Tudo é música em Nova Orleans
Ela vai te pegar primeiro pelos ouvidos, depois te conquistar pelos olhos e, por fim, te dominar pela boca
Fevereiro, mais tardar março, é mês de carnaval em Nova Orleans. Assim como no Brasil. A comemoração lá, como aqui, é das boas: o povo vai às ruas e, por quatro dias, perdem-se as estribeiras. Só muda o nome: lá é Mardi Gras. E também não é marchinha, não é axé, não é samba nem é funk o ritmo que embala a festança. É mais provável que se ouça jazz. Jazz, afinal, é a alma e o coração de Nova Orleans, cuja essência é formada por muitas influências de outras culturas.
Primeiro foram os franceses fundadores, que, em 1718, nomearam-na em homenagem ao Duque de Orleans. Depois, vieram os espanhóis, que a devolveram à França em 1801. Finalmente, Napoleão Bonaparte vendeu o território da Louisiana para os Estados Unidos em 1803. Somem-se ao caldo africanos que vieram como escravos e descendentes franceses que chegaram fugidos. Aí sim, deu samba.

(Foto: shutterstock.com)
No fim das contas, combatendo a chance de que, com tanta mistura, não se formasse identidade alguma, Nova Orleans – ou simplesmente Nola – faz questão de exibir uma personalidade muito própria. Algo que marca a música, a mesa, a arquitetura, o sotaque. Algo tão sólido que nem mesmo o furacão Katrina, que matou 1.600 pessoas na região metropolitana há exatos 10 anos, foi capaz de abalar. Algo inspirado na joie de vivre, o termo em francês que, significando “alegria de viver”, virou praticamente um slogan de Nova Orleans.
Tudo isso transforma a cidade do sul dos EUA em uma espécie de destino-desejo, daqueles que seguem esperando para ganhar um check na lista de muito viajante, mas que custa a sair do papel – ou porque precisa de muitas conexões para chegar ou porque não figura como prioridade. Para os brasileiros, o primeiro argumento cai por terra. Desde junho do 2015, a Copa Airlines opera quatro voos semanais entre a Cidade do Panamá e Nova Orleans, com duração de 3h30 – e de São Paulo até o Panamá não são mais que sete horas. Agora, quanto ao quesito “prioridade”, deixemos que esta reportagem fale por si só… Como dizem por lá: laissez les bons temps rouler. Deixe os bons tempos rolarem.
- A reportagem completa está disponível na edição 79 da revista Viajar Pelo Mundo.