moderno do Chile. São cinco piscinas, algumas ao ar livre e outras cobertas, com ambiente climatizado, bem como serviços de sauna, banhos de vapor, jacuzzi, ducha escocesa e variadas aplicações de terapias e massagens.
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Ali também está o restaurante Pehuén, que combina a gastronomia dos índios mapuches com a tradição patagônica dos colonizadores, exagerando em carnes exóticas. Se quiser passar a noite, há cabanas equipadas com cozinha, aquecedor a lenha e TV por satélite.
Mas e o esqui? Se você gosta de esquiar ou quer aprender, Pucón é um lugar na medida: as pistas nas encostas do Villarrica são para todos e a temperatura é agradável, mesmo no inverno. A temporada vai, geralmente, de 1º de julho até o final de setembro.
A estação fica a apenas 20 minutos de carro do centro da cidade e há diversos serviços de van que levam até o vulcão. Uma vez lá, você conta com nove teleféricos, 20 pistas, uma “ski butique”, lojas que alugam equipamentos, half pipes naturais, bar, lanchonete, restaurante, uma escola de nível internacional e o Mini Club, para entreter a criançada enquanto os pais se divertem na montanha.
Se não é o lugar mais radical ou com a melhor neve do mundo, o Villarrica tem atributos que o colocam como um dos mais emocionantes points de esqui conhecidos. Afinal, onde mais você pode esquiar vendo um vulcão no alto e lagos majestosos abaixo?
Veja mais:
Pucón: Cruzeiro pelos Lagos Andinos
Onde se hospedar em Pucón?
Parque Termal Menetue
Famoso por suas piscinas termais, o parque conta com cabanas equipadas em estilo patagônico.
Hotel Boutique Patagonia Pucón
Em pleno centro de Pucón, tem construção típica da montanha, com pedra e madeira. O hotel dispõe de 16 quartos com calefação central.
Villarrica Park Lake
Às margens do Lago Villarrica e com vista para o vulcão homônimo, o hotel tem 70 quartos sofisticados.
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